Capítulo 4 Parte 1 (Rascunho)

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"Entre o certo e o errado existe uma linha divisória bem clara. O lado que você quer ficar, cabe somente a você escolher."

Edna Frigato.

O dano no robô foi descoberto mais cedo do que o esperado pelo jovem Pedro porque a máquina estava perto dos limites de energia e teria de recarregar. Ao amanhecer, outro robô foi para o substituir e encontrou o "colega" desligado. Ativou a central que enviou mais robôs para levarem a máquina danificada para a manutenção. Quando colocada em cima da bancada, o robô especialista descobriu que a memória estava destruída, tanto a memória quanto o processador. Se uma máquina pudesse ficar espantada, essa era uma oportunidade perfeita para isso acontecer. Durante quase dois minutos o especialista procurou nos bancos de dados do mundo inteiro alguma ocorrência similar, mas nunca antes encontraram um robô naquele estado. Os seus algoritmos de inteligência artificial procuraram bilhões de possíveis causas e soluções, entrando em um impasse, mas concluiu com uma probabilidade elevada que a situação foi provocada, já que não havia histórico de defeito similar nos últimos quatrocentos anos. Baseado nessa premissa, começou a procurar que tipo de dispositivo poderia causar tamanho estrago e, mais uma vez, não havia arma ou aparelho capaz de fazer aquilo. Impotente, acionou o alerta para os canais competentes, declarando como provável ataque terrorista.

Duas horas depois, a diretora do instituto apareceu na sala e olhou para o especialista que fez um relato sucinto. Pálida, ela correlacionou fatos e berrou para o assistente:

– Corra a ver o novato e traga-o aqui imediatamente... isso se ele ainda estiver na área.

Dez minutos depois, a resposta chegou e era o que a mulher imaginava e temera. O Pedro Santos não estava em todo o instituto e o bracelete não respondia aos localizadores. Além disso, nenhuma câmera de segurança mostrou a presença dele no prédio desde que se recolheu aos aposentos na noite anterior. Pálida, gritou para o bracelete. Quero o meu planador no terraço pronto para decolar.

– Helena – disse John, quase correndo atrás dela –, ele não pode ter ido muito longe sem recursos. Além do mais, que raio de arma teria usado?

– Caramba! – exclamou ela, exaltada. – Você leu os relatórios sobre ele. Com dezesseis anos já sabia quase tudo, coisas que se levam muitos anos a aprender e teve acesso aos laboratórios. Com certeza construiu algo que eu adoraria saber o que é.

– Onde vamos?

– Não adivinhou qual o próximo passo dele, John? – perguntou a mulher, irritada com a lerdeza do subordinado. – Se ele ainda não chegou lá, o que eu duvido, vai procurar a garota. Segundo os relatórios, são inseparáveis desde bebês. O que mais me preocupa é que ele tem uma arma capaz de neutralizar robôs, apagando tudo. Já pensou o que seria de nós se fosse usada em larga escala?

John engoliu em seco e entrou no planador ao lado da chefe. Assim que pousaram, descobriram o local em polvorosa e concluíram o pior. Não levaram dez minutos a saber que ele nocauteou uma funcionária com alguma arma desconhecida, já que não tinha marcas de agressão; a seguir, fez o mesmo com uma interna e colega de quarto da namorada, levando-a.

– Temos que expedir um alerta – comentou Helena, assustada. – Só não estou certa se para as autoridades comuns ou aciono os agentes especiais.

– Se as autoridades comuns agirem e eles forem apanhados, podem ser feridos ou mortos no caso de reagirem – argumentou John. – Acho melhor os agentes que estão capacitados a lidar com isso. A desvantagem é que demorarão mais.

– Acho que tem razão – disse ela. – Para onde terão ido, em uma cidade que desconhecem por inteiro?

– Com o intelecto dele, vai ser difícil prever qualquer movimento, mas eu apostaria em casas abandonadas no Alto da Boa-Vista.

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