Perigo oculto

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SHADOW ON

Retornamos antes do pôr do Sol, assim como rainha Aleena havia nos ordenado. Seu marido passara o dia bastante atarefado junto dela e nem notou nossa falta. Adentrei meu quarto, lavei o rosto retirando a leve maquiagem e pus a armadura, voltando para onde encontrava-se o príncipe, ajudando-o a arrumar-se com sua regular vestimenta, capa e tênis; logo começou guardando as lembranças que nos foram presenteadas. Ele estava feliz ao abrir uma caixa e colocar a foto dentro com todo cuidado.

– Qual o motivo do sorriso bobo? Eu posso saber? – perguntei zombeteiro e não achei que fosse contestar tão emotivo:

– É a primeira foto em que aparecemos juntos – selou o papel, acomodando-o novamente na caixa, por fim trancando esta, junto das flores, dentro do armário – Não serei descuidado como da última vez, quero mantê-la comigo pro resto da vida – levantou-se dali, cerrando a prateleira – Porque só de olhar para ela, me sinto mais próximo de você.

– Sonic... – elevei o escudo de proteção do capacete, vendo-o com mais clareza, adorável.

– E dos meus amigos também, é claro, foi tão bom revê-los – coçou atrás da cabeça, desconcertadamente, indo em direção à mesa de arrebiques, apoiando-se nela, encarando-se no espelho redondo sobre a mesma e suspirando desanimado – Queria ter ficado para a festa, há essas horas devem estar se divertindo bastante.

Podemos nos divertir bem mais do que eles – soprei-lhe fraco por detrás, envolvendo meus braços ao redor de sua cintura. Ele arregalou o olhar, fitava sua expressão de forma luxuriosa através do reflexo.

– S-Shadow, eu-

– Vi como você ficou me olhando depois de tocar o piano, achou que não notaria?

– E-eu só- huhm?! – encochando-o, apertei-lhe mais contra o móvel, que trepidou levemente, deleitando-me com sua feição constrangida, pressionando os dedos à mobília num calafrio.

– E também quando peguei aquele buquê... – fui subindo devagar, passeando minhas mãos prateadas por seu peito – ...gostaria de pegar você.

– Ahh~ Shadow... eu s-só não-

– Vamos, admita – desprendi sua capa – Admita que me quer... – o tecido escorregou por seu corpo, até decair sobre o tapete. Ele engoliu em seco, muito corado à medida que esfregava-lhe meus quadris – Apenas diga e eu farei – proferi baixinho, roçando vagamente os lábios por sua orelha.

– Naah... nã...o – rejeitou num suspiro exitante, mas excitado, pendendo a cabeça para baixo.

– Pare de me provocar – segurei seu rosto, pressionando polegar e indicador de cada lado por suas bochechas ruborizadas, erguendo-o outra vez – Vê? Esse é o tipo de expressão gostosa que você sempre faz – ele afastou parcialmente as pernas, um pouco trêmulas, cerrando os punhos, apoiando-se somente com os antebraços no móvel, que estralara baixo por seus movimentos.

– Aahh... isso, isso p-porque, ngh... – aquela voz desorientada e fraquejante, aquela boca salivando entreaberta, aquele olhar implorador e apaixonante. Ele estava quase entregue, mas por algum motivo, continuava resistindo às sensações.

– Esse seu jeito rebelde só me faz ficar mais louco para te foder – inclinei-me e volteei seu rosto para o lado, invadindo sua boca convidativa, puxando sua cintura até sentir as nádegas dele provocando minha entreperna num rebolar leve e sutil.

– Mhum... nnha, mmmhaah Shadow... – afastou seu rosto – P-para, por favor... isso é... vergonhoso – encarou-me pelo espelho por um instante, mas desviou rápido seu olhar logo em seguida, respirando um pouco agitado. Sorri traiçoeiro:

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