Vegaspete - Uma noite

2 - Uma Noite

VEGAS

Dias antes....

Depois da morte de 'pa' eu me afundei ainda mais em minhas paranoias e estava sem rumo, meu pai ditava minha vida o tempo todo, e quando eu não seguia suas regras era punido severamente, e agora era apenas Macau e eu.  Eu o amava, mas ultimamente estamos mais distantes do que nunca.

Eu senti Pete despertar na cama, e fiquei esperando sua reação ao perceber o que aconteceu entre nós. Eu acordei já têm um tempo, aproveitei para admirá-lo, organizei a franja que caía sobre seu rosto, olhava sem pudor seu corpo esguio e branco, sua boca têm o "arco do cupido" saliente, o que torna seus lábios perfeitos. Eu ainda não acredito que os toquei novamente, ele tem uma pinta na lateral da bochecha esquerda, e eu tenho uma igual, o que faz meu coração compassar mais rápido. 

Estou virado com as costas para cima agora, consigo senti-lo observar meu corpo e cair em si sobre a "nossa" madrugada. Ele encosta seu corpo em meu braço, decido virar, me posicionando o mais delicado na cama, para que ele veja meu corpo, as marcas que ele mesmo deixou em mim, e veja meu rosto. 

Escuto Pete gritar e abafar seu grito, ele veste suas roupas e saí do quarto, não posso deixar de rir, e me sentir eufórico, mas logo em seguida o vazio preenche novamente aquele quarto, eu estava sozinho novamente e sem Pete.

Depois de muito anos, finalmente senti seu aroma, a textura de sua pele, escutei sua voz aguda e firme chamar meu nome, e ontem à noite ele chamou muitas vezes. Era educado no início, polido e controlado, "Khun Vegas", depois que nos beijamos ele me chamava de 'P'Vegas', o que me faz lembrar nossa adolescência. 

Enquanto fodia seu corpo, ele perdeu sua postura, sua submissão me espantava e me enlouquecia agora era só "Vegas", iludindo minha mente, com nossa proximidade. 

Eu sabia que assim que acordasse, ele não lembraria de nada, foi assim da primeira vez, por isso não o levei para um quarto de hotel, como faria com qualquer outro cara que eu "comesse", Pete era diferente, eu o trouxe para meu quarto, meu lugar seguro, queria que quando ele acordasse, visse exatamente e com quem estava.

Eu conhecia Pete muito bem, no início conversamos bastante na escola, ele sempre estava atras de Kinn, como um cachorro fiel, e eu invejo por isso. Mas 'pa' fez-me afastar de tudo e de todos. Quando entrei na faculdade de medicina eu estava feliz e livre dos olhares da Máfia por um tempo, mas quando percebi estava indo em missões secretas, recebendo as mercadorias do narcotráfico, cobrando dívida dos cassinos, aos 20 anos deixei a faculdade que tanto queria e estava imerso na máfia tailandesa.

Eu falo muito bem o inglês, russo, italiano e espanhol, eu tenho uma inteligência acima da média, sempre tirei notas maiores que Kinn, e era bom em quase tudo, luta, tiro, natação, jogos de estratégia, mas nada disso me preenche profundamente. 

Hoje eu era o novo líder da segunda família, um ano atrás tudo que eu queria era essa posição, para esfregar na cara de todos o meu poder, e não minha submissão.

Eu odiava Ômegas, 'Pa' sempre trazia para casa mulheres Ômegas que só podia engravidar de alfas, oferecia orgia aos colaboradores em sua própria casa, regada de bebidas caras e drogas da melhor qualidade, mesmo ainda estando casado com a mãe, ela também era Ômega e em todos esses anos foi a única que amei, até conhecer Pete. Mamãe tirou sua vida, deixando Macau e eu ao lado de um psicopata, dominador. Ele era meu pai eu o amava, mas todas as noites eu esperava a notícia sobre sua morte. Como conquistar aliados, se ele trai sua própria esposa e família?

Os anos passam e eu me tornei o que mais temia, eu era igual ao meu pai. Punia Macau quando necessário, porque ele tinha apenas um dever, ficar longe dessa depravação, estudar na melhor escola, tem tudo o que quer, menos liberdade, nunca disse eu te amo, ou confortava-o com afagos, mas estava presente em todas as apresentações escolares, faço questão de leva-lo, para viagens internacionais, dou os melhores presentes,  mas consigo sentir que ele é igualmente infeliz como eu.