Capítulo 31- Inesquecível.

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13 de maio de 3403. (Dia anterior, Daynus).
23:19, 9 horas e 53 minutos antes da postagem.

    Foi, talvez, a noite mais divertida da vida de Diana. Ela conversou com tanta gente que perdeu a conta, teve seu momento admirando a arte dos Griffon e voltou a conversar. Eram tantas pessoas diferentes! Ela chegou a encontrar alguns cientistas e ficou séculos batendo papo-nerd. Quando Marck e ela trombavam com Alan, eles mudavam a rota, mas o príncipe mais novo pareceu achar aquilo divertido.

    Tentaram procurar por Darlee algumas vezes. Na primeira vez, ela estava bebendo vinho. E na segunda, estava provando o gosto de vinho da boca de uma garota, então a deixaram em paz. E durante toda a festa, Sully não desgrudou de Miranda, assim como Diana não desgrudou de Marck.

    Porém, infelizmente, tudo que é bom dura pouco e eles tiveram que ir pra casa. O carro preto que os levou voltou e, depois que eles se despediram dos Griffon, Marck as deixou em casa. Diana cutucou a irmã o caminho inteiro pra ela não dormir e quando chegaram, Ash, a governanta da Mansão Carleigh, ajudou Marck a levá-la pra cama.

    Diana ficou com vergonha, mas Marck só riu.

— Eu sinto muito que tenha visto essa cena — falou.

    Marck negou com a cabeça, ainda sorrindo.

— Não se desculpe. Foi muito cômico.

    Diana sorriu de canto, pronta pra provocá-lo.

— São onze e pouca da noite, você quebrou sua promessa de nos trazer cedo pra casa.

    Ele deu de ombros.

— Posso sempre colocar a culpa em Darlee.

    Diana riu.

— É verdade.

    Então Marck andou até a parede e pegou o quadro que estava encostado lá. Eles estavam em uma das salas da Mansão Carleigh, onde a luz era pálida e o ambiente amplo. Aquela era a sala estar das damas (como era chamada) porque era o cômodo preferido das esposas dos primeiros-ministros. E ali havia quadros delas, mas não de um jeito poluído. Era decorado em tons de creme e com flores cor coral. O quadro que Marck pegou, porém, eram o que eles tinham ganhado dos Senhores Griffon. Tecnicamente, a Pena de Torien era pra estar dentro dele.

    Marck colocou o quadro em cima de uma mesa. Diana o encarou e respirou profundamente, seu corpo subindo e descendo com o gesto. E se a pena não estivesse lá? Eles tinham um plano B?

— Precisa enfiar a mão nele, Didi — relembrou Marck, a encorajando.

    Ela prendeu a respiração e aproximou o braço. Seus dedos foram engolidos pela a tinta do quadro e Diana sentiu algo fazendo-a cócegas. Seus olhos arregalaram e Diana a agarrou, puxando a mão de dentro do quadro.

    A tinta pareceu diluir, e a pena na cartola da moça desapareceu, indicando que a pena dentro dele não estava mais lá.

    Agora estava na mão dela.

— Ai. Meus. Celestes.

    Era uma pena negra e grande. Grande demais pra ser de qualquer pássaro e com a mesma coloração das asas de um corvo.

    Nos poucos segundos que passaram, com Diana fitando a pena, ela se lembrou da terrível história que a cercava.

    Era uma vez um demônio muito malvado. Ele odiava os anjos com todas as forças e era um feiticeiro muito poderoso.

    Era uma vez um anjo inocente chamado Torien. Ele era um adolescente teimoso e curioso que não ouvia nenhum conselho dado a ele. Um dia, Torien encontrou o casarão negro enorme no meio da floresta do qual sua família o alertou. O portão era feito de pedra, e Torien conseguia ler nele: "Tu não serás o primeiro a entrar. E não serás o primeiro a sair".

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