12 de maio de 3403.
Ellie escreveu um relatório sobre Os Salvadores e Holland. Will disse que seria uma boa tarefa pra ela porque, se ela escrevia cartas, conseguiria escrever qualquer coisa. Então ela escreveu, se perguntando de onde veio tal lógica. Quando acabou, "pediu" que o relatório fosse enviado para todas as famílias que perderam um parente anjo. Ela ainda não estava acostumada a seu pedido ser uma ordem (literalmente), mas pediu (novamente) que alguém entregasse pessoalmente o relatório pra família Agostini (Melvin e Camila, marido e filha de Evelyn Agostini). Ellie queria que eles soubessem a verdade e que a investigação do grupo estava sim levando-os pra frente. Mesmo que eles não tivessem muita informação através da imprensa.
Porém, quando o "alguém" voltou de Daynus, onde a família morava, tudo que ele tinha pra dizer era:
— Não estavam lá, senhorita.
— O QUE?! — urrou Ellie.
O menino se encolheu com seu berro. Tinha 15, talvez 17 anos no máximo. Seu cabelo ruivo ficava caindo em seu rosto e ele assoprava a franja pra cima. Mesmo tendo franja, Ellie nunca conseguiu afastar a dela daquele jeito. Ela se perguntou porque teriam enviado esse menino, que mal havia crescido, fazer uma viajem até Daynus entregar o relatório.
— Desculpe — pediu ela ao garoto. Ele assentiu, um simples pedido de desculpas lhe fazendo sorrir. Ellie limpou a garganta. — O que disse?
— Eles não estavam lá, senhorita — repetiu ele. — Toquei a campainha e ninguém atendeu, mas o carro estava na garagem. Eu vi pelas as grades do portão.
— Você esperou algum tempo pra ver se haviam apenas saído?
Ele assentiu.
— Sim, senhorita. Mais de horas.
A respiração de Ellie começou a descompassar. Ela andou da direita pra esquerda e da esquerda pra direita, com milhões de perguntas invadindo sua mente. Haviam apenas saído ou era outra coisa? Eles haviam desaparecido também? Por que Holland iria querer eles quando já tinha a maldição pronta pra ser lançada?
O garoto disse:
— Senhorita, talvez deva se sentar.
Ellie ouviu o conselho. De repente o rapaz lhe pareceu bem sábio.
— Perguntei aos vizinhos também, senhorita — ele continuou a falar. — Todos disseram a mesma coisa: Eles chegaram em casa a três dias e não saíram mais. — Ele enrubesceu. — Admito que entrei na casa, senhorita. Eu consigo abrir trancas com facilidade. E não havia ninguém lá dentro. Mas o curioso é que as roupas e alguns pertences comuns desapareceram. Não acha estranho?
Ellie colocou a mão abaixo do umbigo, cobrindo o ventre. Havia se tornado um costume desde que descobriu sobre sua gravidez. Fosse em situações de nervosismo ou quando estava pensando. Refletiu sobre os outros jeitos de se locomover no mundo dela além de automóveis ou andando: portais, teletransporte... Mas eles gastavam muita energia e, se você não queria chegar no trabalho mais exausto do que o comum, não usaria um desses métodos. Por que Melvin e sua filha deixariam a casa desse jeito, do nada e usando mágica? E por que não voltaram se já havia se passado 3 dias?
— Ah, e senhorita... — disse o rapaz, estendendo um pedaço de papel. Ellie o pegou. — Achei esse papel em cima do balcão. É um bilhete, pelo o visto. Está endereçado à Cleo Hallard. A esposa do primeiro-ministro.
Claro! Evelyn e Cleo eram amigas, é bem possível que Cleo conhecesse Melvin e a filha do casal. Deixar um bilhete pra ela faz todo o sentido.
— Você o leu? — perguntou Ellie ao ruivo.
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Destinados [CONCLUÍDO]
Fantasi✨ "Destinado é toda pessoa cujo destino afeta uma grande quantidade de seres". ✨ Diana quer fazer uma grande descoberta. Do tipo que mudaria o mundo mágico onde vive. E uma oportunidade surge quando anjos começam a desaparecer de repente no país...