𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 35

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Dia do retiro

Era sexta feira, todas as garotas daquela catequese estavam se preparando para ir para um convento. Sim apesar do convento não ser o melhor local, um local onde elas quisessem passar a noite, pelo menos podiam sair daquela aldeia monótona e ter alguma privacidade. Era um conjunto pequeno de garotas, 15 para ser mais precisa. Tudo o que elas levavam era apenas os seus pijamas, uma almofada e algum animal de pelúcia, se tivessem. Todas elas tinham entre 16 e 18 anos e não era permitido misturas, nenhum garoto podia ir lá, nem mesmo a meio da noite.

Após um autocarro as ter vindo buscar, pouco mais de uma hora depois estavam em frente ao convento. Um lugar que apesar de antigo estava incrivelmente bem conservado. Ao sair do autocarro, duas amigas, Miriam e Ana, olhavam o local, duas escadarias pelos lados e no meio uma grande fonte existente naquele convento. Ele era enorme, pelo menos três andares tinha, e sabia se que tinha um enorme relvado por trás dos mesmo.

Como melhores amigas, ambas iam de mãos dadas subindo atrás das outras garotas. Todas elas foram logo encaminhadas até aos seus quartos e quando a noite veio o que não demorou a maioria já estava dormindo mas não elas.

Miriam estava à frente de Ana, com as suas costas viradas para a mesma. Nenhuma das duas dormia, muita coisa parecia existir nas suas cabeças. Ana olhava o corpo da sua amiga que apesar de ter uma camisa rosa, curta de alcinhas, pela mesma ser muito fina dava vontade de ela ir até às costas dela e as tocar. Ela não tinha apenas a camisa mas também uns calções curtos da mesma cor e neles o seu bumbum ficava bem retratado. Com ansiedade e medo a mão de Ana estava se dirigindo até ao corpo da amiga, mas a mesma parou no momento em que a ouviu falar.

— Pste ainda está acordada? — com uma voz baixa Miriam questionou a amiga, tentando não acordar.

— Aham — com o coração batendo mais rápido e as mãos suando pelo que quase tinha feito, ela não conseguia dizer mais nada.

Um instante depois Miriam se virou ficando encarando o rosto da amiga. Se antes o coração daquela garota parecia bater mais rápido, naquele momento ele quase estava saltando do peito. Ana queria fechar os olhos, o que naquela quase escuridão não se iria notar mas a mesma não o conseguiu fazer apenas ficar olhando o rosto da garota bem na sua frente.

— Um dólar, pelos seus pensamentos ? — com uma voz mais descontraída a garota perguntou logo para Ana, que ainda se mantinha tímida e sem saber o que responder.

— Os meus pensamentos são muito básicos, não valem tanto — tentando de alguma forma não tornar o momento mais embaraço ela tentou fazer piada.

Mas tudo mudou instantes a seguir, quando a mão de Miriam percorreu o seu braço, se ela estava tentando se controlar, tentando controlar a ansiedade e o nervosismo, naquele momento ela achava que não os conseguiria fazer. Estavam numa casa de Deus ao que parecia e naquela aldeia toda a gente era muito conservadora, um relacionamento com uma garota não era aceitável. 

Mas isso não parecia fazer tanta diferença naquele instante porque na mente dela, de Ana e ao que parecia na mente de Miriam também, ambas queriam isso, explorar algo sem ter medo do julgamento.

— E se saíssemos daqui? Está uma noite linda, e ao que parece quente — sim ela tinha razão, estavam 22 graus, estava realmente quente e as roupas de ambas o demonstravam. Se Miriam vestia uma camisa curta fina, de alcinhas e uns calções, Ana vestia apenas uma camisa que quase tapava os seus joelhos. Ao olhar os olhos de Miriam, Ana via um brilho nos mesmo, mas isso não deixou de a fazer ter receio, apesar de ela o querer tanto naquele momento, o medo de ser apanhada era grande mas o medo maior era de gostar do que podia acontecer.

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