AURORA POV.
Terminei de fazer o macarrão e pedi o Lipe pra ajeitar a mesa, ele já tinha tomado banho e eu precisava do meu. Entrei no quarto e minha mochila já estava ali, peguei um moletom, um conjunto de lingerie e minha necesserie que eu sempre deixava lá na casa do Filipe. Tinha umas coisas básicas, tipo desodorante, refil de perfume/hidratante, liptint, base e umas bobeiras dessas. Só não ia usar as maquiagens, não iria sair mesmo, então não tinha necessidade disso.Tomei meu banho quase ficando por ali mesmo de tão boa que estava a água, sai do banheiro e fucei a mochila dele, era certeza que tinha e eu achei. Meias. Calcei e desci.
Filipe estava na salinha acendendo a lareira e eu passei direto pra cozinha. Maior fome, já era mais de nove da noite.
Ele tinha ajeitado tudo bonitinho, botou até taça só com água e a que estávamos bebendo vinho também estava ali. Homem prendado, tá?— Lipe!!!! — chamei, estava me servindo e já tinha colocado o dele. Eu odiava comer sozinha, claro que acontecia de comer... mas se tivesse alguém assim perto, eu chamava mesmo. Tipo o Lipe ou os meninos, eles já até sabiam dessa minha neura. — Lipe...?
— Tô indo, amor. — ele respondeu calmo e eu senti o coração de novo errando as batidas.
Olha, esse homem ainda vai me matar.
— Consegui acender, quando a gente for pra lá vai tá quente já. — ele passou por trás de mim, beijou meu pescoço e sentou na cadeira do meu lado. Eu busquei um suco na geladeira e um copo. Sentei e começamos a comer.
— Caralho, isso fica sempre melhor. — Filipe resmungou de boca cheia e tinha uma das mãos fazendo carinho na minha perna.
— Eu sou braba, respeita minha história.
— Brabona, pô.
— Tá de deboche?
— Não, amor. Nenhum.
— Tu gostou né? — bebi do meu suco e olhei pra ele. — Fica aí todo gostoso me chamando de amor.
— Ué, normal.
— Não, normal é o minha preta. — ele abriu maior sorrisinho.
— Tu é a única pessoa que fica pra cima e pra baixo me chamando de Lipe, porquê?
— Sou egoísta e gosto de ser exclusiva.
— Então amor, igual pô. Só eu te chamo de minha preta. Ou tô errado?
— Não tá. Os meninos só chamam de preta.
— Tá vendo só? Mais um sinal que tu era uma parada só minha, tu que não se ligou. — ele respondeu apontando pra si mesmo e depois negou como se estivesse indignado.
— Você é cheio de gracinha né? — bati em seu ombro e ele assentiu rindo.
A gente jantou em meio das bobeiras e depois lavamos a louça juntos, eu peguei a bolsa que tinha os chocolates e carreguei junto da minha taça e o vinho. Filipe veio mais atrás e a gente deitou no tapete, era daqueles bem fofinhos, cheios de pelos. Esquentava bem e não passava a friagem do chão.
Estava olhando as chamas da lareira, era muito bonito, não estavam tão altas e o contraste das cores me chamava atenção.
— Tá pensando no quê?
— Em nada. — Sorri pra ele e ele ficou me olhando. — Que foi?
— Aquela parada de gravidez ficou na minha mente, tu pensa em ser mãe?
— Penso. Eu sonho sempre com um menino chamado Caio, tenho certeza que ele ainda vai ser meu filho. — respondi com um sorriso tímido no rosto e olhando o vinho da minha taça, antes de beber um pouquinho. — Quer ter?
— Quero uma menina.
— Menina?
— É pô, bagulho de ser toda princesinha. — ele sorriu largo e eu acabei rindo junto. — Ia ser foda.
— Ia ser no mínimo engraçado você sendo pai de menina. — eu ri imaginando e ele assentiu. — Mas tu ia curtir pra caralho né?
— Ia mermo, papo de ser uma pretinha assim, cheia de charminho. — ele gesticulou de qualquer forma e me olhou.
Eu acabei dando um sorrisinho. Era bonitinho, vai?
— Eu gosto de imaginar meu primeiro filho sendo o Caio, eu sempre sonho com isso. É uma loucura, mas vai que é só uma projeção do que vai acontecer. — eu concluí olhando o vinho na minha taça e olhei pra ele. — Mas ia gostar muito se fosse uma menininha, ela ia ter todo amor que eu não vivi.
— Tu não sente falta, Aurora?
— De que?
— De sei lá, amor... de ter teus pais por perto, te vê como mulher.
— Não tem como eu sentir falta de uma parada que eu nunca tive. — suspirei e ele assentiu concordando comigo.
— É foda.
Ele sabia a história toda. Fui criada pela minha avó que faleceu há um ano e meio, minha mãe sumiu no mundo e meu pai eu nunca conheci.
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Eterno Depois do Fim - FILIPE RET
FanfictionCom ela a vida tem momentos incríveis Com ela todos meus sonhos são mais possíveis Lucros invisíveis são melhores Separados somos fortes, juntos imbatíveis • todos os direitos reservados. • história original • não autorizo adaptações • contém hots