Liberdade concebida

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– Minha mãe?! Por que ela?

– Amy disse-me estar disposta a consertar os mal entendidos que vêm ocorrendo entre vossa alteza e seus progenitores. Então ela decidiu que expressaria como se sente em relação a tudo isso com a rainha, pois considera-a mais compreensível. Não posso ir contra suas vontades, então deixei-a ir, ainda que externizava bastante confiança.

– E quem disse que quero fazer as pazes com meus pais? – retruquei.

– Sonic – Shadow me cutucou, num tom repreensivo.

– O que? Isso é problema meu, ela não tem esse direito.

– Já disse o quanto a paz familiar é importante e pode te trazer mais oportunidades dentro do vínculo real.

– Sir Lancelot está certo – concordou Blaze – Deixe-a te ajudar, tem um bom coração e quer vê-lo bem. Isso trará impressões positivas à visão da rainha também. Além do mais, será um diálogo de dama para dama, posso assegurar-te que boas notícias virão – a escudeira levantou-se, dando leves tapinhas em sua roupa – Bem, é melhor eu ir, tenho algumas tarefas pendentes – assentimos e ela foi calmamente retirando-se do local, mas parou antes de abrir a porta – Ah, e considere a ideia de vestir algo que cubra essas marcas, alteza, elas não são para nada discretas – apontou pra' região do peito. Corei subitamente – Era isso. Agora com licença – e saiu após uma breve reverência.

– Não sei não, eu acho que elas ficam super bem em você – Shadow aproximou-se por trás e sussurrou em minha orelha – Me dão vontade de fazer mais.

– A- haha, sim, só me consiga algo apropriado enquanto minha outra capa não fica limpa – afastei-o nervoso.

– Como preferir. Aguarde aqui um instante – assenti, ele pôs seu capacete e saiu. Suspirei sentando-me novamente e pondo uma mão sobre a testa, com o rosto em chamas. Eu precisava começar a medir meu autocontrole, por mais difícil que fosse.

AMY ON

Estava determinada. As pontas de meus dedinhos do pé já doíam de tanto andar pelo castelo e não encontrar rainha Aleena. Foi eu cruzar com uma janela e avistar ela no jardim, próxima à fonte.

– Majestade – esta virou seu rosto calmo e sereno para mim.

– Oh, minha querida, como vai? – ela é tão gentil comigo que as vezes confundo-a com minha própria mãe.

– Não sei se me sinto bem – aproximei-me dela, à beirada onde a água límpida corria.

– O que aconteceu, está doente? Precisa que chame um curandeiro? – desviei o olhar para baixo, vendo seu semblante preocupado ser refletido.

– Não, minha saúde é boa, mas algumas coisas estão me incomodando – ouvi um largo suspiro. A moça sentou-se ali mesmo e supôs:

– Meu filho não possui o dom do cavalheirismo, mas posso resolver isso à minha maneira.

– Não, não, o príncipe é bom comigo – a mais velha encarou-me enquanto sentava ao seu lado – Em realidade, não estou aqui para conversar apenas sobre nossa relação, mas também sobre a relação que vossa alteza e o rei têm com para ele. Desculpe se estou soando intrometida, porém posso assegurar que pelo período que estive vivendo aqui, ele não merecia tais repreensões.

– Minha anjinha, se eu estivesse em seu lugar, também defenderia meu amado em uma situação como esta. É compreensível que sinta-se dessa forma, mas não retiro o que julgo estar errado. Ele ainda nega matrimônio, desrespeita ordens, até saiu escondido para um... bar. Além de que seu escudeiro compactua com tamanhas injúrias, não se faz valer por si...

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