𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 8

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Como sempre celebramos aquele dia na cama, depois disso nós estávamos felizes, sim nem sempre ele vinha dormir a casa porque dizia ou tinha mesmo horas extras no trabalho e eu fui compreendendo durante um tempo.

Mas tudo foi mudando pouco a pouco, entendia quando ele chegava cansado do trabalho e dizia que não tinha tempo para mim sim, eu sempre entendi isso, mas cada vez mais isso mudava, sempre parecia que ele arranjava uma desculpa para não me tocar ou era trabalho, ou se sentia doente, desconfiei se ele já não me amava mais, nunca me passou pela cabeça que ele tivesse outra pessoa.

Um dia numa esplanada com Felipa conversando sobre isso ela me disse:

— Amiga você não acha que ele pode ter alguém?

— Ele está cá á pouco tempo eu não acho possível — respondi-lhe.

— E se eu ajudar te a ter a certeza? — perguntou ela olhando para mim, parecia que na sua cabeça tinha alguma ideia brilhante.

— Qual a sua ideia? — perguntei para ela.

— No próximo dia que ele ligar dizendo que vai ficar a fazer horas extras você liga-me e eu digo o que vamos fazer sim?- disse ela, segurando as minhas mãos olhando para mim. Acenei com a cabeça que sim, mostrando-lhe que tinha entendido.

Dias depois, mais propriamente 2 dias depois ele ligou-me disse que como sempre tinha de ficar a fazer horas no trabalho, nesse exato momento peguei o meu celular e liguei para Felipa:

— Estou amiga, ele ligou-me, qual é a sua ideia? — perguntei esperando a sua resposta.

— Pega as suas coisas, na sua bolsa, na chave do carro e vem buscar-me agora mesmo, nós vamos apanhar esse babaca!! — disse ela do outro lado da linha.

— Não o chama babaca você nem sabe o que tá acontecendo...— eu disse para ela quase irritada de ela o ter chamado assim.

— Não sei, mas imagino, do que está á espera? Não o podemos perder, toca a andar — disse ela parecendo mandona.

Fiz o que ela disse peguei a minha bolsa e retirei as chaves do carro, logo dirigi-me ao carro e conduzi até á casa dela. Mal cheguei a casa dela ela saiu e veio correndo até mim, logo entrando no carro.

— Qual é a sua ideia? — perguntei para ela, mal ela entrou no carro.

— Você sabe onde ele trabalha né? — perguntou-me ela.

— Sei — eu disse agarrando o volante com raiva, pois já imaginava o que ela ia fazer.

— Então vamos até lá lhe fazer uma surprezinha — disse ela com um ar que parecia de ironia.

— Certo — eu respondi-lhe. Na minha cabeça estava passando muitas coisas, inicialmente pensei que quando chegasse lá o ia encontrar trabalhando como ele tinha dito, mas na pior das hipóteses eu pensei que o ia encontrar transando com alguém em cima de uma secretária. 

Conduzi até onde ele me tinha dito que era o trabalho dele, apesar de ele ter trabalhado antes como massagista, ele só tinha encontrado trabalho como arquiteto desenhando alguns projetos algo que até deu mais dinheiro. 

Quando cheguei ao escritório dele, desci do carro e dirigi-me para aquele conjunto de apartamentos, ao chegar lá, não podia entrar logo tive então de perguntar ao porteiro se poderia entrar e ele informou-me que não tinha ninguém naquele momento. Voltei então para o carro onde Felipa tinha ficado, por incrível que pareça ela não tinha ido comigo. Estava decepcionada entrei no carro e ia dar a partida quando ela me perguntou : — Ele tem um carro da empresa né?

— Acho que sim — eu disse após pensar um pouco.

— Deixa que eu trato disso por você, descubro num instantinho — disse ela.

— Oi, meu amigo, como você está, consegue me ajudar numa coisinha? — disse ele ao celular com alguém.

— Certo, já envio o nome e você me envia certo? — continuou ela.

Após uns minutos ela retirou o seu laptop que estava dentro de uma malinha e começou a ver algo lá.

— Cati amiga, o meu amigo rastreou os carros desta empresa e por sorte são apenas 3, dois estão nesta garagem o único que não, está aparentemente parado em frente a um motel — disse ela para mim. Fiquei chocada não queria acreditar que ele estivesse fazendo mesmo isso debaixo do meu nariz.

— Isso só pode estar errado, pode ser que ele tenha saído com outra pessoa — eu disse para ela.

— Amiga por favor, não se engane, conheço a peça, confia em mim ele está lá, nós vamos atrás dele — disse ela para mim. Não quis acreditar ela queria ir até lá ver ele transando com alguém? Eu realmente não ia aguentar.

— Eu não consigo, prefiro viver no escuro a ver com os meus próprios olhos — eu disse para ela com um certo receio. 

— Você não consegue o quê? Á não eu não estou a ouvir isso da Catarina não mesmo. Minha amiga não é assim, você vai aguentar e levantar a cabeça entendeu? — perguntou ela quase irritada comigo, quando ela usava o meu nome completo nunca era bom.

— Entendi... — eu disse abaixando o rosto e agarrando aquele volante enquanto conduzia.

Conduzi até aquele motel, motel que Felipa deu-me as coordenadas, todo o caminho eu fui com uma sensação esquisita, uma dor no peito, meu coração martelava e a minha cabeça estava a mil pensando no que realmente poderia acontecer. Perguntava-me como entraríamos no motel.

Me virei para Felipa e lhe perguntei: — Quando chegarmos lá o que vamos fazer hen?

— Ainda não sei, mas algo á de me ocorrer — disse ela respondendo-me. Ela sempre tinha ideias malucas ia ser interessante ver qual a sua ideia.

Logo parei o carro a umas quadras do motel e fomos andando, em silêncio no início pensando o que estávamos fazendo, seguindo alguém, realmente nós parecíamos duas loucas.

Chegámos em frente ao motel, de início fiquei parada só olhando o letreiro e não querendo acreditar que aquilo estava acontecendo mesmo...

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Voltei, depois de umas semanas, mas voltei 😁😁🤭.

Que será que vai acontecer alguma ideia??

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