Narrativa Waverly Earp
— WAVERLY! — Meu pai gritou, e o som ecoou pela casa como um alarme. Eu quase tropecei descendo as escadas, minha mente corria com a possibilidade de um desastre na cozinha ou, pior ainda, uma nova montanha de louça esperando por mim.
— Oi, senhor? — Entrei na cozinha, onde o cheiro forte de álcool quase me derrubou.
— VOCÊ É UMA VERGONHA PARA ESTA FAMÍLIA! — Ele disparou, a frustração saltando das suas palavras.
— Eu não tô entendendo, o que eu fiz de errado? — perguntei, tentando manter a calma, mas a confusão era evidente na minha voz.
— AH, VAI SE FERRAR! A FAMÍLIA HAUGHT NÃO SIGNIFICA NADA PRA VOCÊ? — Ele avançou, dando tapinhas com raiva no meu rosto, fazendo-me girar a cada toque. Eu recuava, tentando me proteger.
— Mas o que tem a ver com eles? — Perguntei, as lágrimas começando a escorregar pelo meu rosto, e eu tremia como uma folha ao vento.
— SUA VAGABUNDA! VOCÊ SABE BEM DO QUE ESTOU FALANDO! VOCÊ E AQUELA FILHA DOS HAUGHT ESTÃO SE ESFREGANDO NA FRENTE DE TODO MUNDO, MOSTRANDO ESSA POUCA VERGONHA!
— Nosso relacionamento é tão normal quanto qualquer outro; o problema é a sua homofobia! — Respondi, tentando me manter firme, mas ele me agarrou com força, pressionando meus braços contra a parede.
— SERÁ QUE EU PRECISO TE ENSINAR A SER UMA MULHER DE VERDADE? — O cheiro forte de álcool enchia minhas narinas, fazendo meu estômago revirar.
— Me solta, pai! — Eu gritei, minha voz quebrando e meu corpo tremendo enquanto lutava para me soltar.
— EU NÃO SOU O SEU PAI DE VERDADE, SUA SAPATONA! — Ele mandou essas palavras como se fossem flechas, e eu fiquei ali, parada, com o estômago revirado, tentando entender a dor daquele ataque.
— O quê? — Aquele aperto já nem me incomodava tanto quanto o que ele tinha acabado de dizer. — O QUE CARALHO VOCÊ ESTÁ FALANDO? — Eu gritei de volta, com a frustração e o desespero transbordando na minha voz.
— EU NÃO SOU O SEU PAPAI, MAS PARECE QUE VOU TER QUE TE ENSINAR A SER UMA MALDITA MULHER!
— POR FAVOR, ME SOLTA! — eu gritei, tentando me afastar do cinto que ele agora estava segurando, já que havia tirado de sua calça. Ele estava totalmente fora de controle, e eu mal conseguia acreditar no que estava acontecendo. Os golpes começaram a cair, um após o outro, como se ele quisesse descontar todas as suas frustrações em mim. Eu tentei implorar de novo, desesperada: — PAI, VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!
Mas ele parecia mais interessado em me bater do que em me ouvir.
Três cintadas nas pernas, e eu já estava com as marcas vermelhas, queimando como se tivessem jogado pimenta em cima. Quando consegui um segundo de folga, tentei sair correndo, mas acabei tropeçando na cozinha. Meu joelho bateu feio no chão, e eu caí de lado, praticamente de costas. Meu pai se aproximou, meio que se encaixando entre minhas pernas, e na penumbra opressiva, seus dedos se fecharam no meu pescoço, apertando cada vez mais. A pressão era tão intensa que eu mal conseguia respirar.
— SUA CRETINA, EU VOU TER QUE ME LIVRAR DE VOCÊ TAMBÉM! — Ele gritava, ainda apertando meu pescoço com força. Eu me debatia, tentando arranhá-lo e me libertar, mas ele parecia imbatível.
— PAI... PA-RA... PA-PAI — Eu consegui gaguejar, e então, algo mudou. De repente, senti o aperto no meu pescoço afrouxar. Aproveitei a chance e rolei para fora debaixo dele, completamente tonta.
— Foi você? — Ele murmurou, cambaleando e com uma expressão confusa. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, sua cabeça bateu com força na quina da mesa e ele desabou no chão.
— Sinto muito, Waverly! — Eu ouvi ela dizer, antes de tudo ficar confuso.
O sangue estava por toda parte, e a visão só me fez sentir o pânico subir.
Até semana que vem! 👋
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A popular e a esquisita - Wayhaught
FanfictionNicole e Waverly estão para a escola assim como ketchup e mostarda estão para um hambúrguer: uma é a estrela do show, a outra é... bem, a outra. Nicole é a líder do time de futebol feminino, iluminando os corredores com seu brilho de campeã. Waverly...