Capítulo 10 Parte 4 (Rascunho)

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– Vamos subir alguns quilômetros – disse Pedro, sentando-se na poltrona do piloto.

– Por quê? – perguntou Samuel.

– Se nos procurarem com planadores, apenas alcançarão mais cem metros de onde estamos. Se eu subir uns seis quilômetros, os planadores não nos alcançarão e não nos verão a olho nu. Só mesmo um azar, mas, para isso, Luana fica no controle da nave enquanto eu e minha mãe agimos. Podemos rastrear essa gente bem longe e eles não sentirão nada.

Terminou e levantou-se, sentindo uma tontura leve. Tentou disfarçar, mas Luana era demasiado perspicaz.

– O que foi, amor? – perguntou aflita, aproximando-se e dando apoio.

– Aquilo é demasiado desgastante – explicou o marido. – Vou comer algo e dormir uma ou duas horas e já passa.

Após três horas, Pedro preparava-se para entrar de novo, acompanhado de Andreia. Ele notou que a mãe não tinha sentindo o impacto e o cansaço, concluindo que era uma questão de hábito, mas não teria tempo para isso. De qualquer forma, o cansaço só se manifestava depois e a conclusão foi apenas uma: era efeito da super estimulação do córtex cerebral. Olhou para a parceira e disse:

– Mãe, agora vai complicar porque ele está avisado. Fique sempre preparada para proteger a nossa área. Se sentir que não aguenta, saia imediatamente que eu me viro – Olhou para a esposa e continuou. – Amor, se sentir alguma alteração na minha mãe, nunca tire a interface. Use o botão de emergência da parte dela, mas não faça isso comigo em hipótese alguma.

– Você está me assustando, Pedrinho – disse ela, abraçando-o.

– Não se preocupe. Eu tenho certeza que ele não vai desejar me matar quando me conhecer. O perigo é ele atacar antes. Para isso, preciso agir sem abusar. Agora vou fazer uma abordagem diferente. Pode ligar – terminou, sentando-se e colocando a interface.

Mãe e filho apareceram na sala criada por ele. Apontou uma poltrona para a mãe sentar e sentou-se em frente à mesa de comando. A seguir, começou a vasculhar as simulações em alta velocidade, mas não encontrava algo útil. Parou tudo e criou um ambiente novo. Era um jardim lindo e com um conjunto de bancos e cadeiras dispersos. Contudo, todas elas apontavam para um quadro-negro, característico das escolas mais antigas de há trezentos anos ou mais. Depois, voltou a listar simulações e encontrou uma útil. Em um bar, alguns sujeitos jogavam bilhar. Sem perder tempo, transportou-se para lá. Apareceu segurando um taco e disse para os dois homens que jogavam:

– Dá para meter as quatro bolas restantes com uma só tacada.

Como era de se esperar eles riram bastante e Pedro fez sinal, apontando o taco dele. Depois disse, enquanto apontava as bolas:

– A branca baterá naquela que cairá na caçapa do meio, enquanto será rebatida, batendo naquela outra bola que vai bater nesta aqui que vai entrar na caçapa do canto, enquanto o seu caminho continua até aquela que rebateu na anterior e cada uma delas cai em uma das caçapas do meio. Fim de jogo.

Das palavras foi para os atos e, quando apenas a bola branca ficou na mesa, ele riu e atravessou a parede que se abriu para a simulação que criara. Curiosos, alguns dos sujeitos seguiram-no e ele apontou as cadeiras. A seguir, projetou no quadro a imagem de uma mesa com algumas bolas e vetores indicando direções.

Logo depois, a imagem foi substituída por apenas duas bolas e vetores de ângulos, demonstrando as diversas direções tomadas de acordo com a posição do taco. Junto, algumas expressões vetoriais apareciam, mas eles nada sabiam.

Nesse momento, Pedro sentiu que alcançou o sucesso, pois a simulação foi interceptada e os espectadores desapareceram. O quadro mudou e apareceu uma equação de movimento.

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