Capítulo 13 - A Herança.

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    Automaticamente, Ellie olhou pro seu noivo.

    Já fazia algumas semanas que estavam desaparecendo anjos em Astéria. A CIAD já estava cuidando do caso. Will queria fazer um pronunciamento sobre o assunto, mas seu próprio pai mandou ele não se preocupar com a situação. Yzak disse que ele poderia contratar um investigador pessoal, mas foi no mesmo dia que recebeu a notícia que teria que se casar. Então, ele procurou uma esposa, aceitou ser pai e casar com Ellie, consequentemente aceitando fingir que estava apaixonado por ela, e... Bom, a vida de Will se tornou tão cheia de outras coisas que ele havia deixado de lado os desaparecimentos.

    Então era isso? Anjos estavam desaparecendo porque alguém estava os sequestrando para roubar sua magia e a usar num experimento científico maluco? O quão desumano era tudo aquilo? E também: O que era esse "Projeto"?

     Essa não era a coisa mais importante no momento, porém. Will precisava pensar numa maneira de resolver a situação. Era o seu reino; o seu povo desaparecendo, e ele não podia ficar parado. A primeira e melhor opção era conversar com Yzak, ver o que ele pensava. Mas para fazer isso, ainda havia algumas coisas que ele precisava saber.

— E você acha que existe algum jeito de descobrir o nome de todos os membros do grupo? — perguntou Will.

— Não sei — falou Darlee.

    Ela tirou um segundo para pensar e depois acrescentou baixinho:

— Mas... — e parou.

    Não foi baixinho o bastante para Will não escutar.

Mas o quê? — perguntou.

— Mas talvez Acelynn saiba — admitiu.

    Ela deu um suspiro derrotado e se afundou mais na cadeira.

— Eu tentei procurar Anna, a bibliotecária da faculdade, quando voltei — contou, soando extremamente cansada. — Descobri que ela faleceu dois anos depois que parti. Até pensei que ela pudesse ser Acelynn usando um pseudônimo, mas era uma teoria sem fundamento. As idades não batem, e... Acelynn não está morta. Eu sei disso.

Ergueu a cabeça e sustentou o olhar, só para mostrar firmeza no que disse. Os olhos da irmã encontraram os dela, igualmente verdes. Por um curto minuto, Diana imaginou Darlee enfurnada numa biblioteca com milhões de anotações, o notebook aberto e dois diários, um em cada mão. A imaginou relendo os dois muitas e muitas vezes, conectando pontos, pesquisando sobre um assunto que estava disfarçadamente ligado ao principal. Darlee alugando livros, fazendo uma segunda faculdade e virando noites.

   Viveu cinco anos daquele jeito. Era possível ver as marcas que a falta de sono e preocupação lhe causaram no rosto. Suas olheiras eram mais fundas que o usual, e as rugas de preocupação mais marcadas do que deveriam ser naquela idade.

— Então a outra opção é procurar esse tal de ZO — falou Marck. — Se ele foi mesmo um "líder" do grupo, é bem possível que saiba todos os nomes.

    Os olhares foram para Darlee, que deu de ombros.

— Não pesquisei sobre ele.

Então Ellie se levantou abruptamente e caminhou até Darlee, colocando sua mão sobre a dela.

— Escute, Darly, não é sua responsabilidade cuidar ou investigar os desaparecimentos. Por favor, tire um descanso, dê um pouco de atenção para Didi e pare de pensar nessa história, pelo menos por um tempo. Está claramente te fazendo mal.

    Darlee se remexeu na cadeira, visivelmente desconfortável. Não era um pedido fácil de realizar. Ela havia passado os últimos 5 anos pensando naquela história. "Parar de pensar nela" parecia até um insulto. Porém, no segundo seguido, ela suspirou, porque sabia que Ellie nunca pediria algo assim se não estivesse dizendo a verdade (ou algo super -sensato). Sentia-se, fe fato, muito mal. Então, derrotada, Darlee assentiu.

Destinados [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora