23 - Almoços e Jantares 2

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Dayane Pov

Fiquei mais tempo escolhendo uma roupa para aquele jantar do que para meu próprio aniversario. Apesar de a todos os instantes Carol dizer que estava tudo bem e que seus pais estavam outras pessoas. 

A caminhada de 5 minutos que antes parecia tão curta foi a mais longa de minha vida, mas meu corpo travou mesmo quando Caroline abriu a porta e fomos recebidas por Roseli com um sorriso no rosto. 

- Entrem, meninas. Estava terminando de arrumar a mesa. - Deu espaço. 

Passei pela porta com a minha mão colada na de Carol e só a soltei quando minha namorada se abaixou para pegar Kiana no colo e lhe dar um beijo.

- Acredito que já conheça a casa, né? - Rose perguntou para mim. - Sinta-se a vontade, querida, não precisa ter medo. 

Apenas concordei com a cabeça completamente muda. 

- O jantar está praticamente servido, Carol chame o Rafael por favor. 

Caroline concordou e começou a caminhar em direção ao corredor dos quartos, eu a segui como uma sombra. 

- Rafa, mamãe está chamando para comer. - Carol disse do outro lado da porta que logo foi aberta por um Rafael de cabelos molhados.

- Tudo bem. - Então ele me notou atrás dela. - Oi, Day! Viva ainda, huh? 

- Rafael! - Carol reprendeu. - Não fala assim com a bixinha, não está vendo que ela já está nervosa?

- Tô vendo, ela tá calada. Nunca tinha visto isso antes.

Soltei uma risadinha que não consegui segurar, era verdade, eu falava pelos cotovelos e Rafael já tinha percebido isso. 

- Já, já você se solta. - Ele piscou um dos olhos.

- Venham comer, crianças. - Rose chamou novamente.

Me sentei ao lado de Carol e respirei aliviada por ter Rafael do meu outro lado. 

- Cheguei, cheguei! - A voz de Isaias se fez presente. - Fui comprar um vinho na convencia do condômino, me desculpem o atraso. 

Ele beijou a testa da minha namorada e trocou um selinho com Rose antes de se sentar ao seu lado na mesa. 

- Sobre o que conversavam? - Perguntou já abrindo o vinho.

- Nada ainda, papai. - Carol respondeu, achava fofo como ela dizia papai e mamãe. - Quer vinho amor? 

A encarei travada, tudo bem Carol me chamava de amor sempre, mas não na frente dos seus pais! Pais esses que até uns dias atrás me odiavam! Arregalei os olhos e a vi segurar a risada, claramente se divertindo com meu nervosismo. 

- Acho melhor não. - Sorri sem graça, mentira eu queria sim.

- Ela quer, papai. - Carol colocou um pouco na minha taça. 

Apesar de não ter 21 ainda, depois de muitos coquetéis empresariais acho que tanto meus pais quanto o de Carol eram bem liberais na questão "taças de champanhe e vinho". 

- Respira, Day, ninguém vai te jogar pela janela. - Rafael brincou.

- Deixem a menina em paz, vocês dois. - Isaias me defendeu. - Nós sentimos muito pela forma como te tratamos antes, Dayane, mas não se preocupe você pode mesmo respirar. - Ele piscou para mim. 

- Somos pessoas civilizadas, a gente te joga pela janela depois do jantar. - Rose brincou.

Eu ri de nervoso enquanto Caroline e Rafael riam com leveza, eu esperava mesmo terminar aquele jantar viva. E felizmente foi o que aconteceu, comemos conversando sobre várias coisas, não me opus a responder nada porque queriam que Rose e Isaias me conhecessem mesmo e vissem que eu não era nenhum tipo de monstro que pensaram antes. 

Quando foi dando dez horas me preparei para ir embora, mas antes que eu pudesse colocar os pés para fora da mesa Carol segurou minha mão e me disse que precisava me mostrar algo em seu quarto. 

Fiquei curiosa com a tamanha urgência que ela parecia ter e tomei um susto ao ter minhas costas prensadas em sua porta logo após passar por ela. Minhas mãos correram para sua cintura e eu me entreguei ao beijo abrupto que Carol me dera. 

- Dorme comigo. - Ela pediu ao nos afastarmos um pouco. 

- Amor... 

- Por favor, não precisa ser aqui. - Ela beijou meu maxilar.

- Tem certeza que quer pegar o carro e ir até Bayside? - Perguntei me deixando levar.

Meus pais tinham um apartamento em Bayside, praticamente do outro lado da cidade, mas era perto da praia e eu gostava de ir para lá com Carol quando ainda fazíamos nossas fugidas de madrugada. 

- Amooor, não quer dormir comigo? - Olhou em meus olhos.

- Com você me olhando assim é difícil dizer não. - Fui honesta. 

- Vou levar isso como um sim. - Ela beijou minha bochecha. - Vou fazer uma mochila e falar com meus pais, te encontro na garagem?

Não tinha como negar as coisas para Caroline, não quando se era tão boba apaixonada quanto eu. 

- Tudo bem, tudo bem. - Dei um sorrisinho. - Não demora, hein? 

Ela me levou até o elevador onde trocamos mais um beijo antes que eu voltasse para casa rapidamente. Fiz uma pequena mochila e peguei a chave do apartamento em Bayside, avisei minha mãe já que meu pai já havia dormido e peguei o elevador mais uma vez, agora indo para garagem. 

- Cheguei! - Minha namorada avisou sorrindo. - Desculpa a demora, tive que procurar um casaco.

Caroline sentia muito frio naquela área da cidade, acho que por ser mais perto da água do que a onde morávamos. 

- Eu meio que trouxe um pra você também. - Mostrei o moletom em minhas mãos. - Fiquei com medo que esquecesse, eu sei que você sente frio...Enfim.

Ela veio até mim e me deu um beijo lento enquanto pegava o moletom de minhas mãos.

- Eu te amo, obrigada. - Beijou minha bochecha antes de abrir a porta.

- Eu também te amo, amor. - Devolvi o beijinho dando a volta no carro.

Não enrolamos muito mais ali, estava esfriando e o caminho até Bayside ainda levaria mais uma hora e meia. Sorri bobinha ao entrar no carro e perceber o radio já ligado, encarei Carol por alguns instantes antes de dar partida, mesmo depois de um dia inteiro ela continuava impecavelmente linda e eu...Bem, estupidamente apaixonada.  


Oi gente tudo bem? :)

Bom, só queria avisar que faltam apenas dois capítulos :( ambos terão um salto temporal, ok? Inclusive o próximo está bem grandinho :) Enfim, obrigada todo mundo que esteve por aqui, se cuidem viu?

Até a próxima, tchauuu!

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora