35. Além do véu

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" um único minuto pode mudar tudo "

– Harry! – gritou Ayla .

O Comensal da Morte puxara a cabeça de dentro do vidro. Sua aparência era absolutamente bizarra, a minúscula cabeça de bebê berrando e os braços grossos se agitando perigosamente em todas as direções, por pouco não acertando Harry que se abaixara. O garoto ergueu a varinha mas, para seu espanto, Hermione segurou o seu braço.

– Você não pode machucar um bebê!

Não havia tempo para discutir a questão; Harry ouviu passos cada vez mais fortes na Sala da Profecia e percebeu, tarde demais, que não deveria ter gritado, pois denunciara sua posição.

– Vamos! – disse e, deixando o Comensal da Morte a cambalear com sua feia cabeça de bebê, os garotos correram para a porta que estava aberta na outra extremidade da sala e que os reconduziria de volta à sala escura.

Tinham coberto metade da distância quando Harry viu pela porta aberta mais dois Comensais da Morte correndo pela sala escura em sua direção; virando à esquerda, ele embarafustou para dentro de um pequeno escritório escuro e cheio de móveis, e bateu a porta.

– Collo... – começou Hermione, mas, antes que pudesse completar o feitiço, a porta se escancarou e os dois Comensais da Morte se precipitaram para dentro.
Com um grito de triunfo, os dois bradaram:

– IMPEDIMENTA!

Harry, Ayla , Hermione e Neville foram derrubados de costas; Neville foi atirado por cima da escrivaninha e desapareceu de vista; Hermione colidiu com uma estante e foi prontamente soterrada por uma avalanche de pesados livros; a cabeça de Ayla bateu contra a parede de pedra atrás, luzinhas espocaram diante de seus olhos e por um momento ele ficou atordoado e desconcertado demais para reagir.

– PEGAMOS ELES – berrou o Comensal da Morte mais próximo de Ayla . – EM UM ESCRITÓRIO DO LADO...

– Silencio! – exclamou Ayla , e a voz do homem emudeceu. Ele continuou a falar pelo buraco da máscara, mas não saía som algum. Seu companheiro o empurrou para o lado.

– Petrificus Totalus! – bradou Harry, quando o segundo Comensal da Morte ergueu a varinha. Seus braços e pernas se juntaram e ele caiu de borco no tapete ao pé de Harry, duro como uma pedra e incapaz de se mexer.

– Muito bom, Ha...

Mas o Comensal da Morte que Ayla acabara de silenciar fez um repentino gesto horizontal com a varinha; um risco de chamas roxas cortou o peito de Hermione de lado a lado. Ela soltou uma exclamação mínima como alguém surpreso e desmontou no chão, onde permaneceu imóvel.

– HERMIONE!. Gritou Ayla

Hermione caiu de joelhos ao seu lado e Neville se arrastou rapidamente de baixo da escrivaninha em direção à amiga, a varinha erguida à frente. O Comensal da Morte deu um forte chute na cabeça de Neville quando ele ia saindo – seu pé partiu a varinha do garoto em dois e atingiu seu rosto. Neville soltou um uivo de dor e se encolheu, agarrando o nariz e a boca. Ayla se virou com a varinha no alto, e viu que o Comensal da Morte arrancara a máscara e apontava a varinha diretamente para ela. reconhecendo o rosto comprido, pálido e torto que vira no Profeta Diário: Antônio Dolohov, o bruxo que assassinara os Prewett.

Dolohov sorriu. Com a mão livre, apontou da profecia ainda segura na mão de Ayla, para ele próprio, depois para Hermione.

Embora não pudesse mais falar, seu gesto não poderia ser mais claro. Me entregue a profecia ou você vai ficar igual a ela...

– Como se você não fosse nos matar de qualquer jeito no momento em que eu a entregar! – disse Ayla

Um zumbido de pânico em sua cabeça o impedia de pensar direito: tinha uma das mãos no ombro de Hermione, que ainda estava quente, mas não ousava olhá-la direito. Faça com que ela não morra, faça com que ela não morra, é minha culpa se tiver morrido...

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