Capítulo 9 Parte 1 (Rascunho)

20 3 0
                                    

"A condição dos Homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte."

Albert Einstein.

Em frente à casa do casal, quatro pessoas despediam-se. Helena olhava os jovens cientistas que já mudaram a história. Ele abraçou a mulher que conheceu aos seis anos. Depois, Luana fez o mesmo, entrando com a sogra no planador.

– Espero que seja bem-sucedido – desejou a diretora.

Ele fez um aceno com a cabeça e sorriu, sem dizer nada. Já ia entrar quando uma pessoa conhecida cruzou o seu campo de visão. Com um grande sorriso, aproximou-se da rua.

– Samuel – disse, dando-lhe um abraço forte. – Você parece muito mais jovem!

– Era o meu disfarce, filho – disse ele. – Cento e quinze anos é muito pouco para eu ser velho. Bem, eu vim visitar a doutora Helena e soube que está indo visitar os nossos amigos de Nova Terra. Tenho saudades de lá, então poderia me dar uma carona de ida e volta?

– Será um grande prazer – respondeu o jovem. – Tem roupas? Lembre-se que esta nave não tem robôs para manufaturar coisas.

– Estou sempre pronto, meu jovem – afirmou, mostrando uma mochila.

– Então entre e seja bem-vindo. – Quando Samuel entrou, Pedro virou-se para a doutora Helena e disse. – Devia confiar mais em mim, Helena; eu não faço nada pelas costas de ninguém.

– Ele não está aí para espionar. Ele foi me visitar e, quando soube que iam lá, desejou ir, mas teve medo que não quisessem. Eu convenci a chegar de surpresa.

Pedro fez uma careta, coçou a cabeça e entrou, mas não acreditou. Decolaram logo depois para a nave e, quando estavam instalados ele preparou-se para decolar.

– Vamos fazer uma escala em São Paulo – disse para a esposa.

– Qual é a ideia?

– Quero pegar os simuladores que estão na casa da minha mãe. Preciso deles para fazer uma experiência.

– A essa hora já deve estar ocupada por outra pessoa.

– Pouco provável. Minha mãe ainda tem os sinais vitais ativos. Os robôs ainda devem achar que ela está lá.

– Então vamos, amor.

A parada foi rápida. Pedro carregou o que desejava para dentro e voltou para a nave. Lá, a mãe e Samuel conversavam animados e Pedro gostou disso. A mãe merecia fazer novas amizades ou até mesmo um relacionamento novo. Quando ela o viu com os equipamentos na mão, disse, assustada:

– Filho, tire isso daqui. Esse negócio só me fez infeliz.

– Preciso disso para umas experiências, mãe, mas deixarei no laboratório, bem guardado – tranquilizou o filho. – Bem, agora vamos voar para muito longe. Eu arranjei bastantes filmes no centro de pesquisa e vamos ter uns momentos bem agradáveis. Decolagem em dez minutos.

― ☼ ―

Chegavam ao sistema de Nova Terra e Pedro prestava atenção a tudo, para o caso de serem atacados. Quando estavam ao alcance de rádio, mandou o sinal de identificação. Na sala de comando, muito espaçosa em relação à nave de Norman, todo o grupo assistia a aproximação. Minutos depois, surgiram duas naves disco, mas não atiraram. A tela ligou-se e a Almirante de Esquadra Samara apareceu, sorrindo para eles.

– "Ora, sejam bem-vindos" – disse. – "Até parece que combinaram. Norman está aqui; veio trazer uma carga de combustível. Estava agora mesmo retornando de uma patrulha."

– Olá, Almirante de Esquadra Samara, que bom que ele está aí. Temos saudades – afirmou Pedro, satisfeito. – Eu gostaria de conversar com você e também com os seus cientistas. Conversas separadas.

– "Então vamos, já sabem o caminho. Pousem ao lado da nave de Norman."

A nave pousou no local indicado e saíram bem na hora que Samara descia de um planador junto com o bisavô. Ambos estavam sorridentes.

– Esta é a minha mãe Andreia Santos – disse ele. – Eu queria que ela conhecesse os terranos porque estou muito inclinado a aceitar a vossa oferta assim que cumprir a minha missão com a Terra.

– Bem-vinda Andreia, espero que goste do nosso mundo – disse Samara, apontando o planador. – Vamos para um lugar mais agradável. Vou providenciar um hotel para vocês. Tem um muito agradável à beira mar. Quando deseja conversar, Pedro?

– Que tal assim que deixarmos eles no hotel?

– Estamos sem compromissos – disse a militar, sentando no comando do aparelho e decolando.

Andreia não parava de olhar as maravilhas daquela cidade tão linda. Ao seu lado, Samuel fazia o mesmo, já que, da primeira vez, estava era bastante assustado. Pousaram em um hotel muito luxuoso, bem à frente da praia. O almirante disse:

– Samara, vá com ele que eu arrumo as acomodações e depois você manda um alferes me pegar.

– Senhor – disse Pedro. – Acho que deveria participar da conversa.

– Nesse caso vou aguardar vocês aqui mesmo.

Mal saíram e entraram no átrio do hotel, alguém deu um berro, provocando um susto no grupo. Olhando para o lado, viram Norman, todo virado em sorrisos. Aproximou-se deles e abraçou Pedro, batendo nas suas costas.

– Bateu a saudade, foi? – perguntou, alegre. Depois repetiu a dose com o coronel. – Você rejuvenesceu duzentos anos, meu velho.

– Aquilo era o meu disfarce de agente, Norman. E aí, muitos negócios?

– Graças ao nosso amigo Pedro, tornei-me o maior provedor de combustível da Galáxia. – Virou-se para a Almirante Samara e continuou, todo virado em sorrisos. – Ei, não esqueça o nosso compromisso hoje.

– Claro – respondeu a mulher, retribuindo o sorriso e parecendo irresistível de tão bela. – Mas teremos que juntar ao grupo os nossos amigos. Bem, vou ali fazer as reservas.

– Gente, este lugar é top...

– É impressão minha ou tá rolando uma tremenda química aí com a Samara? – perguntou Luana, interrompendo.

Norman deu uma gargalhada e abraçou a garota, piscando o olho. Nesse momento viu a mãe do Pedro.

– Oi, a senhora eu não conheço.

– A minha mãe Andreia, Norman – disse Pedro. – Mãe, Norman foi quem nos ajudou em tudo. Se não fosse ele, as coisas teriam sido muito mais complicadas.

A mulher aproximou-se do comandante e deu-lhe um abraço muito apertado. Após um beijo no rosto, disse:

– Obrigado por cuidar do meu filho e da minha nora.

Samara voltou e disse:

– Tudo acertado. Basta identificaram-se na portaria que indicarão os quartos e registrarão a biometria para acesso. Norman, mais tarde eu retorno. Vamos lá, Pedro?

– Assim eu fico com ciúme – disse ele e Pedro fez uma careta. Virando-se para os restantes, disse. – Vamos para o pátio interno. Tem uma piscina linda com um bar maravilhoso.

― ☼ ―

2422 ADOnde histórias criam vida. Descubra agora