Destinados.
Marck mal podia acreditar nos próprios ouvidos. Era como se sua mente estivesse lhe contando uma mentira.Passou o último todo ano todo se julgando desmerecedor da coroa. Desmerecedor de toda a atenção, cortejos e elogios que ganhava apenas por fazer o que um príncipe deve fazer. Realizando tais desejos, agradando tais pessoas, Marck nunca foi feliz de verdade. Achava que era uma pessoa quando fingia ser outra. E ele precisou que o irmão o afastasse, brigasse e se mudasse de casa para notar. Tentou, a partir desse momento, descobrir a resposta da terrível pergunta que o irmão lhe fizera naquele dia. Marck aceitou sua realidade melancólica e um tanto monótona: O Príncipe Invisível. Usou Noah como uma fuga dessa realidade.
E como se a vida brincasse com tudo que ele acreditava, lá estava Darlee. Lhe dizendo aquela palavra repugnante.
Destinados. Grande merda: ter um destino que afeta mais do que a si mesmo. "Infelizmente, Darly" Marck ficou com vontade de dizer "Isso já é algo que qualquer realeza tem desde o nascimento. Todas as suas escolhas influenciam um grande número de pessoas".
E mais uma vez, notou Marck enquanto soltava um suspiro cansado, ele estava tentando enganar si próprio. Agora uma espécie de peso tensionava seus ombros. Assumir o trono sempre pareceu há um século de distância, mas ter o destino ligado com aquele grupo de cientistas era algo do presente. Os desaparecimentos estavam acontecendo no presente. Não era um futuro distante.
Além do óbvio: Uma maldição era algo contra a paz, não só contra... Holland estava indo contra quem, afinal? — Ah é, o bom senso. E terapia.
Foi nesse instante que Marck soube que tal história era do interesse de sua mãe. Rainha de Daynus e líder da família, Marck nunca conseguiria achar uma solução pro problema sem ela. E havia aquela carta e a mulher. Coisas que Marck viu no quarto da mãe. A carta havia o símbolo dos Salvadores. E Marck mal teve tempo de pensar sobre a mulher, quem dirá contar sobre ela para alguém, mas sabia que a mãe estava envolvida. Iria arrancar a verdade dos lábios dela nem que fosse por ameaça.
É, pensou ele, estava na hora de voltar para Daynus.
— Voltei! — anunciou Diana, invadindo o apartamento.
Ela percebeu o quão silencioso e pesado o ar estava, então notou que Darlee havia contado para os amigos. Eles eram Destinados. E agora sabiam disso.
— Há quanto tempo você sabia? — perguntou Ellie, se virando pra amiga.
— Um dia.
Isso acalmou Ellie superficialmente. Se fosse por mais tempo, teria ficado muito puta. Afinal, se tinha uma coisa que Ellie não suportava era segredos.
— Tenho que contar o que descobri com Zach — disse Diana.
— Conte pra eles — rosnou Marck, se levantando. — Tenho que ir até o Palácio Blanford.
— O quê?! — Ellie também se levantou. — Por quê?
— Tenho que voltar para Daynus — falou, enquando andava até a porta. Ele apontou para Diana. — E você vem comigo.
Diana soltou uma exclamação. Quem ele achava que era?
— Como é que é?
Ele se virou, e os oceanos que Marck chamava de olhos miraram nos dela. Estava impaciente, e tinha um sorriso debochado na cara.
— Esse é meu olhar de: "Vou te levar de volta pra Daynus, não me atrapalhe".
Enquanto Marck sumia pelo o corredor, Diana lançava um olhar cheio de descrença para os amigos.
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Destinados [CONCLUÍDO]
Fantasia✨ "Destinado é toda pessoa cujo destino afeta uma grande quantidade de seres". ✨ Diana quer fazer uma grande descoberta. Do tipo que mudaria o mundo mágico onde vive. E uma oportunidade surge quando anjos começam a desaparecer de repente no país...