Victoria e César partilhavam um sofrido e longo olhar, os dois ainda continuavam parados um em cada canto daquele pequeno camarim. Eles estavam atormentados por confusas emoções, se olhavam com mágoa, raiva, decepção, ressentimento, ódio, tesão, amor, luxúria... Tinham tantos sentimentos entre eles.
— César se você vai ficar aí só me olhando é melhor ir embora. — Victoria finalmente conseguiu falar.
— Precisamos conversar. — César a observava com atenção.
— Você já disse isso, mas quero lembrar que não temos nada para conversar, você já falou tudo o que queria e quando eu quis falar, você não me ouviu, pois agora não tenho mais nada para falar. — Ela o olhou friamente.
— Pois eu tenho.
— Vamos acabar logo com isso. Não quero conversar com você, não quero mais nada com você. E se você veio aqui para me humilhar novamente, por favor, se retire.
César abriu a boca e em seguida fechou, apenas olhando para ela duramente.
— César, entre nós já está tudo acertado, eu sou uma vadia que brincava com você enquanto marcava a data do casamento com outro. Como você mesmo disse, o que aconteceu entre nós já é coisa do passado, foi um erro, então, por favor, me deixa em paz. — Ela tentava se controlar para não começar a chorar como uma patética.
— Eu nunca te chamei de vadia. — César disse com firmeza.
— Não! — Ela gritou. — Então quando você disse que cada noite eu dormia com um homem diferente estava me chamando de que?
César passou as mãos pelos cabelos.
— Sei que estraguei tudo, me perdoa, me deixa explicar.
— Te deixar explicar? Eu quase implorei para você me deixar explicar e você não deu à mínima. Só pisou em mim mais ainda. — O tom dela foi mais forte do que ela imaginou.
— Victoria, eu sei como você se sente, sei que está magoada. — Ele disse pacientemente.
— Sabe? Tenho certeza que não sabe, pois se soubesse calaria a boca e sumiria da minha vida. — Victoria estava tão brava com ele, que se sentia sufocada.
— Então devo te lembrar de que eu vi um homem te pedindo em casamento. Você acha que isso não me magoou? — César disparou.
— Eu sei que o que viu foi difícil para você, mas você podia ter feito qualquer coisa, até dizer para ele que nós tínhamos um caso, qualquer coisa, menos fazer o que fez. Mas claro que você jamais poderia assumir que temos um caso, jamais ia fazer algo que colocasse em risco o seu casamento perfeito com a esposa perfeita. — Ela ironizou.
— Victoria, por favor. — Ele baixou o tom de voz.
— Por favor, digo eu, César. Só quero lembrar que foi você que acabou com tudo, então não estou entendo qual a razão dessa conversa. — Ela elevou a voz.
— Eu só quero tentar te explicar. — Ele disse calmamente, como se estivesse com medo da fera dentro dela.
— Não precisa me explicar nada, tudo já ficou bem claro.
— Já? Então me explicar, pois para eu ainda estar tudo muito confuso.
— Eu não tenho nada a te explicar, você que devia ter me dito desde o começo que tudo isso não passava do seu joguinho habitual. Você me usou, César, eu fui avisada da sua fama de mesmo sendo casado gostar de seduzir as mulheres com quem trabalha. Você que devia ter sido sincero comigo antes de tudo acontecer. — Ela gritou as suas acusações.
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La Tekila - Proibida Pra Mim
Fiksi PenggemarVictoria Ruffo e César Évora se conhecem ao protagonizar uma novela juntos e a cada dia que passa vão se aproximando mais, descobrindo interesses em comum, passam a gostar de estar juntos, até que um dia mesmo negando, percebem que existe algo difer...