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AURORA POV.

Eu estava com os braços cruzados encarando o buquê e pensando na tamanha cara de pau que o Filipe teve. Passei a mão no rosto, nervosa, mas ele não vai me amolecer assim. Joguei as flores no lixo e fiquei apenas com o chocolate. Quê? Estamos falando de Ferrero Rocher!

Abri um dos bombons, comi devagar enquanto ia respondendo os meninos que estavam fazendo maior resenha no nosso grupo no whatsapp. Eram doidos e eu estava amando ter eles tão pertinho de mim...

Lennon já era quase meu irmão, nossa conexão era absurda de tão gostosa, leve, só existia carinho, amor e cuidado como se ele fosse meu irmão mais velho, mesmo que tenhamos a mesma idade.

Geizon e eu, bom... No dia do churrasco eu terminei a noite transando com ele na sacada daquele apartamento. Todo mundo já tinha ido embora e só ficamos os dois, bebendo, conversando e acabou rolando. Foi muito bom como nas outras vezes, mas desde aquele dia, não ficamos mais. Nem só uns beijinhos, nada.

Também deve ter sido porque a trouxa aqui ficou se sentindo culpada no dia seguinte, como se eu tivesse traído alguém... é exatamente esse alguém que você pensou.  Eu sei que é loucura minha, mas eu senti ué. Vou fazer o que?

Talvez esse sentimento que eu tô nutrindo já esteja indo muito além do que eu pensava que poderia e não sei o que é pior, isso ou a sensação de está alimentando tudo sozinha.

Dois dias depois...
21h da noite
FILIPE POV.

Esses dois dias em meio aos shows e compromissos que eu tinha que cumprir, fiquei atento, esperando por uma mensagem da Aurora. Ou que ela postasse algo que aparecesse as flores nem que fosse no fundo ou sei lá. Mas ela não fez nem um e nem outro, não me mandou nada, nada. Nada mesmo, nem agradecendo as flores ou reclamando. Fiquei um pouco surpreso já que pelo menos eu já estava esperando que ela mandasse pelo menos um áudio me xingando, mandando que eu fosse pro caralho com as flores e a porra do cartão.

Eu estava já ficando agoniado e não aguentava mais ficar nesse escuro todo, precisava pelo menos tentar conversar com ela e resolver parte das coisas.

Eu cheguei tem duas horas, vindo de São Paulo que fiz dois shows lá. Num bate e volta rápido. Já tinha tomado banho e já tava pronto para dormir, mas não aguentei. Botei uma blusa, calcei o chinelo, peguei meu telefone e a chave do carro. Fiz o percurso até a casa da Aurora tentando decorar o que eu poderia falar pra ela, como eu poderia fazer ela me desculpar e me aceitar de volta ao redor dela.

Maior saudade dessa mulher.

Mas tudo sumiu da minha mente quando ela abriu a porta do apartamento. Eu mordi o lábio tentando conter a vontade de dar um sorrisinho. Medi dos pés pra cima, um micro short soltinho, uma blusinha que parecia mais um top e com certeza não tinha sutiã e nem calcinha nesse corpo. Engoli a seco, senti meu pau me incomodar dentro da cueca e arrumei minha postura, olhando nos olhos dela.

— O que você quer? — ela estava com uma colher cheia de brigadeiro na mão, passou o dedo no doce e chupou. Puta que pariu, Aurora, você não tá me ajudando.

— Oi, Aurora. — eu disse rouco e ela ergueu as sobrancelhas, fez de novo o movimento no doce e dessa vez demorou mais pra tirar o dedo da boca, chupou na maior vontade. E eu tenho certeza que ela já deve tá enxergando a marcação na minha bermuda. — Eu vim... pra gente conversar. Você recebeu minhas flores?

— Hum... recebi. — respondeu dando de ombros e se escorou no batente, ficando próxima demais de mim. Eu conseguia ver os seios dela soltos dentro da blusinha. — Conversar o que? Não tenho nada pra resolver com você.

— Você sabe que tem. — respondi e ela estava quase grudando o corpo no meu. Os bicos marcando na blusa e eu estava tentado a me manter com o pau dentro da bermuda e não dentro dela. Pelo menos não... por enquanto. — Posso entrar?

Pedi e ela cruzou os braços, aquilo levantou mais ainda os seios, eu olhei rapidinho e voltei o olhar para dentro do apartamento me certificando se ela estava mesmo sozinha.

— Não tem ninguém.

Ela respondeu antes que eu perguntasse e eu assenti, bobão do caralho, deixou na cara. Ela me deu passagem, eu entrei e ela fechou a porta.

Eterno Depois do Fim - FILIPE RET Onde histórias criam vida. Descubra agora