Capítulo 23 - "Fiquem Sempre Juntos".

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    Enquanto a curta hora de voo não passava, Diana escreveu tudo que sabia sobre Holland e os Salvadores em seu caderno de notas-não-oficiais.

"Holland era um reles humano. Sem poderes, órfão e pobre, Holland cresceu na vida e virou um importante guardião encarregado de proteger e manter o equilíbrio do universo".

Coisa que ele não está fazendo, pensou Diana. Mas não adicionou isso no texto.

"Ele era casado com uma mulher chamada Aimê. E tinha uma filha chamada Abigail. As duas sofreram um acidente de carro. Aimê faleceu e Abigail entrou em coma. Holland então criou um grupo, o nomeou "Salvadores" e fez estudantes de ciência da magia participarem dele. Todos os estudantes entraram no grupo achando que só iam aprimorar magia de cura através de plantas medicinais mágicas.

Mas a pesquisa deles empacaram. Holland arrumou um feitiço. Um que criava uma nova dimensão, onde magia de cura florescesse naturalmente. Em outra dimensão, Holland conseguiria reviver a esposa sem que forças maiores o punissem por acabar com o equilíbrio do universo se tal projeto falhasse. Além disso, poderia acordar Abigail.

Com ajuda de Acelynn, Holland convenceu os Salvadores a (tentar) concretizar O Projeto (criar outra dimensão). Mas foi uma tentativa falha: Muitos membros faleceram no processo e os poucos que sobraram saíram com consequências graves. Isso aconteceu em 3374, quando a trégua entre Astéria e Daynus foi feita (o que serviu de capa para esconder os danos do Projeto).

Logo após o feitiço falhar, os membros do Salvadores descobriram toda a verdade e todos fugiram e se esconderam (inclusive Holland, que administrou os Salvadores de longe durante mais uma década). O grupo só deixou mesmo de existir em 3384.

Atualmente, o plano de Holland é lançar uma maldição sobre Astéria e Daynus. Ela impede que anjos e demônios se beijem, fazendo o número de demônios puro aumentar. Depois, Holland planeja roubar e usar a magia negra desses demônios para concretizar O Projeto. E finalmente, trazer de volta Aimê e Abigail".

Diana olhou para sua pequena produção de texto. Lembrou das pessoas que morreram por causa do Projeto em 3374, e sentiu de novo o peso sobre os ombros. Sensação que dividiu com os amigos antes de entrar no carro com Marck. Foi estranho para Diana saber que as pessoas a sua volta sentiam o mesmo que ela. Ou que todos iam resolver o problema.

Ela não era muito boa com trabalho em equipe.

— Didi — chamou Marck, a tirando de seu mundinho. Ele ainda estava deitado e de olhos fechados.

— Fala.

— Por que odeia realezas?

— Por que quer saber?

— Porque quero. As pessoas perderam o direito de serem curiosas?

Diana não sabia se achava meio engraçado ou se dizia: "Problema seu".

— Vou poder fazer outra pergunta em troca? — perguntou ela, em vez disso.

— Uhum.

Diana pensou um pouco na resposta. Queria dizer a verdade (o porquê, não sabia), mas não expor que (basicamente) o motivo de Diana odiar realezas era culpa da mãe dele.

— Eu percebi que tudo vocês vivem é uma mentira. Minha vez: Por que ainda não respondeu a pergunta de Alan?

    Ele não ficou satisfeito com a resposta. Como assim tudo que eles viviam era uma mentira? O que isso quer dizer? — Bem, sim, realezas passam a maior parte do tempo tentando expressar sua impressão mágica e perfeita, mas Didi não parecia ser do tipo que acreditava nisso. Ou será que ela acreditava e, quando a ficha caiu, sua admiração virou desprezo?

Destinados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora