Contos Variados

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 41

O meu melhor amigo

Estou no sofá ao lado do meu melhor amigo não sei o que fazer.

Ainda parece mentira, passaram anos, e agora as milhas já não nos afastam.

Lembro de quando eu dizia que só queria um abraço dele. Mas agora aqui perto dele olhando a TV, uma série que já assisti tantas vezes mas não me canso, queria o beijar.

Sei que vou estragar tudo, a nossa amizade que foi crescendo ao longo dos anos, todas as vezes ele dizia que estava lá pra mim me ouvindo, mesmo quando alguém partia o meu coração.

Me lembro quando ele disse que quem gosta ou ama não faz chorar, ele nunca fez isso comigo. Lembro quando ele disse que foi amaldiçoado pela ex ou até que através de sinais sabe que vai morrer cedo.

Não quero acreditar nisso e mesmo que aconteça só quero aproveitar o tempo com ele. Era apenas para assistirmos a série, mas estar aqui tão pertinho do seu corpo. Me faz sentir segura ele é um enorme ursinho protetor. Olho o seu rosto e percebo que apesar do olhar fixo na TV ele percebe que mudei a atenção para si.

— Que aconteceu ? — com a cabeça que ele virá rápido para mim levo um susto, o meu coração bate mais rápido.

— Nada — digo apressada, gostava de dizer o que estou a sentir, que gostava de o beijar, mas a realidade é que tenho medo disso.

Quando o seu dedo percorre o caminho do meu nariz até ao queixo, sorrio, ver o sorriso dele pessoalmente é tão lindo.

— Tonta — nunca o chamei assim, não sei donde vem, mas quando ele diz isso a mim é fofo.

— Pode falar, quer ir embora? — não sei de onde vem a sua pergunta, mas o que quero é tudo menos isso.

Me aproximo ainda mais do seu corpo colocando o meu pescoço apoiado no seu ombro, como se assim eu pudesse dizer as coisas e não me sentir tímida ou intimidada.

— Eu queria fazer algo, mas tenho medo — ele se move um pouco e em pouco tempo as suas mãos estam no meu rosto me fazendo o olhar, isso faz o meu coração ainda bater mais forte.

Rápido e sem pensar as minhas mãos estão no seu rosto e a minha boca na sua num beijo. Não sei o que sinto, é como se todo o meu corpo fosse percorrido por uma energia forte que me atrai ainda para ele.

Sinto como que as suas mãos me fossem afastar, mas aproveito cada segundo que a minha boca ainda está na sua e quando menos percebo o meu corpo está em cima do dele as minhas pernas á volta da sua cintura.

Quando me afasto ao perceber que essa era a intenção dele, olho com quase dor, o beijo foi bom, será que pra ele não foi?

— Desculpa — é o que digo tentando me desculpar.

— Você tem a certeza que quer isto? — a sua pergunta me pega de surpresa, a realidade é que eu quero, mas dentro de mim o lado racional ainda existe. Eu esperei tanto tempo por alguém e não quero ser um erro.

— Eu não quero ser um erro — digo olhando o seu rosto, sentindo como a sua mão que vai até ao meu rosto a acarinha com cuidado e em segundos ele me abraça.

Sinto o calor do seu corpo. Uma intensidade forte no abraço e me sinto vulnerável por há muito não saber o que é isso. Um abraço, contacto físico com alguém.

— Tem a certeza? — agora a sua voz é calma, mas sedutora entre cada selinho que ele parece dar no meu pescoço e isso só faz ainda mais incendiar o meu corpo.

Quero tirar o pedaço de roupa que me faz sentir calor. Me senti tão bem com ele que apenas tenho em mim a minha camisa de dormir e calcinha.

Não sutiã o que me causa sempre desconforto. O meu cabelo curto logo é afastado e outro lado do meu pescoço beijado.