Capítulo 10

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Resolvi voltar antes do esperado, mas sexta-feira postarei novamente.

Boa leitura!😉



Narrado por Nicole Haught

Cheguei em casa, bufando como um touro bravo. As palavras da Waverly ainda zumbiam na minha cabeça, perturbadoras como um mosquito que você não consegue espantar. Amizade? Sério? Ela realmente achava que eu estava atrás de amizade?

Eu estava tão confusa que nem sabia por onde começar. E ainda tem o lance do Ewan querendo sair com ela. Tipo, como se!

Assim que entrei no meu quarto, deixei a frustração tomar conta. Bati a porta com tanta força que quase a arranquei das dobradiças. Me joguei na cama e enterrei o rosto no travesseiro, tentando abafar o som do meu choro e das minhas lágrimas teimosas que insistiam em cair.

O silêncio do quarto só era quebrado pelos meus soluços abafados pelo travesseiro. Patético, eu sei.

A porta rangeu suavemente e, claro, era minha mãe. A expressão dela era um mix de preocupação e aquele afeto que só mãe sabe ter. Mas, sério, eu não estava nem um pouco afim de dividir meu melodrama interno. Só queria ficar sozinha, remoendo essa bagunça que a Waverly causou no meu coração.

— Hey, meu amor, o que aconteceu? — Ela perguntou com aquela gentileza de sempre, se aproximando devagar. Mas eu não estava nem um pouco no clima. Só queria ficar na minha, abraçando minha dor.

— Nada, mãe. Sai do meu quarto e me deixa em paz, por favor! — Respondi, minha voz saindo embargada e um tanto alterada. Me sentia despedaçada, como se tudo estivesse desmoronando. Nada fazia sentido.

— Não fala assim comigo, estou preocupada com você, Cenourinha. O que aconteceu? — Ela respondeu com aquela mistura de firmeza e afeto que só mãe sabe ter.

— Mãe, por favor, não agora! — Apertei o travesseiro contra o meu rosto, tentando sufocar as emoções que estavam prestes a explodir.

— Seja o que for, estou aqui para te ouvir, meu amor. — Ela se sentou na beira da cama e passou a mão no meu ombro com aquele carinho quase desconcertante. — É por causa do futebol? — Ela insistiu, tentando descobrir a origem da minha angústia.

A voz da minha mãe foi tipo um raio de sol atravessando a tempestade que eu estava segurando. Não sei se é a confiança dela ou só o amor que ela joga na nossa direção, mas a minha barreira emocional começou a rachar. Eu tentei manter o controle, mas as palavras estavam lá, batendo na minha garganta, ansiosas para sair e contar tudo. Só que eu estava tão enrolada na minha própria confusão que nada saía.

As lágrimas começaram a dar uma de fugitivas, escapando pelos meus dedos que estavam segurando o travesseiro como se fosse uma âncora. Eu fiquei ali, em um verdadeiro dilema: devo abrir o jogo e compartilhar o que eu estava escondendo ou só continuar escondendo tudo? A presença da minha mãe era como um abraço aconchegante, me chamando para soltar a franga e ser vulnerável. E, aos poucos, eu estava entregando os pontos e cedendo ao desejo de ser entendida e abraçada.

— Não, mãe, não é sobre futebol. — Minha voz soou abafada, com uma frustração que eu não conseguia esconder.

— Então deve ser algum garoto, certo? — Ela tentou adivinhar, meio desconfiada.

— Sério? — Eu soltei um suspiro irritado. Como se isso fosse a solução de todos os mistérios.

— Ah, então é uma garota? — O silêncio se arrastou. — Nic, o que está acontecendo? — A preocupação na voz dela era clara, e eu só balancei a cabeça, confirmando que era exatamente isso que estava me atormentando. — Olha, amor, a gente precisa conversar. — A voz da minha mãe era suave, mas carregada de um suspense que me fazia querer fugir para debaixo da cama. — Eu já imaginava. — Ela disse, com um tom que parecia estar mais preocupada com a minha reação do que com a notícia em si. A tensão no ar começou a dar lugar a uma sensação de alívio, como se eu estivesse começando a ver uma luz no fim do túnel.

A popular e a esquisita - WayhaughtOnde histórias criam vida. Descubra agora