VI- Podemos ser próximas assim?

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Carmem tocou a campainha da grande casa esperando que a adrenalina da sua ideia impulsiva não passasse de repente.

Fazia pouco mais de meia hora que havia anoitecido e Wollinger torcia para que a mulher ao menos estivesse em casa.

A porta se abriu do mesmo jeito que da outra vez, e de novo Violet sorriu, ela suspirou aliviada espelhando a expressão da outra

—Você voltou—Ela disse e deu espaço para que a mulher pudesse entrar. Ela o fez

—Está ocupada?—A platinada evitou olhar em seus olhos, desviando-os para o par de capacetes em seus braços. Aquela era só uma parte do que havia preparado.

A mulher balançou a cabeça.

—Não…Eu acabei de sair de uma reunião.—Fechou a porta se apoiando na mesma.

—Ótimo. Tem cinco minutos para trocar de roupa e vir comigo. —Violet levantou as sobrancelhas —Eu prometo que você não vai se arrepender.

—E…onde vamos? —A loira mordeu o lábio analisando a situação.

—É surpresa. Mas precisa ser rápida.

Baudet riu baixo.

—Tudo bem, fique a vontade, eu já desço.

Carmem se encostou na parede quando ela sumiu pelas escadas. Seu celular vibrou no bolso da jaqueta, mas ela não se deu o trabalho de atender. Ela se voltou para os quadros na outra parede, três fotos com uma fina moldura dourada.

A primeira era a foto mais antiga. Violet tinha os cabelos soltos com um lago como cenário de fundo, haviam duas crianças pequenas ao seu lado exatamente iguais, e talvez fossem como uma versão mais nova da empresária. A segunda era uma premiação datada de três anos atrás, ela se lembrava daquela festa, mas havia saído cedo demais para que pudesse vê-la. E a terceira era uma versão mais recente da primeira foto no mesmo lugar, mas com um ângulo diferente, desta vez era possível enxergar uma grande casa ao fundo.

Wollinger sorriu se aproximando das fotos, havia uma felicidade genuína que brilhava nos olhos da foto, não era como os sorrisos que ela havia visto. Aquela talvez fosse a versão mais feliz de Violet e ela mal podia esperar para ver um daqueles ao vivo.

—Elas fizeram dez anos no verão passado.—A voz a fez dar um salto para o lado, a mulher riu.—É a casa dos meus avós, agora virou...uma casa de férias.

—Se parecem com você.—Carmem a encarou, os cabelos agora estavam soltos, ela vestia uma calça preta e uma camisa social de mangas curtas vermelha, os três primeiros botões estavam abertos de modo que era possível ver a regata preta por baixo.

—Parecem. —Sorriu—Elas provavelmente virão nas férias…ou eu irei para lá. Pode conhecê-las pessoalmente. E levá-las no carrossel.

—Parece divertido —Carmem riu estendendo um dos capacetes—Mas você vai ter que ir também.

—Faço qualquer coisa por uma boa companhia.—A mulher encarou o objeto nas mãos—Inclusive é uma hora perfeita para falar que eu não subo em uma moto faz 20 anos.

—Não se preocupe—A loira sorriu quando elas saíram—Não vamos muito longe.

—Não tem nenhuma pista para mim?

—Não vou sequestrar você —Carmem riu—Mas eu prometo que será inesquecível.

A loira mordeu o lábio

—Tudo bem então

Mon Dieu!—Foi a primeira coisa que a platinada escutou assim que parou no semáforo, o aperto em sua cintura era tão forte que ela mal conseguia respirar. Wollinger encarou a mulher pelo retrovisor e foi impossível segurar o sorriso que surgiu em rosto.

Nêmesis - CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora