59.batalha final

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               " o desespero vai se instalar "



Os pés de Ayla tocaram na estrada. Ela viu a rua principal de Hogsmeade, penosamente familiar: vitrines apagadas, os contornos escuros das montanhas além, a curva da estradinha que a ligava a Hogwarts à frente, e a luz das janelas do Três Vassouras; quando largou os braços de harry , Rony e Hermione, aconteceu.

O ar foi cortado por um grito que lembrava o de Voldemort ao perceber que a taça fora roubada: despedaçou todos os nervos do corpo de Harry, e ele percebeu imediatamente que fora causado por sua aparição. Quando olhou para os amigos sob a capa, a porta do Três Vassouras se escancarou e uma dúzia de Comensais da Morte, de capa e capuz, correu para a rua, empunhando varinhas.

Ayla segurou o pulso de Rony ao vê-lo erguer a varinha. Havia bruxos demais para estuporar: até porque uma tentativa denunciaria sua posição. Um dos Comensais da Morte acenou com a varinha e o grito parou, ainda ecoando nas montanhas distantes.

– Accio capa! – rugiu o Comensal.

Harry segurou-a pelas dobras, mas a capa não tentou lhe escapar: o Feitiço Convocatório não a afetara.

– Então, não está embaixo do seu xale, Potters? – berrou o Comensal da Morte que tentara o feitiço, e voltando-se para os companheiros: – Espalhem-se. Eles estão aqui.

Seis dos Comensais saíram em sua direção: Ayla,Harry, Rony e Hermione recuaram o mais rápido possível para a rua lateral mais próxima, e, por um triz, não foram pegos. Os garotos aguardaram no escuro, escutando gente correndo para cima e para baixo, os feixes de luz das varinhas dos bruxos varrendo a rua à sua procura.

– Vamos embora! – cochichou Hermione. – Desaparatar agora!

– Grande ideia – disse Rony, mas, antes que Harry pudesse responder, um Comensal gritou:

– Sabemos que vocês estão aqui, Potters, e não tem como escapar! Nós os encontraremos!

– Estavam de prontidão – sussurrou Ayla . – Armaram aquele feitiço para avisá-los da nossa chegada.
Imagino que tenham feito alguma coisa para nos segurar aqui, nos encurralar...

– Que tal uns dementadores? – gritou outro Comensal da Morte. – Se os deixássemos à vontade, eles
não demorariam a encontrá-los

– O Lorde das Trevas não quer que ninguém mate os Potters exceto ele...

– ... e os dementadores não irão matar os Potters!O Lorde das Trevas quer a vida deles, e não a alma. Será
mais fácil matá-los se tiver sido beijados antes!

Ouviram-se rumores de aprovação. O temor apoderou-se de Ayla e Harry: para repelir dementadores teriam
que produzir Patronos, e isso os denunciaria na mesma hora.

– É melhor desaparatar, Gêmeos ! – sussurrou Hermione.

Enquanto ela pronunciava essas palavras, Ayla sentiu um frio anormal baixando sobre a rua. A luz ambiente foi sugada até as estrelas, fazendo-as desaparecer. Na escuridão de breu, Ayla sentiu Hermione agarrar o seu braço e, juntos, eles rodopiaram.

O ar que precisavam para se mover parecia ter se solidificado: não poderiam desaparatar; os Comensais da Morte tinham lançado os seus feitiços, eficientemente. O frio começou a cortar cada vez mais fundo na pele de Ayla.Ela,harry ,Rony e Hermione recuaram para a rua lateral, tateando o caminho ao longo da parede, procurando não fazer o menor ruído. Do outro lado da esquina, deslizando silenciosamente, vinham dementadores, dez ou mais deles, com suas capas pretas e suas mãos feridas e podres visíveis porque seu negrume era mais denso do que o da rua. Poderiam sentir o medo por perto? Ayla tinha certeza que sim: eles pareciam estar avançando mais depressa agora, inspirando daquele jeito arrastado e vibrante que ela detestava, saboreando o desespero no ar, fechando o cerco...

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