• Capítulo 18 •

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    Uma hora. Essa foi a duração da reunião batido de relógio. Toda a equipe se reuniu em algo mais burocrático, como envolvendo a logística dos shows solos da dupla em função da Turnê, por exemplo.

    Maraisa observou Danyella, empresária musical, dirigindo e filtrando o agenciamento da carreira pelas próximas semanas, desde encarregamento de publicidade e apresentações, até relações públicas e com agentes. Maraisa nem se esforçou para afastar a confusão estampada em seu rosto, estava totalmente perdida mas tentando não nadar contra a maré. Ainda assim, estava gostando. Era legal ter um pitada da vida que sempre sonhou e começar a entender como a equipe Maiara&Maraisa funcionava.

    — Não, mas esses aqui não estão tão puxados — Danyella apontou para a primeira tabela no papel na sua frente e voltou a olhar para o monitor. — Os que estão puxando são esses aqui — apontou para a segunda tabela e torceu a boca, pensativa.

    — Verdade, só se... — concordou a segunda mulher, deixando a fala inacabada e digitando no computador antes de retomar, indicando uma semana específica: — Só se a gente encaminhar esse lá pra cima. Dá mais uma folgada, será?

    O semblante da Maiara durante o ajuste das agendas das gêmeas para que tudo fosse encaixado com os contratantes era impagável. Claramente queria fugir. Volta e meia, com o olhar de quem pede socorro, ela encarava Paulinha, a “mulher do rabo de cavalo” que Maraisa encontrou quando chegou e descobriu ser responsável por assessorar sua irmã.

    Elas duas pareciam ter um elo de confiança e amizade e conforto que Maraisa apreciou observar. Já seu próprio assessor descobriu ser o famigerado Bruno. Não ficou nem um pouco surpresa.

    — Eu acho que entendi perfeitamente — Maiara respondeu quando lhe foi perguntado do padrão que ia ficar. Coçou os olhos. — Sabe o que eu entendi também? Que meus pais deveriam ter feito quatro ao invés de duas — resmungou.

    Maraisa sorriu. Todos acabaram por concordar inevitavelmente, com as planilhas em mãos.

    — Quatro de vocês ou mais dias na semana resolveria — Wander apontou, batucando a caneta na mesa.

    Maiara levantou a mão fechada e apenas com o polegar pra cima, como quem diz “tudo joia!”.

    — Vou falar com meu pai pra ver se ainda dá tempo — finalizou.

    E após esses ajustes finais, a reunião logo já havia terminado. Maraisa se levantou no mesmo instante, pegando a pasta que tinha que levar consigo da mesa e pronta pra ir atrás de Bruno, que já estava para sair da sala.

    — Bruno! — chamou e o rapaz, que estava olhando para o tablet enorme nas mãos, se virou pra ela.

    — Cantora, vamos pra área de vocês. Inclusive, tô vendo as iniciativas para o projeto do...

    — Não, não, não. Depois a gente fala disso, calma aí — enlaçou o braço no dele e foi afastando-os das pessoas que iam e vinham. — Na verdade eu preciso que você me faça uma coisa.

    Bruno juntou as sobrancelhas e desligou o aparelho que tinha nas mãos.

    — Sou todo ouvidos. O que cê quer?

    Maraisa respirou fundo e colocou os fios escuros de seus cabelos que escapavam atrás das orelhas.

    — Antes eu preciso que me prometa discrição — pediu. — Não quero ninguém sabendo disso, Bruno. Ninguém! Nem a Maiara.

    Bruno assentiu lentamente, tentando decifrar o que a mulher queria.

    — Mas e a Ma...

Jogo da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora