Nicole e Waverly estão para a escola assim como ketchup e mostarda estão para um hambúrguer: uma é a estrela do show, a outra é... bem, a outra. Nicole é a líder do time de futebol feminino, iluminando os corredores com seu brilho de campeã. Waverly...
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Narrado por Nicole Haught
— Nicole, o que aconteceu com você? — Minha mãe não perdeu tempo e começou a despejar um monte de perguntas assim que eu entrei em casa. Meu rosto parecia uma pintura abstrata, com roxos e inchaços, mas a dor no peito era a verdadeira vilã do dia. — Nicole, volta aqui! — Ignorando o pânico dela, subi as escadas como se estivesse fugindo de um apocalipse. Meu corpo estava em frangalhos, implorando por um pouco de sossego, e meu estômago estava fazendo uma dança macabra de náuseas.
Puxei a porta do quarto com força, batendo-a atrás de mim, mas claro que minha mãe não desistiu e veio atrás.
— Mãe, me dá um tempo, beleza? — Minha voz saiu mais rouca e irritada do que eu pretendia. Arranquei as roupas que a Waverly tinha me emprestado e as joguei em algum canto do quarto, sem sequer olhar para elas. Com um suspiro pesado, me arrastei para o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água quente escorrer pelo meu corpo, como se pudesse lavar também todo o caos dentro de mim.
— Nicole! — Minha mãe gritou do lado de fora, mas eu estava tão mergulhada na bagunça da minha cabeça que ignorei. A verdade é que, embora eu soubesse que não era minha culpa, a Waverly não acreditava em mim.
Eu me encurvava no chão, abraçando meus joelhos com força, enquanto as lágrimas insistiam em descer pelo meu rosto. Sem ela, eu me sentia totalmente à deriva.
— Nicole, pelo amor de Deus, o que aconteceu? — Minha mãe entrou no banheiro, e ao me ver naquela posição, seu olhar se suavizou.
— Ela me deixou, mãe — eu soluçava, a dor transbordando em cada palavra. Minha mãe, com um misto de preocupação e ternura, desligou o chuveiro e me envolveu com uma toalha, me tirando com cuidado do chão.
Ela se tornou minha confidente, cuidando das minhas roupas como se eu fosse uma criança novamente, com um carinho que parecia transportar a gente de volta no tempo. Com uma delicadeza que eu não esperava, secou meu cabelo e fez tudo com um zelo que só uma mãe pode ter.
Com um toque experiente, arrumou os lençóis e me acomodou na cama, criando um refúgio acolhedor que me fez sentir um pouco mais segura.
— Quer conversar sobre isso? — Ela perguntou, a voz suave. Eu levantei e a abracei, sem conseguir parar de chorar. Meus soluços molharam seu ombro, enquanto eu me agarrava ao único porto seguro que eu ainda tinha.
— Ela simplesmente não confia em mim. — Eu murmurei, com as palavras escapando entre os soluços.
— Calma, meu amor, filha... — Minha mãe passou os polegares suavemente em meu rosto, enxugando as lágrimas e tratando com cuidado o meu olho machucado. — O que aconteceu?
— Fomos à festa para celebrar a vitória do time. Tínhamos combinado de nos encontrar lá, mas as coisas saíram totalmente dos trilhos. Eu estava circulando entre a galera, quando esbarrei em alguns conhecidos. De repente, alguém tropeçou e derramou vinho na minha roupa. A partir daí, tudo virou um borrão, e os detalhes são uma bagunça na minha cabeça. Não tenho ideia de como acabei no quarto da Shae. O vinho derramado pode ter alguma coisa a ver com isso, mas o que rolou depois disso é um mistério total.
