César chegou desesperado ao apartamento da Victoria, tentou voltar a falar com o José Eduardo, mas não conseguiu, também tentou ligar para a Gaby, só que ela não atendia. Por sorte, César logrou a chegar com a metade do tempo que levaria, conhecer o porteiro facilitou que ele subisse de imediato. Ao sair do elevador, ele ouviu barulhos, que com certeza vinham de dentro do apartamento dela. César insistentemente apertou a campainha, mas ninguém abria a porta, o que estava deixando-o muito mais desesperado, os barulhos continuavam, César percebeu que não teria alternativa a não ser de derrubar a porta a baixo. E justo quando ele estava se armando para fazê-lo, a porta abriu e ele viu a Gabriela o olhando em pânico.
**********
Eu não quero conversar
Sobre as coisas que nós passamos
Embora que isso esteja me machucando
Agora é história
Eu joguei todas as minhas cartas
E foi o que você fez também
Não há mais nada a dizer
Mais nenhum ás para jogar
**********— Eu não sei o que fazer. — Ela disse a ele.
E César entrou, o olhar dele foi em direção ao chão que tinha vidros quebrados para todos os lados, as janelas de vidro também estavam quebradas, César olhou para Gaby, como que perguntando o que tinha acontecido ali e ela apenas fez um sinal com o olhar e ele olhou para onde ela indicou e lá estava ela, encostada a parede com um vaso na mão preparada para atirar.
César engoliu a seco, nervoso.
— Ela fingiu por muito tempo, em algum momento ela teria que cair. — Gaby sussurrou para ele.
Mas César não prestou muito atenção, estava concentrado demais olhando para Victoria, não parecia nem um pouco a Victoria que ele conhecia, nem de longe parecia a sua Victoria. O olhar dela tão diferente, tinha algo que ele jamais tinha visto antes, estava toda descabelada, com a roupa rasgada, descalça e pelo sangue no chão, ela devia ter cortado o pé e ele olhando bem, viu que ela tinha cortado a mão também.
Gaby os deixou sozinhos.
**********
O vencedor leva tudo
O perdedor fica menor
Ao lado da vitória
Isso é um destino
**********César ficou a observando em silencio, ela estava de cabeça baixa, com o cabelo todo no rosto, mas ele conseguia ver que ela o olhava. Ele cuidadosamente deu um passo a frente e quando ele foi dar outro, Victoria atirou o vazo que segurava nele.
— Não chega perto de mim. — Ela gritou. — Tudo isso é culpa tua. Toda a minha desgraça é por tua culpa, te odeio por isso. Eu nem sei mais quem sou eu, olha as coisas que faço. — Victoria passou as mãos pela cabeça olhando para aquela sala destruída, que era o mesmo modo que ela se sentia. — Você me destruiu!
César não falou nada, continuou parado, assustado, não sabendo o que fazer, ela continuava sangrando e isso o preocupava cada vez mais.
— Quer saber o que está acontecendo aqui? — Ela ergueu o queixo, encarando-o. — Você quer saber o que houve comigo? Quer saber por que estou tão perdida? Você! Você me atropelou. — A voz dela quase não saía, engasgada pelas lagrimas.
— Victoria... — Ele falou com um pouco de medo da reação dela.
— Não! Por favor, por favor, não fala nada.
— Tudo bem...
Victoria voltou a se apoiar na parede e apenas ficou chorando. — Eu só estou tão exausta...
— Eu sei. — Ele devagar foi se aproximando dela.
— Não, você não sabe. — Victoria começou a andar de um lado para o outro. — Não sabe o quanto tudo isso está acabando comigo... É o pai do meu filho que continua me ameaçando... É esse casamento, que todos ficam criando expectativas... Estou tão exausta, exausta de fingir estar feliz, de fingir que estou de pé, de fingir ser sua amiga e mais cansada de tentar te odiar, isso está acabando comigo. Eu não quero mais odiar você. — Ela respirou fundo, tentando controlar o choro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
La Tekila - Proibida Pra Mim
FanfictionVictoria Ruffo e César Évora se conhecem ao protagonizar uma novela juntos e a cada dia que passa vão se aproximando mais, descobrindo interesses em comum, passam a gostar de estar juntos, até que um dia mesmo negando, percebem que existe algo difer...