Capítulo 6 Parte 1 (Rascunho)

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"Liberdade não é uma coisa que pode ser dada a todo mundo, é algo que se busca. As pessoas são tão livres quanto querem ser."

James Baldwin.

A nave afastava-se do planeta, fazendo uma volta para impedir a aproximação do mundo vizinho, um local que era governado pela força e que tinha naves armadas. Apesar de ter sentado no lugar do segundo em comando, o comandante liberou os controles para o jovem Pedro e ele fez uma decolagem exemplar, economizando bastante combustível por causa do uso consciente da antigravidade.

Pedro, naquele momento, acompanhava os procedimentos de Norman para entrar no superespaço. Pensativo, olhou para o capitão e disse, sem mudar o tom:

– Saímos incólumes. Como será o próximo e qual o objetivo lá?

– Vou vender o minério que lá é muito bem pago e não fazem perguntas – respondeu Norman. – Por sinal, uma parte dessa venda será creditada em seu benefício, jovem, seu e da sua mulher. Se não fosse você, agora não estaríamos aqui.

– Não preciso de nada disso... – começou Pedro, sendo interrompido.

– Na Terra não precisa, mas se pretende mudar, vai necessitar e isso é mérito seu. O valor que vamos ganhar dá para viver bem por toda uma vida.

– Tudo bem – comentou o jovem, convencido. – Mas esse mundo?

– É mais civilizado do que aqui, contudo, nem tanto – explicou, Norman, divertido. – De certa forma, o próximo planeta é o oposto. Trata-se de uma sociedade muito mais evoluída, mas regida por um forte matriarcado. Lá, o artigo raro são os homens, então prepare-se para levar muita cantada e diga para a sua mulher não reagir. Ela deverá aparentar segurança total com relação a si. Isso deixa as maluquinhas de plantão desorientadas e evita riscos, uma vez que se trata de uma ditadura perigosa. Por outro lado, nós, os de fora, temos algumas regalias, muitas, na verdade. Inclusive, agradamos muito as mulheres, mas não me parece ser esse o seu caso. E cuidado, algumas usam perfumes altamente sedutores, capazes de fazer o mais apaixonado dos homens trair a esposa. Use filtros nasais.

– Estou começando a achar que esta Galáxia é maluca! – exclamou Pedro que arrancou uma gargalhada do comandante.

– Pode ter a certeza, meu jovem – concordou ele. – Muito maluquinha mesmo, mas a Terra também não deixa de o ser.

Isso fez Pedro pensar bastante, deixando-o calado. Enquanto a nave iria pelo superespaço por cerca de seis dias, Pedro voltou para a cabine. Como estava há bastante tempo na ponte de comando, encontrou Luana dormindo. Despiu-se e deitou-se ao seu lado, adormecendo nos braços da mulher. Quando acordaram, contou-lhe sobre as informações obtidas do capitão. Após o desjejum, ambos foram para o laboratório estudar os livros baixados. Pedro aproveitou para estudar os sistemas da nave.

Entre treinos de artes marciais e estudos, os dias foram passando. No último dia, Norman chamou o jovem para treinar a saída do superespaço e a pilotagem da nave até ao pouso.

― ☼ ―

– Sente-se na poltrona do piloto principal, filho – disse Norman, apontando. – Estou certo de que está pronto.

Com um sorriso, o jovem sentou-se e começou a prestar atenção ao computador de navegação enquanto Norman sentava-se ao lado, embora sem tirar os olhos do que Pedro fazia.

A nave retornou ao espaço einsteiniano não muito longe de um planeta gigantesco. Sem preder tempo, olhou para o mapa do sistema e concluiu que o mundo em questão poderia ser útil para ganhar velocidade sem gastar combustível. Para susto do comandante, o seu pupilo mudou a direção da nave para aquele planeta, em aparente rumo de colisão.

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