𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 15

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Me deixei ficar deitada na cama, tanto descansando como pensando no que tinha acabado de acontecer. Não sabia se devia pôr a culpa para hormonas porque eu estava grávida ou se havia algo em mim que quisesse desde sempre explorar a minha sexualidade. Não sabia dizer ao certo, a verdade é que eu me sentia bem, tinha me sentido bem ao sentir o seu toque, prazer com ela. E a verdade era que ela estava ali, me apoiando, talvez não fosse errado eu ter prazer, pensar em mim por uma vez e no que eu realmente queria para mim naquele momento. Pensando nisso ainda, eu comecei sentindo pequenos selinhos nas minhas costas e aí eu tinha a confirmação, aquilo não me incomodava de todo.

- E então como se sente? - perguntou ela beijando de seguida a minha orelha, senti o hálito quente dela ao fazer isso.

- Estranha, mas exausta ao mesmo tempo - eu disse, à vontade com ela, para ser honesta e dizer que me sentia estranha.

- Exausta é bom... a parte estranha você vai se acostumar...- disse ela parecendo uma voz carregada de divertimento.

- Me acostumar? - a questionei, mas devido ao tom na sua voz anterior eu percebi de certa forma o que ela queria dizer.

- Sim, você está grávida, eu não vou deixar a minha amiga passando vontades... pronto talvez não seja só por causa disso, mas você me entende - disse Felipa, não a sentia em cima de mim, ela devia estar já sentada, pois a sua voz estava relativamente perto ainda.

- Sim, eu entendo - eu disse, sem saber realmente o que mais dizer.

Meses depois.

Estava já com uma barriguinha pronunciada, já com 6 meses, os meses foram passados bem, talvez com saudades de Cris, apesar de tudo eu ainda amava ele muito, mas cada vez mais estava me acostumando a viver sem ele, ele já não fazia parte da minha vida. Felipa, foi se tornando mais do que apenas uma amiga, confidente ou até amante, amante em relação a termos algo que não era colocado um rótulo. Ela se tornou isso tudo e mais alguma coisa. Devido a como eu tinha referido ser libriana, a parte do meu cérebro que pensava a todo o momento em sexo era quase total e com a gravidez isso só aumentou em muitos sentidos e intensidades. Claro que nos primeiros dias eu me questionei se ter " sexo " a todo o momento era ruim, talvez para o bebê, mas Felipa que apesar de quem vê de fora não parecer a pessoa mais preocupado, pois é fria, ela foi sempre procurando informações sobre a minha gravidez, o que fazia bem e mal. E sempre disse que desejos de grávida não se questionam, então vocês já devem estar percebendo durante a minha gravidez, havia pouco tempo em que não estávamos transando.

Estava eu com a minha barriguinha, sentada em frente à TV, assistindo um filme que eu nem lembro bem qual era, não estava prestando atenção no mesmo, mas sim relembrando o dia em que eu descobri que estava grávida.

Após aquela cena de eu ter vomitado na sanita, Felipa ficou comigo um tempo agarrada a mim me dizendo que ia fazer de tudo para nos ajudar, que a decisão era minha em ter a criança ou não. Apesar de eu me ter questionado, se era demasiado imatura para isso eu percebi que se realmente eu tivesse um ser dentro de mim eu iria querer cuidar dele e dar todo o meu amor, pois ele sim, ia me amar incondicionalmente. Fui puxada tempos depois por Felipa e levada até à rua, a realidade é que parecia que ela me queria levar a uma farmácia urgentemente e assim foi, entramos no carro, ela o parou na cidade, quando chegamos em frente a uma farmácia e logo adentramos aquela farmácia, quando ela chegou em frente ao atendente lhe disse, ou neste caso pediu: - Dois teste de gravidez por favor - a voz dela transmitia nervosismo, que nem eu que estava ansiosa para saber parecia ter. O homem logo lhe entregou os testes, e fomos embora, passados poucos instantes estávamos já em casa.

Ao chegar em casa talvez aí tenha realmente caído a ficha, tinha os testes na minha mão e não sabia o que fazer, apenas os olhava, eu não tremia, que era o que se esperava sempre que eu ficava nervosa eu tremia, mas isso não aconteceu. Segui quase em automático até ao banheiro, me sentei na sanita, mas realmente não conseguia fazer xixi talvez fosse o nervosismo. Comecei retirando os testes das devidas caixinhas e depois de um tempo realmente consegui fazer xixi em cima daquelas espécies de pauzinhos. Talvez vamos chamar de um clichê, mas não consegui olhar o resultado, parecia tão irreal, á bem pouco tempo eu estava bem com Cris, e do nada eu estava ali fazendo um teste de gravidez, me perguntando se iria conseguir ser uma boa mãe para uma criança. Sai da casa de banho após me ter limpado e entreguei os testes a Felipa, não conseguia dizer nada, mas dentro de mim eu esperava que ela me disse se o resultado.

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