𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 1

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Um amor impossível

Antes de qualquer coisa me chamo Maria, sou a melhor amiga de Rafael. Eu e Rafa somos amigos quer dizer melhores amigos desde sempre, desde que nos conhecemos, minha mãe diz que nós nos conhecemos quando tínhamos 5 anos, Rafa é mais velho uns meses por isso nós brincamos muito com essa diferença de idades ele diz que é muito mais maduro que eu,mas não é, ele é o mais "choramingas" de nós dois, isso sim.

Mas a idade que realmente interessa para mim, é os 9, foi aí que eu comecei a perceber que realmente sentia algo mais por ele, ver aquele olho verde, aquele sorriso que aquecia o meu coração sempre que o via.

Nossas mães são muito próximas isso se deve a serem vizinhas desde sempre, no verão,nas férias Rafa sempre vinha para minha casa, ficávamos no quintal rebolando na relva, comendo melancia, às vezes íamos para a piscina e ele ficava atirando se em bomba para me molhar quando eu estava no meu colchão apanhando sol, de início eu fingia ficar embirrada para ver a reação dele, mas nós sempre nos divertiamos por fim e começávamos á risada.

Chegamos a acampar muitas vezes também. Sempre foi assim no início nós tínhamos aulas sempre juntos com os passar dos anos fomos trocando de turmas e só nos víamos no intervalo ou então quando chegavamos em casa. Mas isso nunca foi um impedimento pra nada ele sempre vinha para minha casa ver filmes,brincar, às vezes ele me encobria, uma vez em particular eu já com 15 queria ir a uma festa,mas minha mãe não queria deixar eu ir achava eu muito nova, Rafa tinha ficado em casa com a tia e a tia como era adolescente nos ajudou, eu disse para os meus pais que ia ficar em casa dele, e no fim acabamos indo nessa festa e nos divertindo talvez não muito porque havia muito álcool e nós odeavamos aquele travo amargo de cerveja.

Agora com 16 anos, e ele com 17 por ser mais velho uns meses, eu me arrependo de não lhe ter dito mais cedo o que estava sentindo por ele, á uns meses descobriu se que ele tinha leucemia aguda um tipo de câncer, mas não era só isso, o câncer deixou o seu sistema imunitário fraco e neste momento ele está em falência de órgãos, ele iria precisar de um transplante múltiplo para sobreviver.
Eu sabia que ele estava mal, mas não tão mal, ele ia fazer várias vezes tratamentos de quimioterapia, mas um dia ao chegar a casa minha mãe me deu uma notícia, o estado dele tinha piorado e ele teria de ser internado durante um tempo.

Hoje uns meses depois os médicos avisaram nossos pais e como eu sou a melhor amiga dele estou aqui, eles dizem que o melhor é o deixarem confortável e que acharam melhor chamar a família para se despedir dele.

Decidi, ter a coragem que nunca tive para lhe dizer o que sinto por ele, mesmo sabendo que provavelmente será tarde demais, nunca lhe disse o que sentia, tinha medo da rejeição ou de ele dizer que eu não tinha a certeza que o que sentia era amor, tive medo da dor, de chorar, eu não queria chorar em frente aos meus pais, eu sempre fui uma chorona, sempre choro vendo comédias românticas.
Estou sentada na cama olhando Rafa com aquele tubinho no nariz que o faz respirar melhor, já que os pulmões não estão conseguindo fazer isso sozinhos.

— Rafa, meu amigo, tenho algo para te dizer — lhe digo.

— Imagino que saiba o que é — diz ele.

— Me deixa terminar por favor sim — lhe digo.

Ele assenta com a cabeça que sim

— Então meu amigo, você se lembra dos nossos verões na piscina, comendo melancia ou mesmo quando nós íamos acampar perto do rio e quando nós fugíamos a meio da noite para ir dar um mergulho no rio, mesmo as nossas mães não deixando porque achavam ser perigoso, ou mesmo apenas para apanhar pirilampos, quando ficávamos assando marshmallows na fogueira ou então quando éramos rebeldes e fomos á diretoria por temos rasgado os pneus do carro da professora que não gostava de nós e você assumiu a culpa toda sozinho para eu não ser expulsa, a sua mãe deixou você de castigo um mês sem poder jogar, mas você sempre fugia pela janela e vinha até à minha casa.

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