Capítulo 38

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Let's go home..🥀

Depois que voltei pra casa, tudo parecia pior, era como se uma parte de mim tinha ido embora. A dor era uma das piores que tinha sentido. O único jeito que eu consegui amenizar era bebendo. Minha cabeça doía, meu corpo estava cansado eu estava com saudades dela, dou um soco no espelho fazendo ele quebrar. Meu pai entra correndo e me segura.

— Você está bêbado? olha oque você fez! podia ter se machucado!

— Eu não me importo, nada é pior que a dor da perda dela. — ele vira a garrafa chorando

— São 23 da noite, você está bêbado, e não sabe o que está fazendo, vá tomar um banho e se recomponha! amanhã cedo tem o enterro dela e acho que você não vai querer faltar. Anda!

Saio do quarto e vou para o banheiro tomar um banho, enquanto a água quente escorria em meu corpo eu fico relembrando da cena em que nos abraçamos no chuveiro. Meu coração doia ao lembrar da cena e do quanto eu a amava..
A verdade é que ela não precisava de mim tanto quanto eu pensava, eu precisava mais dela do que ela de mim.
Saio do banho e me deito, tomo uns remédios para dormir pois ultimamente não tinha descansado direito. Acordo bem cedo com o barulho da chuva, parece que o clima entendia nossos sentimentos.. bem no enterro dela. Tomo banho e coloco meu terno preto.

Fomos para o enterro, enquanto o padre falava umas coisas eu chorava e a olhava, sei que seria vez que eu veria ela. Tiro o colar que dei pra ela do bolso e começo a chorar pedindo que a traga de volta.
Peço pro padre deixar eu falar e ele concorda. Quando olho todas aquelas pessoas lá indentifico a Amy, ela chorava muito e sei que ela fez parte da vida dela, mesmo que tenha sumido.

— Eu gostaria de falar um pouco. — diz enquanto olhava todos que estavam presentes ali

Eu começo a falar como se estivesse conversando com ela.

— Amando e lutando, acusando, negando, não consigo imaginar um mundo em que você se foi, a alegria e o caos, os demônios de que somos feitos, eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho, você se trancou no banheiro, estava deitada no chão quando eu entrei. Eu te puxei pra sentir seus batimentos cardíacos, você pode me ouvir gritando? por favor, não me deixe, aguente firme eu ainda quero você, volte eu ainda preciso de você. — enxuga as lágrimas — Me deixe pegar a sua mão eu vou consertar tudo, eu juro te amar por toda a minha vida, aguente firme eu ainda preciso de você.  Numa longa estrada sem fim, você esta em silêncio ao meu lado. Conduzindo um pesadelo na qual não consigo escapar.

Meu coração começa a doer ainda mais, começo a chorar ainda mais ao vê-la, a minha ficha tinha caído ali. Meu pai vem até mim pra me tirar de lá mas eu me recuso.

— Conduzindo um pesadelo no qual não consigo escapar, rezando sem esperança, a luz não está apagando, escondendo o choque e o frio em meus ossos, eles te levaram em uma mesa, eu ando de um lado pro outro enquanto você continua imóvel, eles te puxam para sentir seus batimentos cardíacos, você pode me ouvir gritando? por favor não me deixe! — grita chorando — Aguente firme, eu ainda quero você, volte eu ainda preciso de você, me deixe pegar sua mão eu vou consertar tudo, Eu juro te amar por toda a minha vida. Eu não quero te deixar ir, eu sei que não sou tão forte assim, eu só quero ouvir você dizendo "Meu amor, vamos para casa" vamos pra casa...eu só quero te levar pra casa, volte eu ainda quero você..

Depois do enterro a Amy vem até mim conversar.

— Eu me sinto tão culpada de não estar com ela nesses dias.. eu estava com tantos problemas que tive que me afastar. Eu me sinto tão culpada! — abraça ele e chora

Não se sinta, quem deveria estar sou eu. E estou.

— Cauê.. sinto muito! eu estou tão triste, eu me afastei dela por causa do meu namoro. Eu gostava muito dela — Mateus abraça ele

Oi Mateus.. obrigado.

— Você vai ficar bem.— Mateus fala triste

— Espero que sim.

— O que eu vou fazer sem ela? — Amy chora desesperadamente

Calma Tata, vai ficar tudo bem! — João abraça ela

— Melhoras Amy, sei que deve tão difícil quanto pra mim, mas vai ficar tudo bem. Eu tenho que ir, nos vemos por aí.

Vou para casa, e aproveito que meu pai não está e viro a garrafa de vodka, me jogo na cama e tomo uns remédios. Era o único jeito que amenizava um pouco da minha dor.

Recebo uma ligação desconhecida que pergunta sobre a Duda.

— É o Cauê né? eu queria falar com a Duda, é o pai dela.

— Ela morreu. —diz chorando bêbado— Ela teve uma morte cerebral e a anemia a matou.

Eles desligam o telefone quando dou a notícia, então acabo adormecendo.

continua...

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