Capítulo 5 - Regras e Pesquisas.

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    Cinco de abril foi um dia estressante para Will. Ele havia participado de uma reunião onde ninguém considerou sua palavra (por ainda não ser rei), e Will odiava isso. Ou seja, ele precisava relaxar. Não gostava muito de ir em festas, mas quando recebeu um convite para o aniversário de Billy, uma amiga de Ayumi, ele não resistiu. Só conseguiu pensar na bebida e em beijar uma ou duas garotas pra esquecer seus problemas.

    Porém, quando ele chegou lá, não encontrou ninguém que lhe chamasse atenção. Normalmente, Will só gostava de conversar com gente bêbada quando também estava, mas ele percebeu que encher a cara não tinha graça sem seus amigos. Bebeu duas garrafas apenas por beber. Quando eram 2 ou 3 horas da manhã, ele já estava louco um para ir embora (quem sabe ele realmente estivesse ficando velho) mas aí ouviu uma grande gritaria ao redor do sofá no meio da sala. Pegou o último bolinho que tinha na cozinha, se encostou no portal da porta e olhou pra rodinha que havia se formado, observando a TV.

— Toma essa!

Sentados no sofá, haviam só uma mulher e um cara. Ela, gritava animada, e ele estava com a mandíbula trincada, enquanto os dois batiam nos botões do controle. Na TV, dois bonecos lutavam, trocando socos e poderes. A personagem do lado direito (pelo visto, a que estava sendo comandada pela a moça) era alta e magricela. O outro, era um homem baixinho e malhado, que tentava constantemente se defender dos golpes. Em cima da cabeça do lado esquerdo, a barra de vida foi diminuindo e diminuindo, até chegar a zero com um golpe que a mulher lhe deu bem na cabeça.

— Haha! — riu a mulher sentada no sofá. — Engole seu otário!

O cara apenas jogou o controle pro lado e saiu a xingando de todos os nomes possíveis. Depois que o grupo fez uma breve comemoração por sua vitória, a moça entregou o controle para outra pessoa e saiu dali, risonha. Antes, Will não conseguiu a ver, pois ela estava rodeada de gente, mas quando ela saiu do círculo e foi em direção à cozinha (passando do lado dele), ele não conseguiu deixar de nota-la.

Ela tinha cabelos castanhos-avermelhados, que desciam elegantes pelos os seus ombros até sua cintura, enquanto a franja tampava as sobrancelhas. A pele clara e os olhos azuis-cinzentos a tornavam extremamente atraente, e ele não resistiu o impulso de avaliar as suas curvas, num vestido colado. Ficou fitando-a até ela se escorar do outro lado do portal. O cabelo dela roçou no ombro dele.

— Vai comer esse bolinho?

Ele piscou algumas vezes pra entender o que estava acontecendo. Ela estava virada pra ele, apontando pra sua mão.

— O quê?

Ela revirou os olhos, tomando o bolinho que ele segurava. As sobrancelhas dele se ergueram, ela mordeu o muffin e disse:

— Eu tô com fome, então eu roubei seu bolinho.

Ele soltou um riso. Ela estava bêbada, como todos os outros dali.

— Ah, eu nem ia comer mesmo — disse Will, depois bebericou a cerveja.

Ele a assistiu mastigar até ela engolir. Se sentiu um psicopata, mas ela era tão... peculiar, o encarando com os olhos cinzentos.

— Aquele idiota ali — disse, apontando com o queixo para o sofá —, o que estava jogando comigo, me desafiou. Disse que eu nunca venceria dele, e eu odeio gente escrota assim. Me lembra meu ex.

Will não sabia exatamente porque a história deveria ser de seu interesse, mas ele sorriu. Algumas vezes, ele se pegava pensando (principalmente enquanto conversa com gente bêbada): "Será que as pessoas agiriam da mesma forma vergonhosa se estivessem sóbrias?", e era muito engraçado como aquela mulher mostrava que, com toda certeza, ela não era daquele jeito quando sóbria.

Destinados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora