O coração de Tommy batia contra o peito enquanto ele corria pelas ruas escuras de Small Heath, fazendo o possível para não tropeçar em paralelepípedos soltos. Ele tinha acabado de deixar a Guarnição momentos antes, os pés se movendo antes que ele pudesse registrar as palavras de Polly enquanto ele abria as portas. As ruas úmidas e escuras não ajudaram seu coração acelerado, preocupado que qualquer sombra, qualquer saco de batatas, qualquer caixote pudesse ser S/n. Ele disse a ela uma e outra vez para não voltar para casa sozinha à noite. As ruas eram perigosas, Tommy não precisava que ninguém lhe dissesse isso, ele era um desses perigos. Mas S/n nunca ouvia, ela tinha a pele grossa e achava que poderia enfrentar o mundo, algo que Tommy temia que a machucasse.
Alcançando a porta de seu apartamento, Tommy não conseguia parar de bater nela. Deus, que susto isso daria a ela, mas não seria nada comparado ao susto que ela deu a ele. "S/n! Abra a porta!" ele gritou, acordando os vizinhos.
Uma luz piscou quando ele ouviu passos se aproximando da porta antes de ouvi-la destrancar e abrir lentamente. "Tommy, o que há de errado?" S/n perguntou, seus olhos traçando sua forma para qualquer ferimento enquanto ela abria mais a porta, um xale sobre os ombros. Houve muitas vezes em que ele a visitou no meio da noite todo cortado. Ela nunca ficava feliz com essas visitas, mas o deixava entrar mesmo assim. Alguém precisava cuidar dele e esse alguém parecia ser ela. "Você está machucado?"
Ele balançou a cabeça, passando a mão pelo cabelo desgrenhado. Sua respiração ofegante e olhos selvagens fizeram pouco para convencê-la. "Eu posso?" Ele gesticulou em direção ao calor de sua sala de estar.
"Sim, sim, entre aqui." Ela agarrou sua mão, puxando-o para dentro antes de fechar a porta. "Agora, por que toda essa gritaria?" S/n tinha certeza de que havia um corte ou dois escondidos sob a gola de sua jaqueta, geralmente havia.
"Eu queria ter certeza de que você chegou em casa segura", ele confessou, caminhando até sua pequena cozinha.
S/n assentiu enquanto se sentava na mesinha. "Oh, bem, eu cheguei em casa inteiro, como você pode ver."
Tommy abriu seu pequeno sorriso, encostado no balcão. "Sabe, eu não gosto da ideia de você andando pelas ruas sozinha."
Ela cantarolou em resposta. Ela não podia nem contar o número de conversas que eles tiveram sobre sua segurança. Embora ela estivesse satisfeita em saber o quanto ele se importava, ela desejava que Tommy se preocupasse com sua própria segurança também. S/n não queria ser acordada no meio da noite para consertá-lo, ela queria ser acordada por ele rastejando na cama ao lado dela.
"Por que você não me disse que queria ir para casa?"
Ela deu de ombros, envolvendo seu xale mais apertado em torno de seus ombros. Uma fogueira deveria ter sido feita antes de ela ir para a cama, mas ela ficou sem madeira e não estava disposta a pedir nenhuma para seus vizinhos. E ela estava quente, embrulhada em sua cama antes de ser rudemente puxada para fora da cama. "Você estava se divertindo, Tommy. Eu não queria interromper isso."
Ela estava sentada em uma mesa de canto com Polly e Esme, tomando seu gim-tônica, e viu o sorriso brilhante de Tommy. Era raro vê-lo sorrir, ainda mais raro vê-lo se divertindo. Mas lá estava ele no bar com Arthur e John, trocando piadas e provocando Finn. Era uma bela visão, uma que ela não queria interromper. Quando eles entraram no aconchego e as risadas ficaram mais altas e todos ficaram mais barulhentos, ela sabia que seria um pecado perturbar isso. De todas as coisas que Tommy merecia, relaxar estava no topo da lista.
Tommy soltou um suspiro, sentando-se em frente a ela. "Eu estava, mas isso não significa que eu não teria gostado de levá-la para casa," ele disse a ela, pegando sua mão. S/n deu um aperto suave em sua palma calejada antes de continuar. "E você não sabe o quanto me assustou pensar em você caminhando para casa sozinha. E se algo tivesse acontecido?" A última parte foi pesada em sua língua enquanto diferentes cenários eram reproduzidos para ele. Ele estava feliz por nenhum desses pensamentos, aqueles "e se" se tornarem realidade.
"Sinto muito," ela sussurrou, evitando seu olhar. "Eu só não queria estragar sua diversão."
"Ei, venha cá," ele arrulhou, puxando-a para seu colo. "Você nunca poderia arruinar minha diversão, nunca. Você me escuta?"
S/n deu um pequeno aceno de cabeça, descansando a cabeça no ombro dele. "Passar a noite."
"E os seus vizinhos?" Tommy perguntou, olhando para ela. Ele não estava muito preocupado com seus vizinhos, mais ainda com Polly. Ela deixou claro que não queria que seu sobrinho arruinasse o bom nome de S/n. Tommy não conseguia nem pensar em fazer algo assim com S/n, não quando sabia que não poderia viver sem ela.
"Não se preocupe com eles. A Sra. Carver tem filhos demais para se preocupar com qualquer coisa e a Sra. Joton acha que seu gato é um rato e persegue o coitado com uma vassoura.
Uma risada calorosa vibrou no peito de Tommy, e aqui ele pensou que seus vizinhos estavam sãos. "Tudo bem, eu vou ficar, mas apenas se você prometer me deixar levá-la para casa de agora em diante."
S/n revirou os olhos, mas assentiu. "Eu prometo."
"Bom", disse ele, beijando sua testa. "Agora, vamos para a cama. Está frio aqui fora."
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imagine thomas shelby ||
Fantasíanosso querido thomas shelby . . segundo livro . . contem conteúdo Adulto!!!!! . . boa leitura