XI- Tulipas Amarelas

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Boa noite com Capítulo bônus!
Boa leitura e me digam o que estão achando
#teamPaula #teamViolet

💄

Carmem encarava a loira, o lençol branco cobria as suas costas, mas ainda era possível ver uma cicatriz no ombro esquerdo, grande demais para um acidente na infância. Violet estava de bruços, o corpo apoiado sobre alguns travesseiros, mantendo o mesmo olhar silencioso que o dela.

A mulher esticou a mão ajeitando a franja da platinada apoiando o rosto sobre o outro braço.

—É hora de termos aquela conversa?—O sotaque parecia mais forte agora, Carmem havia notado que aquilo dependia do humor, ou sono, e que poderiam ser apenas algumas letras pronunciadas de forma diferente ou frases inteiras em francês.

—Que conversa? —Ela se virou, o mesmo lençol cobria o seu corpo.

Savez-vous…(você sabe)—Ela desceu o indicador para a têmpora da mulher e então para a mandíbula. Baudet piscou lentamente, as pálpebras pareciam ficar pesadas a cada minuto. —Sobre nós, sobre…seus sentimentos, principalmente os que não são por mim.

—Os que não são por você?—Mas ela sabe o que significa. Carmem engole seco, ainda faltam algumas horas para amanhecer e há apenas a luz do abajur criando uma meia iluminação quente. —Eu…

—Eu quero saber, eu preciso saber se devo ficar ou partir—A unha traçou o seu pescoço até a clavícula.Violet a encara e ela torce para que o sono vença antes que ela precise responder, mas a platinada sabe que aquilo não vai acontecer.

—Ficar… são quatro da manhã —Wollinger torce para que a literalidade seja suficiente, mas os olhos azuis esfriam de um jeito que lhe causa calafrios.—Ela vai se casar.—Finalmente diz e um peso parece sair de seus ombros.

—E ainda não se casou…As coisas podem mudar.—Violet suavizou a expressão e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto—Você pode interromper o casamento e dizer que a ama, como nos filmes… —ela traça o indicador até o fim do ombro e então deixa a mão cair sobre o colchão. —un grand acte d'amour(um grande ato de amor)

—Não vou fazer isso—Carmem suspirou —Ela está feliz.

—Ela gosta de você, só é burra. —A loira franziu o cenho percebendo o que acabara de dizer—Desculpe…vocês são amigas.

—Precisava ver a cara que ela fez quando eu a pedi em casamento.

—Espera você o que?!—Violet agora parecia mais acordada do que nunca. A mulher se sentou não se preocupando em ajeitar a lingerie lilás.

—Foi assim que unimos as empresas, mas foi só aquele jogador fazer o pedido que ela aceitou. Foi tão fácil pra ela aceitar o pedido dele. —Carmem suspirou—Como se ele não tivesse feito ela chorar nenhuma vez, como se não tivesse partido o coração dela e depois pisado nos caquinhos.

—Você não gosta mesmo dele.

—É que eu sei como isso termina, Paula com o coração partido, abandonada no altar. Já aconteceu uma vez.

A mulher a encarou inclinando a cabeça

—E então?

—Então ela arruma algo novo para odiar.—Carmem a encarou.—Você vai ser um alvo, sabe disso.

—Eu já sou um alvo…—Ela riu juntando o cabelo em um coque no alto da cabeça.

—Por que quer destruir a empresa? —Wollinger indagou.

Nêmesis - CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora