Capítulo 25 - Os Objetos da Maldição.

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Acelynn havia acabado de contar a história. Sua pobre e miserável vida de 100 e poucos anos. Marck e Diana olhavam pra ela agora com novos olhos. Como pode alguém ter uma vida tão... triste? E continuar daquele jeito? Alegre, sorridente, contagiante? — Eles se perguntavam se tudo não passava de um teatro. Se ela não estava fingindo ser feliz quando queria chorar até desmaiar.

    Ela deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e não preocupante em níveis extremos.

Contou os desfecho da história, sobre como acabou enfeitiçada:

— Então eu voltei pro palácio para agradecer Leeane por tudo que fez pelos os Salvadores, Holland já estava aqui.

Acelynn se lembrou como se sentiu quando o viu, na sala de estar, sorrindo de satisfação. A adaga no pescoço de Leeane brilhava assim como as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

"Você matou quem eu mais amava." Ele sussurrou. "Acha isso justo, Acelynn? Não acha que o justo seja a pessoa que você mais ame também morra?"

Lynn, calmamente, disse que não. Sabia que ele não mataria Leeane. Ela havia se tornado uma rainha impecável e tinha um marido poderoso em todos os sentidos. Elon caçaria e mataria qualquer um que triscasse em sua mulher. E isso era de conhecimento público. Nem mesmo Holland seria tão suicida.

— Ele não podia fazer nada com Leeane — prosseguiu. — Então preferiu algo mais passivo.

Diana murmurou:

— O feitiço de Mestre Mandou.

Acelynn assentiu.

— Espere, deixa ver se eu entendi — falou Marck. — Então durante todos esses anos você ficou aqui, presa?

— Lee não me prendia aqui sempre. Eu saia, conversava, andava pelo o palácio e até mesmo ia a cidade. A parede... Ou, o quarto em si, era apenas para me manter perto quando ela precisasse de mim.

    A rainha virou a cara como quem diz: "Não preciso de você".

— Eu não sou a segunda versão da Rapunzel, acredite.

    Diana olhou para Marck, que estava com as sobrancelhas franzidas e um sorriso. Meio contrário, mas... uma boa combinação.

— Chamou minha mãe de Lee?

    Em todos os seus 23 anos de vida, Marck nunca tinha visto o apelido. Achou... interessante, por assim dizer. Lynn soltou um suspiro de decepção fingida.

— Era assim que os poucos amigos da sua mãe a chamavam antes dela se casar com o Tupetinho.

    Marck soltou uma gargalhada extensa e surpresa; sua mãe começou a brigar com Acelynn.

— Já mandei você parar de chamá-lo assim!

— Eu não posso obedecer ordens quando elas não remetem um desejo profundo — explicou Lynn, depois mostrou a língua. — E além do mais: Elon tinha um topete ridículo mesmo.

    Marck se perguntou como tão rapidamente a conversa ficou divertida daquele jeito.

— E você não gostava dele? — perguntou ele a Acelynn.

— Bom, claro que eu gostava. Ele era gentil, tratava sua mãe bem e a amava. Mas... — Ela engoliu o que ia dizer. Leeane voltou a virar a cara. — É complicado.

Destinados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora