Capitulo 10 part. 2 - "O Príncipe Invisível".

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6 de julho de 3402 (um ano antes, Daynus).

    Marck odiava as "leituras obrigatórias para um príncipe herdeiro". Basicamente, livros que ele era obrigado a ler por ser um príncipe herdeiro. Livros que ele lia por obrigação.

    Algumas vezes, Marck gostava de brincar de dar um "título" para sua vida. Ele pensava: "Se minha vida fosse um livro, se chamaria..." e colocava um título. Quando ele fez sua primeira atitude como príncipe e foi reconhecido por isso, Marck intitulou sua vida "Incrível". "Se minha vida fosse um livro, se chamaria 'Incrível'". E basicamente a graça da brincadeira era mudar o título de acordo com as situações que passava, o que fazia ele ser totalmente positivo em uma hora, e em outra ser totalmente negativo. Marck gostava de ver como, sua vida era cheia de altos e baixos. E por conta disso, muitas vezes, o título de sua vida não era tão agradável. Teve quando ele tirou nota baixa em uma prova importante, e assim o título mudou para "Uma Vida Não Tão Incrível Assim." Percebeu logo em seguida que ele era péssimo para intitular coisas então mudou para "Uma Grande Merda". (Ok, pensou Marck, se minha vida fosse um livro, as pessoas só leriam pela a horrorosa e torturante obrigação. Ou, não sei, alguém leria um livro chamado "Uma Grande Merda"?)

Acontece que aquilo se tornou um hábito tão frequente que muitas vezes o "título de sua vida" mudava 2 ou 3 vezes por dia. E era bastante irônico como a brincadeira incluía, justamente, o universo dos livros, que muitas vezes Marck não suportava.

Por sorte, 6 de julho era uma data em que Marck não precisava ler nada por obrigação. Na verdade, naquela data, Marck só fazia uma coisa: ajudar a preparar a festa de aniversário de sua mãe, Leeane. Todo mundo sabia que naquele dia, todos no palácio iriam colaborar para "A Vitória Anual".

    E "A Vitória Anual" era nada mais nada menos que humilhar suas tias, primas e mulheres da família Wyzard.

Pois então, que a família Wyzard era um exemplo de classe e etiqueta, todo o reino de Daynus sabia. Mas o que as pessoas não sabiam era que se sua família fosse enredo de um livro, o dito cujo se chamaria: "Entre Tapas e Falsidades". O que seria comum para uma família (de acordo com Sully) mas os Wyzards ultrapassavam todos os limites nesse ponto. Tudo, por causa do título "Aquela que Lidera".

A "Aquela que Lidera" era uma mulher eleita a cada vez de uma em uma década. Ela era responsável por "comandar" a família. E, infelizmente para a toda a família, a "Aquela que Lidera" desde de que Elon Wyzard subiu ao trono, era Leeane Wyzard. Sendo assim, era lógico que justamente na data de seu aniversário, Leeane se esforçasse o máximo para aquele ser o maior encontro da família e a maior festa do ano. Humilhando todas as outras mulheres que tentavam fazer encontros parecidos mas sempre falhavam.

    Em 3402, Marck estava colaborando para a vitória daquele ano gentilmente acalmando a mãe, que estava puta por Alan ainda não ter saído do "quarto de criações".

— Ele não deveria estar lá — resmungou Leeane, entredentes, enquanto sorria e cumprimentava um parente com a cabeça. — É meu aniversário, porra. Ele tinha que no mínimo cumprimentar seus primos.

Marck sorriu, sabendo que se sua mãe ouvisse uma risada, o mataria ali mesmo. Era engraçado ver Leeane Wyzard, uma referência de elegância e etiqueta, xingando. Se focou em proteger o irmão:

— Mamãe, a senhora sabe que Alan não se dá muito bem com nossos primos.

Leeane bufou exageradamente.

— Você sabe que eu não estou falando disso.

E realmente, ele sabia.

Alan sempre foi conhecido por ser o membro real mais misterioso. Ele era muito recluso e dificilmente saia do palácio. — Bom, na realidade, raramente saia de seu "quarto de criações". E se saía, era pra ir para o colégio ou nas raras ocasiões que aparecia no Whitestown, quando Will e Sully o convidavam. Marck não julgava o irmão por fugir da mídia, mas era preocupante como os únicos amigos que Alan parecia ter, eram os amigos de Marck. E assim como essa isolação era de longe a coisa mais saudável para Alan, ela poluía sua imagem, pois (quando era obrigado a ir a algum lugar) Alan era temido, ou até mesmo mal julgado e ridicularizado.

Destinados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora