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aurov 🐎

— Te amo. — Filipe tava segurando no meu rosto com as duas mãos, selou minha boca e eu esfreguei meu nariz no dele. Ele tava tão cheiroso que era até ruim ter que me afastar. Arrumei o retorno no seu ouvido e ele beijou minha bochecha.

— Eu te amo ainda mais, Lipe. — ele abriu um sorriso bonito e beijou de novo, só mais rápido.

Ele precisava sair do camarim para o palco. Vi o Caio de canto brincando com um carrinho e eu sorri satisfeita. Esperei o show começar para ir lá com o Caio. Ficamos bem num cantinho assistindo tudo. Em algumas músicas o Filipe pegava o Caio e levava no meio do palco, o que fazia os fãs irem a loucura.

Ele estava cada dia mais em ascensão, as músicas estouradas, as antigas cada dia mais na ponta da língua de quem o assistia. Ele já tinha quase uma hora de show quando veio no cantinho me pegar pela mão e eu já quis chorar quando comecei a ouvir Ilusão ser iniciada.

— Hoje me sinto inspirado, sou um homem de sorte
Voando mais alto, ficando mais forte
Note que todo menino é um rei
Hoje eu sei, eu estourei um malote — Ele tava bem no meio do palco comigo, a mão entrelaçada na minha me fez rodar e parar com corpo de costas para ele. Me abraçando com as nossas mãos conectadas parada acima do meu umbigo. — No banco do carona, ela é maravilhosa
Ouvindo Madonna, dançando espaçosa
Azul e rosa, reflexo neon
Toda convicção pode ser perigosa

Filipe beijou meu pescoço e meu sorriso só ficava cada vez ainda maior no meu rosto. Eu estava feliz, com meu marido, meu filho e agora ainda mais completa.

— Com ela a vida tem momentos incríveis
Com ela todos meus sonhos são mais possíveis
Lucros invisíveis são melhores
Separados somos fortes, juntos imbatíveis.

Eu virei meu corpo de frente pra ele, pra poder abraçar, sentir todo aquele homem enorme caber num abraço tão pequeno e quentinho. Filipe continuou cantando, mas deixou um pouco o microfone de lado, retribuindo meu abraço, me apertando forte e eu senti todo meu corpo amolecendo, se esquentando e me dando, como em todas as vezes, a sensação de está em casa, segura.

— Minha pretinha... — Filipe falou baixo no meu ouvido e segurou meu rosto, me beijando na frente de todo mundo ali, ouvi uma gritaria começar, em comemoração e ele parou o beijo dando um sorriso ainda com a boca na minha.

— Suas pretinhas.

— O quê? — Ele afastou de vez o microfone e me olhava atento, sem vacilar, eu mordi meu sorriso e assenti devagar. — Não tá me gastando não, né amor?

Eu neguei rindo e ele ficou estático, meio imóvel e eu abracei ele ainda mais em mim, chegando o suficiente para falar só pra ele escutar.

— É uma menina. — sussurro devagar e dei um jeito de encostar as nossas mãos que ainda estavam entrelaçadas, na minha barriga. — Nossa Clarisse. 

— Puta que pariu, Aurora! CARALHO!

Filipe me tirou do chão, com os braços presos no meu quadril e eu não sabia se dava risada, se chorava ou pedia para me por de volta com os pés no palco.

Ele fez mas me segurou ainda nele, beijando minha boca com vontade e quando parou, eu só vi aquele par de olhos que até hoje eu tenho descobrir a cor certa, marejados e já tinha umas lágrimas escorrendo.

— Termina seu show papai, eu te amo! — selei sua boca, limpei seu rosto e me afastei dele.

O resto do show inteiro, Filipe estava ainda mais feliz, ainda mais lindo, pulava cada vez mais alto, cantando forte e se dividia em me olhar e me dá alguns sorrisos de presente. Os olhos estavam ainda mais brilhosos e eu já estava com o meu menino no colo, beijei seu rostinho e ele deitou a cabeça no meu ombro.

Eu tenho a vida que sempre sonhei. Com o Caio dos meus sonhos. Meu marido e a Clarisse dos sonhos dele. Essa é a nossa família.

fim.


Eterno Depois do Fim - FILIPE RET Onde histórias criam vida. Descubra agora