A ESCOLHA CERTA

3 - Memorias

- sua vadia - mamãe fala puxando meus cabelos dou um grito agudo com a dor presente.

- mamãe eu não fiz por querer, eu juro, eu conserto, eu posso....... - ela me corta dando um tapa em meu rosto, e então não suporto a dor e acabo sedendo derrubando minhas lágrimas, que estavam presas.

- O que já te disse? Hum? Fala! Eu disse pra não chorar. Sua garota mimada, pois agora você vai aprender a me respeitar, sua inútil. - Ela diz me arrastando pelos corredores daquele lugar sem vida.

A vejo indo pro lugar onde mais temo, a razão do meu desespero, das noites mal dormidas, dos pesadelos, das cicatrizes.

- Não, não mamãe eu prometo que irei respeitá-la, por favor, não me deixe aí mamãe, eu lhe imploro. -falo com a terrível sensação crescendo dentro de mim.

- Agora você implora? Pois saiba que não me comove nem um pouco. Eu quero que você morra garota. Mais até no momento estou com muitos problemas, não tenho tempo de esconder um corpo. - ela diz friamente.

E então ela abre a porta da aquele terrível local, que até onde se encontra meu inferno pessoal, e então me desespero, pensando em algum milagre pra me tirar desse lugar, dessa casa, dessa família, desse mundo.

Meu desespero vai aumentando cada vez mais, até que escutamos o toque da porta.

- Fique aqui, não ouse sair. -Ela diz me olhando com seu olhar pisicotico e concordo com a cabeça.

O barulho de seus saltos irritantes são ouvidos pela casa inteira, e então pergunto a mim mesmo. O que eu fiz para merecer tudo o que estou passando? Será que em outra vida já fiz algo para merecer o que estou passando? Eu só queria que tudo acabasse, ou que eu acordasse desse terrível pesadelo e ter uma família normal, eu só queria ser normal!

- Querida temos visita! Se arrume e desça. - Escuto a voz dela e me levanto as pressas agradeço mentalmente.

Sei que alguém deve ter chegado, alguém de extrema importância. Vou para o porão onde fica minhas coisas. Pego o vestido e os sapatos que são "para ocasiões importantes" palavras dela, vou em direção ao banheiro e levanto meu rosto olhando o estado deplorável em que me encontro. O lado esquerdo de minha bochecha se encontra vermelho, meus olhos estão vermelhos por conta das lágrimas não derramadas, meus braços com marcas de seus dedos. E então as lágrimas que estava segurando até o momento, não consigo mais segurá-las elas saem de meus olhos sem permissão, e um soluço sofrego sai de minha garganta.