Peyang Yakisoba

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Desci as escadas e vi que a reunião já havia começado. Alguns integrantes da Toman escutavam atentos enquanto um deles falava à frente. Reconheci o garoto baixinho e loiro de cabelos longos que havia dado um sorriso para Baji na noite da festa. Ele falava sério, mas mantinha um tom calmo e firme. Ao seu lado estava o outro garoto, bem mais alto, com a tatuagem de dragão na lateral da cabeça. Do seu outro lado estavam Keisuke e o menino de cabelos pintado de loiro e olhos verdes que estava no grupo que entrou com Kazutora.

- Agora vou passar a palavra ao capitão da Primeira Divisão, Keisuke Baji. – Disse o loiro, que parecia liderar o grupo.

Baji deu um passo à frente, seu semblante era de pura seriedade.

- Valhalla nos emboscou esta tarde. Pegaram Kazutora e mais três dos nossos, que conseguiram fugir. Kazutora ficou para trás e foi massacrado. Chegamos a tempo de resgatá-lo, mas não conseguimos vingá-lo.

Ouviu-se um burburinho entre os presentes, alguns se agitaram.

- Chifuyu. – Keisuke falou, olhando para o outro menino, que ainda não tinha feito curativos em sua ferida no braço.

- Eles querem guerra, isso está claro. Vão atacar em qualquer oportunidade. Precisamos estar atentos e traçar uma estratégia. – Disse, batendo uma mão na outra.

Tentei andar o mais sorrateiramente possível em direção à porta enquanto disfarçadamente prestava atenção no que era dito.

- Toman! Não vamos deixar que nos acuem. Por hoje, vamos nos recuperar. Amanhã nos reuniremos novamente para decidir o que faremos. Não se precipitem. – Disse o líder.

Foi a última coisa que ouvi antes de fechar a porta atrás de mim e sentir a preocupação tomar conta. Guerra? Keisuke Baji estava envolvido em uma guerra de gangues, e eu...bem... eu estava envolvida com ele.

O táxi chegou rápido em casa e como imaginei minha mãe já estava dormindo no sofá. Na sua frente havia um yakisoba pela metade que eu tratei de guardar e a cobri com um lençol. Tomei um banho demorado, sentindo a água tocar cada parte do meu corpo aonde há alguns instantes, Keisuke havia tocado com suas mãos e lábios.

Deitei em minha cama sem a menor esperança de conseguir dormir rápido. Mesmo preocupada, não conseguiu esconder um sorriso que insistia em estampar o meu rosto. Como eu o desejava... desejava seus beijos, seu corpo, suas mãos me ora me apertando ora me acariciando...

Senti o sono se aproximar lentamente enquanto eu ainda sonhava acordada com ele. Passei a língua pelos lábios como se pudesse sentir novamente o gosto do seu beijo. Estava quase adormecida quando ouvi um assovio vindo da janela.

Estranhei o som, mas ignorei, não ia levantar só pra ver algum bêbado andando ou até mesmo um morcego. Acima de tudo, não queria que nada quebrasse aquele clima gostoso.

Novamente o mesmo som. Sentei na cama. Ok, eu estava curiosa.

Decidi ir até a janela verificar.

Olhei para baixo e inacreditavelmente Keisuke Baji estava lá, na calçada, olhando para cima com um sorriso enorme. Quando me viu, sinalizou com a mão para que eu descesse.

Senti o chão abaixo de mim tremer enquanto meu coração saltava de felicidade e adrenalina ao mesmo tempo. Olhei para ele com uma expressão confusa e logo em seguida olhei para dentro de casa, procurando minha mãe. Ela ainda dormia no sofá e roncava.

Voltei pra janela e pedi com as mãos que esperasse um pouco, afinal eu estava de camisola. Me troquei rápido e saí no mais absoluto silêncio. Antes de fechar a porta olhei minha mãe e senti culpa, mas enfim, eu não estava fazendo nada de tão errado assim.

Cabelos Negros - Keisuke Baji x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora