Narrado por Waverly Earp
Ao entrar em casa, me deparei com meu pai afundado na escuridão, como se estivesse escondido de tudo e de todos. Eu tinha planejado passar despercebida, mas, claro, a vida nunca é tão simples. Antes que eu pudesse dar um passo a mais, ele agarrou meu pulso com uma força que parecia querer me arrastar para longe.
— ONDE VOCÊ ESTAVA? — ele berrou, a raiva explodindo. O cheiro de cigarro e cerveja velha estava tão forte que eu quase podia sentir o gosto amargo na minha boca.
— N... Na casa de uma amiga! — Eu quase gaguejei, minhas palavras se misturando com as lágrimas que começaram a escorregar pelo meu rosto. Ele estava apertando meu pulso com uma força que fazia parecer que eu estava prestes a me desintegrar.
— VOCÊ SEMPRE BEIJA SEUS AMIGOS NOS LÁBIOS? — A voz dele explodiu como uma tempestade, e meus olhos se arregalaram em choque. Ele estava espreitando pela janela, como um espião de filme barato. A penumbra tinha escondido a verdade, e eu estava completamente no escuro sobre o que ele tinha visto. Talvez ele achasse que o problema era eu estar saindo com alguém, mesmo que ele mesmo tenha dito que eu deveria arrumar um namorado. E claro, a visão de Nicole com seu capacete estava tão fora do radar dele que ele provavelmente não percebeu que era uma garota na moto.
— Ai, por favor, me solta! Você está quase me quebrando aqui! — implorei, tentando desesperadamente escapar, mas cada movimento parecia só aumentar a dor. Era como se ele estivesse determinado a arrancar meu braço do meu corpo.
— RESPONDE LOGO, CARALHO! — ele gritou, apertando ainda mais.
— Ei... arrghhh... — eu gemi, a dor quase me fazendo perder o fôlego.
— PARE COM ISSO, PAI! — gritou Wynonna ao entrar, a voz cortante como uma lâmina afiada. Ao ver a cena, ela não perdeu tempo e foi direto ao ponto.
Com uma força que parecia vir de um lugar bem fundo, Wynonna empurrou-o, fazendo-o tropeçar como se estivesse em uma maré de álcool e desespero. Ele caiu no chão com um baque, o equilíbrio completamente fora de questão, isso ajudou a me soltar.
— SUA DESGRAÇA! — rugiu ele, a raiva quase visível no ar,
— NUNCA MAIS ENCOSTE ESSA MÃO IMUNDA NELA! — bradou Wynonna, puxando-me para o andar de cima com uma determinação que só ela tem. Deixou Ward para trás, esparramado no chão, gemendo e tentando se levantar como se fosse um daqueles zumbis de filme ruim.
No meu quarto, Wynonna fechou a porta com uma força que parecia dizer "ninguém entra aqui sem autorização", trancando-a com um clique decisivo.
— Deixa eu dar uma olhada? — Ela segurou minha mão, os olhos se fixando na marca vermelha e inflamada ao redor do meu braço, um lembrete doloroso do aperto de Ward. A dor estava intensa, pulsando como um tambor irritante.
— Ai, está doendo pra caramba, não faz isso, Wynonna! — protestei, o desconforto aumentando com cada toque.
— Ai, droga, me desculpa, minha pequena. Tive um perrengue e não consegui atender sua ligação. — Wynonna se lamentou, com um tom de quem está realmente chateada.
— Tá tudo bem, a Nicole me trouxe pra casa. — Respondi, olhando para o meu pulso como se ele fosse a resposta para todos os meus problemas.
— Eu devia ter vindo com você, evitado que isso rolasse.
— Você tá aqui agora, valeu mesmo. — Ela apertou meu braço novamente, e eu não consegui segurar uma careta de dor que apareceu automaticamente.
— Você realmente deveria ir a um hospital, sabe? — Wynonna fez uma careta, claramente preocupada, enquanto eu tentava esconder a dor pulsante no meu braço.
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A popular e a esquisita - Wayhaught
FanfictionNicole e Waverly estão para a escola assim como ketchup e mostarda estão para um hambúrguer: uma é a estrela do show, a outra é... bem, a outra. Nicole é a líder do time de futebol feminino, iluminando os corredores com seu brilho de campeã. Waverly...