Capítulo 34

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Narrado por Nicole Haught

Assim que a Waverly foi embora, eu fui direto pro vestiário para tomar um banho. Nada demais, só um banho rápido pra tirar o suor do jogo. Quando terminei, segui pro estacionamento, rodando minha chave no dedo. Só que, adivinha? Quando cheguei perto da minha moto, lá estava o pneu furado. Soltei um xingamento digno de uma saga de raiva.

O estacionamento estava tão vazio que parecia um deserto, e não tinha ninguém por perto pra me ajudar. Sem opção, decidi voltar pra escola na esperança de encontrar alguém que pudesse dar uma força. Dei meia-volta e comecei a trilha de volta, meio que na sorte, atrás de uma alma boa que pudesse me ajudar.

No meio do caminho, comecei a sentir uma sensação estranha, como se alguém estivesse me seguindo. Eu não vi ninguém, mas os passos pesados ecoavam e meu coração congelou quando eu avistei uma figura com um casaco gigante e um capuz preto vindo em minha direção. Meu instinto estava gritando "foge", mas eu tentei me manter calma.

— Droga! — murmurei, sentindo um arrepio gelado na espinha. O estacionamento estava tão mal iluminado que parecia um cenário de filme de terror.

Mesmo com o medo batendo, minhas pernas começaram a se mover sozinhas, como se estivessem tentando fugir. Mas, do nada, duas figuras apareceram na minha frente, bloqueando o caminho.

— Onde pensa que vai? — A voz era familiar e irritante. Era o Ewan. Meu punho se fechou com força e eu senti os dentes rangendo.

— Que diabos você quer? — perguntei, tentando manter a calma, embora a única coisa que eu queria era dar o fora dali e ir pra casa.

— Vim te mostrar que você não é a pessoa certa pra Waverly. Ela merece um homem de verdade, não uma nojenta como você! Hoje é o dia, ruiva. Hoje você vai ter o que merece!

— Muda de canal, Ewan. Seria mais esperto da sua parte me deixar ir. Sua obsessão pela minha namorada e esse seu preconceito só vão afastá-la ainda mais de você. Lembra que vocês eram amigos? — tentei explicar, mas parecia que nada ia mudar a cabeça dele.

— Cala a boca, lésbica do inferno! — ele gritou, perdendo a paciência. — De repente, um dos caras me agarrou, quase como se estivesse me dando uma chave de braço, e me apertou o pescoço. Tentei me soltar, mas parecia que eu estava em uma armadilha. O que esse maluco queria, exatamente?

Me solta, por favor! — implorei, com a voz trêmula de medo. O primeiro soco atingiu meu estômago, e eu me curvei com a dor, sentindo a pressão do impacto. — Que covarde! Desafio você a me enfrentar sem esses seus lacaios! — gritei, enquanto o Ewan fazia um sinal para o cara me soltar. Minha respiração estava acelerada, e eu estava desesperada por uma saída dessa enrascada.

— Vem aqui, Haught. Quero ver se você consegue me derrubar. Se conseguir, pode ir embora, livre e leve. — Ele deu um sorriso de canto, como se já tivesse vencido. — Mas, se não conseguir, quando você cair, eu e meus amigos vamos te dar uma surra daquelas.

Não me deu nem chance de recusar. Ewan avançou com um soco, mas, por sorte, consegui me esquivar. Eu não era uma especialista em brigas; a única vez que o atingi foi quando ele estava bêbado, o que foi um pouco mais fácil. Meus reflexos eram bem melhores do que parecia, mas não o suficiente para garantir uma vitória fácil.

Na segunda investida, consegui me esquivar, mas na terceira, Ewan acertou um soco no meu rosto que me deixou zonza. Ele não perdeu tempo e foi para cima de novo, me agarrou, deu uma joelhada na minha barriga e me jogou no chão.

A partir dali, os três começaram a me chutar por todos os lados. Tentei proteger meu rosto, mas era inútil. No meio da confusão, ouvi uma voz conhecida e passos apressados, seguidos por uma correria. Antes que eu pudesse reagir, meus olhos se fecharam e tudo ficou escuro.

A popular e a esquisita - WayhaughtOnde histórias criam vida. Descubra agora