Chá de Jasmim

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O pânico tomou conta de mim e fiquei estática. Koji parecia mais assustador do que nunca sob aquela iluminação. Seus olhos estavam arregalados, ele transpirava. Atrás da minha mãe, ele parecia enorme, o cenário era um verdadeiro filme de terror.

- Ay, faz o que ele tá mandando. – Minha mãe disse choramingando.

Koji moveu a cabeça em direção ao sofá. Calculando meus movimentos, me sentei sem tirar os olhos de minha mãe por um segundo. Ele deu mais alguns passos e parou próximo de mim. Olhei para ele com ódio e medo.

- Não me olhe como se a culpa disso não fosse sua. – Falou friamente.

- O que você quer? – Perguntei entre os dentes.

- Eu quero o que é meu. Você. – E abriu um sorriso maníaco.

Aquelas palavras me fizeram tremer. Não que eu não soubesse o que Koji tanto queria, mas ouvi-lo dizer com uma faca no pescoço da minha mãe era algo que eu não conseguia suportar. Precisava escolher minhas palavras com cuidado.

- Vamos conversar, mas solta a minha mãe. – Falei, encarando-o.

- Preciso de uma garantia, você anda muito traiçoeira. – Falou, apertando o braço que segurava minha mãe pela cintura.

Decidi improvisar.

- Koji...- Me esforcei para mudar o tom de voz para um mais carinhoso. – Não precisava chegar a esse ponto. - Falei, me levantando lentamente do sofá e parando em frente a ele.

Vi a expressão do garoto mudar ao me encarar de frente. Sua boca se abriu em um sorriso, mas não havia nenhuma felicidade ali, apenas loucura.

- Ainda podemos resolver isso... juntos. – Disse com muito esforço e tentando manter meu rosto o mais relaxado possível.

- Você me magoou muito Ay, me abandonou e agora está namorando um capitão da Toman. – Koji deu alguns passos para trás, minha mãe soltou um gritinho.

- Não estou mais. Minha mãe pode confirmar. – Falei séria, olhando para ela

Koji aproximou apertou a faca contra o pescoço de minha mãe, fazendo um pequeno corte.

- S-sim! Eles terminaram. Hoje à tarde levei ela para entregar uma coisa dele que tinha ficado com ela. – Minha mãe falou rapidamente, as lágrimas caindo de seus olhos.

Koji relaxou um pouco os braços e ficou uns instantes olhando para baixo. Quando se levantou tinha o rosto sério, mas pude notar que sua boca tremia. Ele estava confuso.

- Sabia que não iria longe. Seu lugar é comigo. – Falou finalmente.

Eu precisava entrar no jogo dele se quisesse ter alguma chance de livrar minha mãe daquilo.

- E-eu acho que sim... – Dei mais um passo a frente, diminuindo a distância entre nós. – Só você iria tão longe assim por mim.

- Você não tem noção das coisas que eu faria por você. – Ele falou balançando a cabeça.

Minha mãe assistia àquele teatro calada. Ou estava um choque tão forte que não conseguia reagir ou havia captado que aquilo não passava de encenação.

Coloquei a mão sobre a mão de Koji que segurava minha mãe pela cintura, puxando-a lentamente em minha direção. Ele não cedeu imediatamente, mas eu o olhei intensamente nos olhos, tentando ganhar sua confiança. Aos poucos soltei o braço e ele foi afastando a outra mão, que segurava a faca, até que minha mãe estava completamente solta.

Sem olhar para ela, levei minha outra mão à outra mão de Koji, forçando-o a se livrar da faca. Desejei que ele a jogasse no chão, mas ele a guardou no seu uniforme. Estávamos frente a frente, de mãos dadas. Koji me abraçou forte e cheirou meus cabelos por alguns segundos.

Cabelos Negros - Keisuke Baji x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora