𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 25

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Sai da loja, de mãos dadas com ele me sentindo bem fazendo isso, um frio no ar, as luzes iluminando a cidade, o cheirinho a natal estava tudo perfeito. Subi na moto dele me agarrando de novo, por um momento veio na minha mente o que diria aos meus pais, não sabia como fingir ou como tirar a felicidade do rosto, porque eu estava bem feliz, sem medo pela primeira vez desde há muito.

Cheguei a casa de Maria tempo depois, onde eu esperava que a minha mãe ainda lá estivesse, mas eu ainda não sabia o que dizer realmente. Sai da moto e logo ele me deu a mão, eu não ia fazer aquilo sozinha ele estava ali do meu lado. Logo chegamos à porta batendo na mesma, Maria logo apareceu abrindo-a e nos mandando entrar. Percorri a casa com um friozinho na barriga.

— Acho que o serralheiro demorou mais tempo para abrir a porta, não é mesmo? — perguntou Rute no sofá perto da minha mãe. Fiquei envergonhada e nem conseguia dizer nada.

— Sim, por acaso ele demorou um pouco, mas ficámos assistindo uma série, não foi assim tão ruim, pois não? — perguntou ele rindo, ele parecia à vontade e eu invejei não me sentir assim. Ele estava detrás de mim me agarrando e por um momento já não tive receio do que a minha mãe ia dizer.

— Parece que aproveitaram muito bem a noite — disse ela, me olhando talvez reparando na minha cara que demonstrava felicidade.

— Sim, — eu disse baixinho ainda envergonhada.

— Será que eu posso raptar a sua filha mais vezes? — perguntou Fernando me deixando de novo surpreendida com algo que ele me disse.

— Nando...- eu disse baixinho o alertando que ele não o devia ter dito.

— Desde que a minha filha não sofra, por mim não há problema — disse a minha mãe, me deixando dessa vez ainda mais surpreendida com o que ela disse.

Passamos alguns dias divididos entre a minha e a casa dele, um dia eu saí de casa e a minha mãe me levou, eu queria ir visitá-lo, coisa que eu fazia basicamente todos os dias. A minha mãe me deixou e eu fui percorrendo a cidade ainda sentindo o cheiro a natal, na cidade já se viam fotos com a cara de Marco e de Steve demonstrando que eles pareciam estar desaparecidos. Não senti medo olhando a foto deles, Fernando me tinha falado que eles não voltariam e eu acreditei nele.

Cheguei perto da loja, ainda relembrando o que tinha acontecido nas noites anteriores e eu estava muito feliz. Subi as escadas e no final das mesmas vi a porta aberta, perto do balcão no lado de fora dele eu vi uma mulher, ela tinha um sorriso como para dar nas vistas, e então eu vi ela passar algo para a mão de Fernando e me perguntei o que aquilo era. Parecia um pequeno papel.

Senti algo crescer dentro de mim ao ver, como raiva, pensei se ela lhe tinha dado o seu contacto e então me aproximei mais.

— Desculpe, mas eu tenho namorada — disse ele amassando aquele papel na mão. Logo fui para perto dele para trás do balcão, quando ele me viu, me puxou e beijou de seguida, como demonstrando que eu era a namorada dele.

— Tudo bem — disse a mulher, parecendo irritada saindo dali.

— Mulherzinha que não sabe o seu lugar — eu disse ainda meio irritada.

— Você revirou os olhos, amor? — perguntou ele. Não consegui nesse momento ficar séria, deixei uma gargalhada que se tinha formado na minha garganta sair ao lembrar de 50 sombras e do que acontecia quando a Anastácia revirava os olhos para o Christian.

— Sim, — eu ri dessa vez meio disfarçadamente.

Ele me pegou pela mão e logo me tirou dali, abriu uma porta que eu não sabia onde ia dar, mas que lá dentro eu vi ser uma casa de banho.

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