Tudo

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Olhei confusa para Kazutora e então para Yasu, que exibia um sorriso de cumplicidade, parecendo saber de algo que eu não sabia. Kazutora estendeu a mão como que me incentivando a ir logo e eu não tive outra escolha senão começar a andar em direção à escada para o segundo andar.

O segundo andar tinha alguns poucos membros da Toman jogando sinuca e outros sentados conversando. Conforme eu ia caminhando entre eles, paravam o que estavam fazendo para me cumprimentar ou me saudar calorosamente, enaltecendo meus feitos na noite anterior, descrevendo-os de forma exagerada.

Atravessei o segundo piso em direção à escada em caracol sentindo meu coração acelerar e sem saber o porquê. Não tinha nada demais acontecendo, Baji estava no terraço me esperando apenas, talvez quisesse conversar em um ambiente mais tranquilo, talvez quisesse falar sobre a tal guerra com a Valhalla sem que outros membros escutassem, ou talvez quisesse dar uns amassos, o que não era má ideia.

Subi calmamente a escada em caracol e no final encontrei a porta do terraço fechada. Tentei abrir, mas estava aparentemente trancada. Empurrei um pouco mais forte e nada. Suspirei fundo, ajeitando o meu cabelo e pensando no que fazer. Pensei em mandar uma mensagem para ele.

Ouvi passos do outro lado da porta e então ela se abriu revelando uma cena inacreditável. Keisuke segurava a porta com um sorriso enorme no rosto. Estava vestido com blusa social branca, calça e sapatos pretos, absolutamente lindo, como nunca o vi. O terraço estava todo decorado com flores brancas e por toda parte haviam luzes penduradas. No centro havia uma mesa com duas cadeiras e dois copos, além de uma garrafa de saquê.

Keisuke estendeu a mão para mim, me conduzindo até a mesa. Ele me acomodou na cadeira e antes de se sentar, selou nossos lábios em um beijo demorado e quente.

- Isso é inacreditável, e-eu nem sei o que falar. – Comecei.

- Fico feliz que tenha gostado. Confesso que fiquei um pouco nervoso. – E sorriu, passando a mão por entre os cabelos que estavam super arrumados.

- Você fez tudo isso hoje? – Falei olhando ao redor deslumbrada.

- Não, já venho planejando há alguns dias. Tive alguma ajuda.

Keisuke abriu a garrafa de saquê, servindo a bebida para nós dois. Brindamos e em seguida bebemos. Ele bebeu o primeiro copo de uma vez só, parecia que o nervosismo ainda não tinha passado.

- Ay. – Ele respirou fundo. – Te conheço a tão pouco tempo e ainda assim parece uma eternidade, sinto como se você fizesse parte da minha vida desde sempre e como se ela não fizesse o menor sentido sem você. Nesse meio tempo, sua vida já esteve em risco diversas vezes e isso me fez perceber que eu não posso e não quero ficar sem você de jeito nenhum porque a verdade é que eu te amo. Era isso que estava escrito naquela mensagem.

Fiquei totalmente paralisada com aquela afirmação, olhando para Keisuke dentro de seus olhos, como se a qualquer momento tudo aquilo fosse desaparecer na minha frente.

- Eu te amo, Ay. Muito. – Repetiu.

Quase que involuntariamente levantei da mesa e andei em sua direção. Virei seu corpo e beijei seus lábios apaixonadamente, sentindo seu gosto, o toque quente e macio da sua língua.

- Eu também te amo demais. – Falei, olhando em seus olhos, segurando seu rosto entre as mãos.

Ouvimos uma batida na porta do terraço. Keisuke andou até lá e abriu, deixando entrar um dos membros da Toman que estava divertidamente "fantasiado" de garçom e trazia duas bandejas. Ele se aproximou da mesa e serviu dois pratos bonitos de massa com frutos do mar.

Cabelos Negros - Keisuke Baji x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora