Capítulo 11

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Narrado por Waverly Earp


Ao entrar em casa, me deparei com meu pai afundado na escuridão, como se estivesse escondido de tudo e de todos. Eu tinha planejado passar despercebida, mas, claro, a vida nunca é tão simples. Antes que eu pudesse dar um passo a mais, ele agarrou meu pulso com uma força que parecia querer me arrastar para longe.

ONDE VOCÊ ESTAVA? — ele berrou, a raiva explodindo. O cheiro de cigarro e cerveja velha estava tão forte que eu quase podia sentir o gosto amargo na minha boca.

N... Na casa de uma amiga! — Eu quase gaguejei, minhas palavras se misturando com as lágrimas que começaram a escorregar pelo meu rosto. Ele estava apertando meu pulso com uma força que fazia parecer que eu estava prestes a me desintegrar.

VOCÊ SEMPRE BEIJA SEUS AMIGOS NOS LÁBIOS? — A voz dele explodiu como uma tempestade, e meus olhos se arregalaram em choque. Ele estava espreitando pela janela, como um espião de filme barato. A penumbra tinha escondido a verdade, e eu estava completamente no escuro sobre o que ele tinha visto. Talvez ele achasse que o problema era eu estar saindo com alguém, mesmo que ele mesmo tenha dito que eu deveria arrumar um namorado. E claro, a visão de Nicole com seu capacete estava tão fora do radar dele que ele provavelmente não percebeu que era uma garota na moto.

Ai, por favor, me solta! Você está quase me quebrando aqui! — implorei, tentando desesperadamente escapar, mas cada movimento parecia só aumentar a dor. Era como se ele estivesse determinado a arrancar meu braço do meu corpo.

RESPONDE LOGO, CARALHO! — ele gritou, apertando ainda mais.

Ei... arrghhh... — eu gemi, a dor quase me fazendo perder o fôlego.

PARE COM ISSO, PAI! — gritou Wynonna ao entrar, a voz cortante como uma lâmina afiada. Ao ver a cena, ela não perdeu tempo e foi direto ao ponto.

Com uma força que parecia vir de um lugar bem fundo, Wynonna empurrou-o, fazendo-o tropeçar como se estivesse em uma maré de álcool e desespero. Ele caiu no chão com um baque, o equilíbrio completamente fora de questão, isso ajudou a me soltar.

SUA DESGRAÇA! — rugiu ele, a raiva quase visível no ar,

NUNCA MAIS ENCOSTE ESSA MÃO IMUNDA NELA! — bradou Wynonna, puxando-me para o andar de cima com uma determinação que só ela tem. Deixou Ward para trás, esparramado no chão, gemendo e tentando se levantar como se fosse um daqueles zumbis de filme ruim.

No meu quarto, Wynonna fechou a porta com uma força que parecia dizer "ninguém entra aqui sem autorização", trancando-a com um clique decisivo.

— Deixa eu dar uma olhada? — Ela segurou minha mão, os olhos se fixando na marca vermelha e inflamada ao redor do meu braço, um lembrete doloroso do aperto de Ward. A dor estava intensa, pulsando como um tambor irritante.

— Ai, está doendo pra caramba, não faz isso, Wynonna! — protestei, o desconforto aumentando com cada toque.

— Ai, droga, me desculpa, minha pequena. Tive um perrengue e não consegui atender sua ligação. — Wynonna se lamentou, com um tom de quem está realmente chateada.

— Tá tudo bem, a Nicole me trouxe pra casa. — Respondi, olhando para o meu pulso como se ele fosse a resposta para todos os meus problemas.

— Eu devia ter vindo com você, evitado que isso rolasse.

— Você tá aqui agora, valeu mesmo. — Ela apertou meu braço novamente, e eu não consegui segurar uma careta de dor que apareceu automaticamente.

— Você realmente deveria ir a um hospital, sabe? — Wynonna fez uma careta, claramente preocupada, enquanto eu tentava esconder a dor pulsante no meu braço.

A popular e a esquisita - WayhaughtOnde histórias criam vida. Descubra agora