Mr. Beauchamp

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Não tenho muito a dizer sobre esse capítulo, apenas que é um dos meus favoritos e eu espero que gostem.

Não gosto dessa coisa de meta de comentários, mas ficaria muito feliz se pudesse alcançar 100 comentários nesse! Então quem puder ajudar!

Enfim, boa leitura vidas! 🤍

— ANY GABRIELLY

As pessoas sempre tendem a colocar suas expectativas em outras pessoas, mesmo que não seja intencional, sempre acabamos nos apegando mais a alguém e são raras as situações em que realmente não nos desapontamos. Talvez o problema seja que nunca, confiamos de verdade nesse alguém, que desde o início, já nos preparávamos para a decepção. Mas então, um dia você encontra alguém, um alguém que parece que pode mudar toda sua realidade, a decepção não está inclusa, quando você da o lugar dela, para o amor.

Amar é algo tão ridículo e lindo. Crescemos assistindo filmes de princesas, que não importa oque aconteça, eles sempre terminarão juntos e felizes para sempre, mas os filmes não mostram as lágrimas que a princesa provavelmente derramou pelo príncipe, não mostra as brigas, os gritos e então... a decepção.

Estava decepcionada. Porém, dessa vez, comigo mesma. Porque por mais que Joshua não tivesse conseguido, eu tinha ou pelo menos, achei que tivesse.

Quando li sua mensagem naquela madrugada, me senti decepcionada comigo mesma, porque eu fiz a mesma coisa que ele fez comigo, o dei esperanças de um futuro, onde nós dois estaríamos juntos e então, eu acabo entrando em um relacionamento com o outro. Josh nunca recebeu uma resposta daquela mensagem, mesmo que eu quisesse muito, mas o que eu diria? Iria me desculpar por ser medrosa e não querer arriscar de novo? Diria a ele que eu o amava tanto que me assustava? No final, não existia uma resposta certa e por isso escolhi o silêncio.

Nos encontramos mais vezes durante os dois meses que se passaram desde que ele enviou a mensagem, em uma festa ou outra, já que Sina tinha se tornado amiga dele, em algumas festas ele estava acompanhado, na maioria, se ocupava em beber um pouco e tentar conversar com todos. Podia ver que ele estava tentando me ignorar, entretanto, só bastava que nossos olhares se encontrassem por poucos segundos, para que eu pudesse enxergar nele o mesmo que enxergava em mim, logo após que tudo terminou.

Meu relacionamento com Cooper estava longe de ser perfeito, na verdade, me perguntava em que momento da vida, eu passei a aceitar tão pouco. Não conversávamos muito, o trabalho tinha deixado de ser algo divertido e entre amigos, para um cenário de ciúmes e escape um do outro, tudo que importava, era se nossa foto no feed do Instagram tinha ficado bonita o bastante, para recebermos elogios de amigos. Sabia que ele gostava de mim, a diferença era que não nos amávamos, apenas atuávamos muito bem.

Fingir que estava tudo bem, tinha se tornado um dom meu.

Podia ver o loiro do outro lado do salão, ele estava sorrindo enquanto conversava com alguns amigos, estava abraçando a irmã mais nova -que no momento, me odiava- e talvez, essa tenha sido a visão mais linda que tive nos últimos 90 dias. Ele era tão bom em fingir também, se eu não tivesse a consciência de que o quebrei por completo, diria que ele estava mais feliz do que nunca.

As vezes eu queria que ele demonstrasse que ainda me queria, que ainda me amava, queria pedisse para mim voltar e tentarmos de novo. As vezes eu queria que ele continuasse fingindo, porque assim, minha mentira sobre estar bem e feliz, seria mais fácil de ser sustentada.

Estávamos todos em um cassino, com certeza, era um dos vários que Josh possuía mas ninguém ali sabia disso. Tinha entrado de férias e vir comemorar, pareceu quase uma obrigação quando Cooper chegou dizendo que precisávamos ir aquela festa. Sina e Nicolas, estavam dando certo, eles eram dois insuportáveis, mas dois insuportáveis que eu adorava, o mentiroso, parecia realmente gostar da minha amiga e eu ficava feliz por ela.

Tudo estava indo bem, eu fazia papel de namorada perfeita com devoção, sempre ao lado de Cooper, rindo de suas piadas ruins ou sorrindo atoa, parecia tudo no devido lugar, até eu notar uma movimentação estranha.

Passo os olhos pelo salão e encontro, Josh, Noah e Sofya, conversando, mas pareciam estressados, a loira estava falando no telefone e o irmão, após escutar algo que ela o disse, socou a porta de madeira com raiva, passando as mãos pelos cabelos. Ele diz algo para Noah, que saiu correndo dali segundos depois.

Que merda estava acontecendo?

Observo o salão mais uma vez e agora meus olhos param na porta de entrada, onde oito homens de preto, se encontravam parados, um deles fumava e não era preciso muita atenção, para ver que estavam armados.

— Temos que sair daqui... -digo baixo, sentindo minhas mãos começando a tremer- Coop, temos que sair daqui... -repito puxando o braço dele, ele me questiona mas eu não consigo escutar nada- Cooper nós...

Não consigo acabar de falar. O barulho do disparo alarma todos e não demora dez segundos para que todos comecem a gritar e correr para todos os lados. Sentia todo meu corpo entrando em desespero, pessoas batiam contra meu corpo por estarem correndo e nesse meio tempo, acabei me soltando do meu namorado. Outro disparo, faz com que eu saia do transe e tente sair dali. Grito por Cooper e tento achá-lo, estava impossível de andar direito. Outro desparro. Mais gritos. Fico atrás da pilastra e só então percebo que estava chorando alto, minhas mãos tampavam meus ouvidos e todo meu corpo tremia.

Estava tendo um ataque de pânico.

Tudo ia ficando fosco e minha visão turva pelas lágrimas, de repente tudo passou a ficar em câmera lenta. Outro disparo. Grito. Fecho meus olhos com força e tento pensar em algo que me fazia feliz. Minha mente me leva até o dia que eu e Josh fomos conhecer meu apartamento em LA, estávamos felizes e bem um com o outro. Quero voltar para lá. Por favor Deus, me leve de volta para aquele dia.

Ouço alguém dizer meu nome em meio a multidão. Abro os olhos e procuro por quem seria. Ouço outra vez e mais uma. Josh estava na minha frente, segurando meu rosto e pedindo para mim reagir.

— Any por favor! Vamos! Temos que sair daqui! -ele implora me sacudindo e então percebo, que eu estava completamente paralisada.

— A Sina... ela... ela tava perto da porta... -é tudo que consigo dizer enquanto ele me levanta e começa a me levar para algum lugar.

— Ela já está no helicóptero, precisamos ir rápido antes que nos larguem aqui!

Josh parecia com medo. Ele nunca tinha medo.

Quando a consciência volta ao meu corpo, permito-me segurar sua mão e então corremos o mais rápido que precisávamos, os disparos não tinham parado e acabo gritando quando um acerta um dos degraus da escada que subíamos. Desconhecia a última vez que tinha subido uma escada tão rápido.

O loiro empurra a porta de emergência e então posso ver o helicóptero que estava somente esperando por nós. Minha amiga estava lá dentro, chorando em desespero e Noah tinha a mão estendida para ajudar a entrarmos.

— Sobe logo! -Josh grita para mim e eu o faço, ele retorna para a porta e atira algumas vezes.

O helicóptero começa a subir e o desespero toma conta de todos ali que o esperavam, começamos a chamá-lo sem parar e como cena de filme, Josh atira uma última vez contra alguém e corre, conseguindo agarrar a mão de Noah, que o coloca para dentro.

— Que merda acabou de acontecer?