Voltei.
Deixo aqui também meu pedido de desculpas.
Espero que gostem e espero terminar ainda no próximo mês.
Beijos!Hannah
— Beck, você precisa parar de secar o cara — eu resmunguei, irritada. — E eu não vou passar perto dele outra vez.
— Mas é o Jack Harlow — ela insistiu. — Só mais uma vez, por favor, Hannah. Você viu aqueles olhos? E o sorriso? Não acredito que ele existe mesmo.
Olhei para Jack pela milésima vez na noite, eu meio que já decorei cada detalhe do seu belo rosto. Sorte a nossa que os garotos estão focados em Charles, ou Will e James já estariam enchendo o nosso saco. Mas a verdade é que... bom, Jake Harlow é mesmo surreal.
Eu pensei que o problema em estar aqui, junto com alguns dos artistas que costumo escutar todos os dias, seria controlar a minha ansiedade. Mas Beck está me superando, porque rondou Jake Harlow e Dan Reynolds uma porção de vezes. Acho que minha ficha não caiu. Ainda não parece real. Eu estou aqui, a poucos metros de pessoas que eu tanto admiro, e mal consigo olhar na direção deles.
— Se fosse o Harry Styles você estaria beijando até o chão que ele pisa — Beck reclamou, revirando os olhos. — Eu estou me sentindo tão famosa hoje. Ai, Deus, ainda bem que esse momento chegou e finalmente vocês estão estão sendo reconhecidos.
Dei risada ao pegar a minha terceira taça de champanhe da noite quando o garçom passou por nós. É assim que estou tentando me controlar, o álcool consegue ser um bom companheiro em dias de tensão. Hoje é um deles. Ainda assim, preciso respeitar o meu limite.
— Não sei se você percebeu, mas ninguém nos reconheceu, Beck.
— Bom, não importa, no final dessa noite vocês serão tão famosos que vai chover convite — ela afirmou, convicta. — Escuta, você acha que seria estranho pedir alguns autógrafos?
— Nem ouse, o Max vai te dar uma bronca — respondi. — Ele passou uma hora inteira ontem à noite me enchendo o saco.
Beck resmungou algumas reclamações que não fui capaz de entender. O som não está alto, mas há pessoas conversando em todos os cantos. Antes de entrar aqui eu já estava fazendo esforço para manter as pernas firmes e os pensamentos distantes. Agora parece inútil, não consigo focar em nada.
Já peguei Lauren e Madison olhando em minha direção uma porção de vezes. E Charles também, mesmo entretido na conversa entre os garotos com alguns produtores musicais. Isso está me fazendo suar frio. Eu me sinto exposta e vulnerável, em um tipo de ambiente que não estou acostumada a estar, com pessoas que eu não gosto de estar.
Segurei a mão de Beck, guiando-a em direção ao balcão. Parece um paraíso. De um lado há porções de hot philadelphia, temaki, lamen e rolinhos primavera. Do outro lado, fondue, tiramisú e torta de maçã. E não para por aí, mas não tive oportunidade de ver o restante do cardápio porque faz um hora inteira que estamos perseguindo Jack Harlow.
O curioso é que essa galera não tocou em nada, o que me fez questionar se é uma regra de etiqueta ou algo assim.
— Como você se sente? — Rebecca perguntou para mim enquanto eu enchia os nossos pratos. — Com Charles tão perto de você?
— Eu não sei, acho que eu me sinto meio...
Descartável.
A palavra estava na ponta da língua, mas não verbalizei. É algo meio vergonhoso de se dizer. É claro que todo mundo já se sentiu assim em algum momento da vida, seja por amizade ou relacionamento amoroso. Mas a questão aqui é que isso se trata do meu pai. Não fui descartável para uma amiga ou um garoto qualquer. Fui descartável para o meu próprio pai.
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Duas verdades, uma mentira
RomanceHannah e James vivem em pé de guerra desde a adolescência, depois de um desentendimento que a fez acreditar que o único propósito dele era humilha-la. Entre brigas, provocações e xingamentos, os dois tentam a todo custo ignorar as sensações que um d...