"A condição dos Homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte."
Albert Einstein.
Em frente à casa do casal, quatro pessoas despediam-se. Helena olhava os jovens cientistas que já mudaram a história. Ele abraçou a mulher que conheceu aos seis anos. Depois, Luana fez o mesmo, entrando com a sogra no planador.
– Espero que seja bem-sucedido – desejou a diretora.
Ele fez um aceno com a cabeça e sorriu, sem dizer nada. Já ia entrar quando uma pessoa conhecida cruzou o seu campo de visão. Com um grande sorriso, aproximou-se da rua.
– Samuel – disse, dando-lhe um abraço forte. – Você parece muito mais jovem!
– Era o meu disfarce, filho – disse ele. – Cento e quinze anos é muito pouco para eu ser velho. Bem, eu vim visitar a doutora Helena e soube que está indo visitar os nossos amigos de Nova Terra. Tenho saudades de lá, então poderia me dar uma carona de ida e volta?
– Será um grande prazer – respondeu o jovem. – Tem roupas? Lembre-se que esta nave não tem robôs para manufaturar coisas.
– Estou sempre pronto, meu jovem – afirmou, mostrando uma mochila.
– Então entre e seja bem-vindo. – Quando Samuel entrou, Pedro virou-se para a doutora Helena e disse. – Devia confiar mais em mim, Helena; eu não faço nada pelas costas de ninguém.
– Ele não está aí para espionar. Ele foi me visitar e, quando soube que iam lá, desejou ir, mas teve medo que não quisessem. Eu convenci a chegar de surpresa.
Pedro fez uma careta, coçou a cabeça e entrou, mas não acreditou. Decolaram logo depois para a nave e, quando estavam instalados ele preparou-se para decolar.
– Vamos fazer uma escala em São Paulo – disse para a esposa.
– Qual é a ideia?
– Quero pegar os simuladores que estão na casa da minha mãe. Preciso deles para fazer uma experiência.
– A essa hora já deve estar ocupada por outra pessoa.
– Pouco provável. Minha mãe ainda tem os sinais vitais ativos. Os robôs ainda devem achar que ela está lá.
– Então vamos, amor.
A parada foi rápida. Pedro carregou o que desejava para dentro e voltou para a nave. Lá, a mãe e Samuel conversavam animados e Pedro gostou disso. A mãe merecia fazer novas amizades ou até mesmo um relacionamento novo. Quando ela o viu com os equipamentos na mão, disse, assustada:
– Filho, tire isso daqui. Esse negócio só me fez infeliz.
– Preciso disso para umas experiências, mãe, mas deixarei no laboratório, bem guardado – tranquilizou o filho. – Bem, agora vamos voar para muito longe. Eu arranjei bastantes filmes no centro de pesquisa e vamos ter uns momentos bem agradáveis. Decolagem em dez minutos.
― ☼ ―
Chegavam ao sistema de Nova Terra e Pedro prestava atenção a tudo, para o caso de serem atacados. Quando estavam ao alcance de rádio, mandou o sinal de identificação. Na sala de comando, muito espaçosa em relação à nave de Norman, todo o grupo assistia a aproximação. Minutos depois, surgiram duas naves disco, mas não atiraram. A tela ligou-se e a Almirante de Esquadra Samara apareceu, sorrindo para eles.
– "Ora, sejam bem-vindos" – disse. – "Até parece que combinaram. Norman está aqui; veio trazer uma carga de combustível. Estava agora mesmo retornando de uma patrulha."
– Olá, Almirante de Esquadra Samara, que bom que ele está aí. Temos saudades – afirmou Pedro, satisfeito. – Eu gostaria de conversar com você e também com os seus cientistas. Conversas separadas.
– "Então vamos, já sabem o caminho. Pousem ao lado da nave de Norman."
A nave pousou no local indicado e saíram bem na hora que Samara descia de um planador junto com o bisavô. Ambos estavam sorridentes.
– Esta é a minha mãe Andreia Santos – disse ele. – Eu queria que ela conhecesse os terranos porque estou muito inclinado a aceitar a vossa oferta assim que cumprir a minha missão com a Terra.
– Bem-vinda Andreia, espero que goste do nosso mundo – disse Samara, apontando o planador. – Vamos para um lugar mais agradável. Vou providenciar um hotel para vocês. Tem um muito agradável à beira mar. Quando deseja conversar, Pedro?
– Que tal assim que deixarmos eles no hotel?
– Estamos sem compromissos – disse a militar, sentando no comando do aparelho e decolando.
Andreia não parava de olhar as maravilhas daquela cidade tão linda. Ao seu lado, Samuel fazia o mesmo, já que, da primeira vez, estava era bastante assustado. Pousaram em um hotel muito luxuoso, bem à frente da praia. O almirante disse:
– Samara, vá com ele que eu arrumo as acomodações e depois você manda um alferes me pegar.
– Senhor – disse Pedro. – Acho que deveria participar da conversa.
– Nesse caso vou aguardar vocês aqui mesmo.
Mal saíram e entraram no átrio do hotel, alguém deu um berro, provocando um susto no grupo. Olhando para o lado, viram Norman, todo virado em sorrisos. Aproximou-se deles e abraçou Pedro, batendo nas suas costas.
– Bateu a saudade, foi? – perguntou, alegre. Depois repetiu a dose com o coronel. – Você rejuvenesceu duzentos anos, meu velho.
– Aquilo era o meu disfarce de agente, Norman. E aí, muitos negócios?
– Graças ao nosso amigo Pedro, tornei-me o maior provedor de combustível da Galáxia. – Virou-se para a Almirante Samara e continuou, todo virado em sorrisos. – Ei, não esqueça o nosso compromisso hoje.
– Claro – respondeu a mulher, retribuindo o sorriso e parecendo irresistível de tão bela. – Mas teremos que juntar ao grupo os nossos amigos. Bem, vou ali fazer as reservas.
– Gente, este lugar é top...
– É impressão minha ou tá rolando uma tremenda química aí com a Samara? – perguntou Luana, interrompendo.
Norman deu uma gargalhada e abraçou a garota, piscando o olho. Nesse momento viu a mãe do Pedro.
– Oi, a senhora eu não conheço.
– A minha mãe Andreia, Norman – disse Pedro. – Mãe, Norman foi quem nos ajudou em tudo. Se não fosse ele, as coisas teriam sido muito mais complicadas.
A mulher aproximou-se do comandante e deu-lhe um abraço muito apertado. Após um beijo no rosto, disse:
– Obrigado por cuidar do meu filho e da minha nora.
Samara voltou e disse:
– Tudo acertado. Basta identificaram-se na portaria que indicarão os quartos e registrarão a biometria para acesso. Norman, mais tarde eu retorno. Vamos lá, Pedro?
– Assim eu fico com ciúme – disse ele e Pedro fez uma careta. Virando-se para os restantes, disse. – Vamos para o pátio interno. Tem uma piscina linda com um bar maravilhoso.
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2422 AD
Sci-fiEm 2030, as máquinas assumirão todos os trabalhos do Homem. Desemprego em massa é o resultado disso, mas as máquinas produzem tudo, incluindo alimentos e roupas, tudo gratuito. O problema é que vários bilhões de desempregados precisam de uma ocupaçã...