Capítulo 7 Parte 3 (Rascunho)

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Minutos depois, bateram à porta do casal e Luana abriu. Uma mulher estava parada com um carrinho de atendimento. Tinha um uniforme simples e um sorriso no rosto.

– Olá – disse, entrando com o carrinho. – Eu vim trazer a vossa refeição.

– Obrigada – respondeu Luana. – É possível ver algo no vídeo?

– Claro. – Ela tocou na tela e o equipamento ligou-se. – Vocês só precisam usar gestos. Para a esquerda e direita vai para a frente e para trás, para cima e para baixo controlam o volume e a lista de programas. Apontem o programa desejado com o dedo ou toquem nele.

– Obrigada – disse Luana.

– Fiquem à vontade – disse ela, saindo. Já na porta, parou e acrescentou. – Quando acabarem, coloquem os pratos no carro que está no corredor.

– Era tão mais fácil controlar o vídeo por voz – comentou Pedro, quando ela saiu, e Luana riu.

Terminaram de comer e largaram os pratos no local indicado. Depois, começaram a explorar os programas disponíveis no sistema de vídeo. Havia muitos vídeos de diversão, os tais filmes, mas Pedro procurou programas educativos. Em pouco tempo descobriu que aquilo era uma base de dados muito maior do que a que conheceu na Terra, quando criança.

– Vamos procurar algo sobre a guerra, Luzinha.

Procuraram o banco de dados histórico e encontraram vários vídeos. Selecionaram um documentário e colocaram para executar. A tela mudou e mostrou o planeta Terra. Logo a seguir, o locutor começou:

"A Terra apresentava sinais de profunda decadência e não havia mais possibilidade de se encontrar um fim para tal situação. Para piorar tudo, não parecia ser possível escapar do destino. Com a cruel ditadura iniciada em 2100 AD, as perspectivas só se agravaram. Trinta e dois anos depois e ainda na ditadura mais sangrenta da história, o colapso total aconteceu. Os robôs substituíram o homem em todas as tarefas que existiam. Nós, por sermos uma colônia muito distante e com pouco contato com a Terra não sucumbimos ao sistema. A nossa ciência era bastante avançada e não tínhamos qualquer dependência da Galáxia para subsistirmos. Por outro lado, não possuíamos um poderio militar capaz de enfrentar a Terra e precisávamos de aguentar a extorsão com os impostos. O nosso mundo jamais aceitou o uso do doutrinador, o que se demonstrou vantajoso. Então, quando as coisas estavam insuportáveis, declaramos independência em 2160 AD. A Terra não aceitou e precisamos de travar uma guerra que durou dois longos anos. Os herculanos uniram-se a nós e conseguimos aguentar por algum tempo a frota do mundo mais poderoso da raça humana. Em meados de 2162 AD, os terráqueos destruíram Hércules, cometendo um genocídio de mais de um bilhão de seres vivos. Por conta disso, nós ficamos muito enfraquecidos e sabíamos que a atitude mais adequada seria a rendição, mas nem mesmo o povo aceitou pensar nisso. Ou venceríamos ou teríamos o mesmo fim dos herculanos. Dois meses depois, quando estávamos prestes a ser destruídos, o grande cientista Leonardo Markovits decolou com a sua nave em uma missão suicida para testar a sua última invenção.

Ele determinara que a nossa frota mantivesse uma distância de mais de cem quilômetros e aproximou-se dos Galáticos. Quando estava a dez mil metros, foi atingido por um raio, mas foi o último raio lançado por uma nave da Via-Láctea. Logo depois, todas as naves pararam de operar, menos uma que estava muito afastada. Nesse momento, a nossa frota avançou e exterminou o invasor. O ódio era tão elevado que não houve qualquer contemplação; uma por uma, as naves foram bombardeadas. A última, começou a fugir até que foi cercada. Os terráqueos foram poupados para poderem levar a notícia de que jamais um Galático poderia retornar às Nuvens de Magalhães. A gerra fora vencida, mas, infelizmente, o nosso grande herói morreu quando a sua nave foi atingida pelo último raio disparado pelos terráqueos. Embora morresse, ainda teve tempo de disparar a arma que eliminou por completo a energia das naves inimigas."

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