A popular e a esquisita - Wayhaught

Capítulo 12

Narrado por Nicole Haught

O Encontro de verdade

Sábado

O encontro perfeito não precisa ser em um restaurante chique ou um lugar super sofisticado. Na verdade, o segredo é se divertir e estar com a pessoa certa. Então, decidi levar a Waverly para o novo parque de diversões que abriu na cidade. Achei que seria uma ótima ideia, mesmo que eu tenha feito um drama sobre querer algo mais discreto.

A verdade é que o parque fica bem afastado, então é improvável que a gente esbarre em alguém conhecido. Isso significa que a gente pode se agarrar, dar uns beijinhos e fazer todo o tipo de fofurice sem se preocupar com olhares curiosos.

Estou num misto de empolgação e nervosismo, porque quero impressionar a Waves e fazer desse encontro algo inesquecível. Além disso, a escolha da roupa perfeita tá me deixando maluca.

— Dá uma olhada nessa, Nick. — Minha mãe me mostrou uma blusa básica, que claramente não era a escolha certa para o dia de hoje.

— Sério? Essa blusa é um desastre total. O tempo está passando, e eu estou aqui, em um dilema fashion profundo. Tenho uma variedade infinita para dobrar e guardar, mas nada que preste para sair — eu disse, meio desesperada.

— Filha, tá na hora de dar um upgrade nesse seu guarda-roupa. Olha essa calça rasgada... — Ela olhou para minha calça nova com rasgos estratégicos, como se eu tivesse cometido um crime de moda.

— Mãe, isso é tendência! — Arranquei a peça das mãos dela, que estava me olhando como se eu tivesse saído de um túnel do tempo.

— E agora a moda é parecer que você lutou com uma morsa e perdeu? — Ela deu uma risada, meio incrédula.

— Mãe, se não for para ajudar, pelo menos não atrapalhe! — Cruzei os braços e fiz um biquinho dramático.

— Querida, a Waverly realmente adora estar com você. Mesmo com essa calça um pouco rasgada... — Ela ergueu a peça com um olhar cético. —... Tenho certeza de que ela não vai ligar.

— Mas eu queria fazer uma surpresa, sabe? — Eu dei uma olhada desconfiada para a roupa.

— Eu entendo, querida. Eu também passei por isso, meu amor.

— Foi com o papai? — Perguntei, curiosa.

— Sim, foi. — Ela sorriu, como se estivesse lembrando do primeiro encontro deles. — Olha, querida, depois que descobri que você gosta de garotas, comecei a pensar mais sobre essas coisas. Mesmo com seu estilo único, fico muito feliz em poder apoiar você nesse dia tão especial.

— Eu também, mãe. É bom saber que você me aceita exatamente como sou. — Sorri de um jeito meio bobo, e ela se inclinou, dando um beijo carinhoso no topo da minha cabeça.

Passamos um bom tempo encarando meu armário, tentando decifrar qual look poderia me fazer parecer ao mesmo tempo descolada e segura. Depois de uma mini crise de estilo, consegui achar algo que parecia razoável.

Nada muito espetacular, só uma calça jeans com um rasgo sutil (porque um toque rebelde nunca é demais), uma blusa preta de gola alta (mantendo o mistério), e meu tênis preto favorito (porque, vamos ser honestos, conforto é a chave). Deixei meus cabelos soltos, mas com umas trancinhas laterais que davam aquele ar despretensioso, mas não tanto.

Olhei para o relógio e quase dei um pulo. Era hora de partir para buscar a Waverly. Peguei o que precisava, as chaves e já estava quase saindo quando minha mãe apareceu na porta do meu quarto.

— Filha, toma aqui. — Ela estendeu as chaves do Volvo com um sorriso que dizia "não discuta". — Vai ser mais conveniente para você ir de carro.

— Mãe, sério? De moto é bem mais rápido. — Protestei, já imaginando o vento no rosto e a liberdade das quatro rodas.

— E se chover? E se você tiver que carregar alguma coisa? Vai ficar fazendo malabares com as coisas? — Ela me lançou um olhar que parecia dizer "eu já passei por isso e não gostei".

Parei para pensar. Ela tinha um ponto... E, considerando que eu tinha uma surpresa secreta para a Waverly, não queria arriscar. Peguei as chaves, rendida.

— Sempre me preocupo com você. — Ela me deu um beijo carinhoso no topo da cabeça. — Não demore muito pra voltar, hein?

— Pode deixar.

— Que seu encontro seja incrível, tá?

— Valeu, mãe! — Respondi, sorrindo para elaenquanto saía, ligava o carro e começava a jornada.