|Aokiji

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[Contém Spoiler do mangá/anime]

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—Ele não deu sinal de vida para você também?

[S/n] anda de um lado para o outro com um  Den Den Mushi em mãos, o cabelo bagunçado e o rosto vermelho indicam toda a frustração da mulher.

—Esse homem vai me pagar! Que família louca nós temos, tio Garp.— uma risada estrondosa na outra linha tornou inevitável que a mulher continuasse com o seu semblante irritado —Um primo que é o líder dos revolucionário, um sobrinho que quer ser o Rei dos Piratas e desapareceu, e o meu marido que simplesmente saiu da marinha sem avisar nada.

—Eu sou o mais normal, querida.

—NORMAL?— ela berra em pura indignação —Tio, os seus métodos de ensino não são nada convenientes, eu que sou a única normal dessa família bizarra.

Outra risada e, dessa vez, ela se viu gargalhando junto com o seu amado tio.

—Eu tenho que desligar, se tiver alguma notícia do Aokiji, por favor, me avise.

A mulher de aparência abatida se joga na cama totalmente pensativa. O seu marido, depois de lutar fervorosamente contra um almirante e perder, desapareceu e não deu mais sinal de vida, deixando uma [S/n] preocupada e ansiosa em sua casa.

A decisão de morar afastada das pessoas foi dela e o principal motivo foi por motivos de segurança, ser sobrinha de um herói, prima do líder dos Revolucionários e mulher de um almirante a fez um alvo fácil para atacar os três diretamente.

Então, depois de várias turbulências em sua vida, [S/n] decidiu morar em uma ilha isolada que apenas quatro pessoas sabem onde fica, inclusive Aokiji que diariamente aparece para ficar ao lado dela.

Porém, ela não contava com o caos mundial que o seu sobrinho, Luffy, iria causar e que isso afetaria diretamente na saída do seu marido da marinha. E ele, depois de um mês, não apareceu na ilha uma vez sequer.

A vontade da mulher é socar a cara dele até ficar satisfeita e ela fará questão de vê-lo se ajoelhar e implorar por desculpas, está magoada.

Mas ela sabe que ele irá voltar, ele sempre volta.

•••

As orquídeas rosas são acariciadas e regadas por mãos delicadas, o imenso jardim parece em festa com a presença de uma figura radiante no lugar. [S/n] sempre amou plantas, por isso, ao longo dos anos, cultivou esse jardim para não sentir-se tão sozinha, elas são como os filhos dela.

Talvez ela seja louca por conversar com as plantas, mas quem liga? Cada um tem os seus gostos.

Ainda com o regador e um pá em mãos, a mulher não nota a presença de alguém a observando e a admirando ao longe.

Apoiado em uma árvore, um homem negro e alto pensa seriamente se terá coragem de atrapalhar o momento da sua esposa e lidar com toda a sua fúria.

Ela dá medo, as vezes.

—Olha só quem resolveu dar o ar das graças.

Monkey D. [S/n] larga os utensílios na terra preta e anda rapidamente até o marido. Aokiji estranha a sua atitude mas abre os braços quando ela indica que irá agarrá-lo, no entanto, é surpreendido com uma dor insuportável na parte íntima.

Ela chutou ele e agora está com um sorriso satisfeito nos lábios.

—Que bela recepção, esposa.— diz o ex-almirante curvado.

—Esposa é o caralho!— fala em tom alto —Como você some por um mês e não me diz nada? Você sabe o quanto eu fiquei preocupada? Na próxima vez eu vou dar um tapa na sua ca... Que cicatriz é essa em você?

[S/n] puxa o rosto do homem para si e observa a cicatriz em seu ombro e pescoço. A raiva sendo substituída por medo de tê-lo perdido.

—Você vai me brigar se eu disser que não voltei totalmente inteiro?

—Não, primeiro iremos cuidar dessa cicatriz e depois te darei um sermão!

—Por que o seu humor tá pior que antes?— indaga Aokiji, estranhando o temperamento mais anormal da sua mulher.

—Porque eu estou grávida! E não faz essa cara de chocado não, se tu não tivesse aparecido eu juro que iria te achar até no inferno só para bater nessa tua cara bonita.

Ela pressiona com força um algodão com medicamento, arrancando um gemido sôfrego de um Kuzan surpreso.

—Está grávida?

—Sim? Ou o quê? Acha que eu fiz esse filho com o dedo? Olha tu não me estressa, pelo bem do bebê.

—Você está grávida!

—EU JÁ SEI PORRA, PARA DE REPETIR.

Aokiji não segura a emoção e a puxa para si, abraçando-a delicadamente e deposita um beijo casto na testa dela. A mão grande desce pelos seios que estão inchados e para na barriga levemente inchada.

—Obrigado por isso.— ele diz —Eu não vou deixar mais você sozinha, quer dizer, agora vocês dois sozinhos. Eu não dei sinal de que estava bem porque estavam me rastreando e não queria que te achassem, principalmente agora.

Emocionada, a mulher segura as lágrimas e se encaixa mais nele, no seu apoio e pai do seu filho.

Malditos hormônios.

—Eu te amo.— a voz abafada ecoa em soluços baixos —Fiquei com medo de te perder.

—Isso não vai acontecer. Estou aqui, por você e por essa criança. Eu te amo.

—Tá, chega de coisas melosas e me conta o que está escondendo de mim.

Como se fosse uma criança escondendo algo, o homem negro se encolhe e esconde o rosto entre os seios da sua esposa.

—Talvez... Talvez eu tenha dado uma surra no seu sobrinho Luffy.

A Monkey pisca várias vezes processando a informação, uma onda de sentimentos a invade e ela sente o corpo dele estremecer.

—Você o quê?

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