Capítulo - 2 - Verdades e Mentiras (Truths and Lies)

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 *Aviso estava errado o sobrenome da personagem Elionor, o correto é Elionor Rigby.*

 Acordo com a claridade do dia, pisco, me sento na cama, enxergo de longe meu estado, cabelos desgrenhados e corpo suado. Procuro minha maleta, avisto parte de sua alça debaixo da cama, me levanto e a puxo, abro seu zíper e tiro do meio das coisas roupas de baixo limpas, uma camisa branca e uma saia xadrez, estou longe do inverno neste lugar posso usar roupas frescas. Dirijo-me a porta, a abro, dou alguns passos pelo corredor e quase esbarro em Helena que carrega uma bandeja.

 — Elionor onde vai tão depressa?

 — Preciso de um banho, onde ficam os banheiros?

 — Estou com seu café da manhã. — a jovem mostra a bandeja.

 — Desculpe, mas preciso tomar um banho antes de comer. Poderia deixar em meu quarto?

 — Sim senhorita. — ela faz uma pausa. — Os banheiros ficam virando o corredor a frente. Após o café deixe a bandeja para fora que a recolho.

 — Certo. Obrigada. — a moça entra no aposento e eu sigo caminho até os banheiros.

 Viro o corredor e encontro os banheiros, duas portas envernizadas, uma com um quadro de camafeu de uma dama e o outro com o quadro de um cavaleiro. Avanço e com cuidado abro a porta, esperava ver um banheiro com várias divisões e chuveiros mas seu amplo espaço é individual composto por um vaso, lavatório e uma banheira todos de tom rosé. Paredes decoradas com azulejos que formam a imagem de mulheres com vestem gregas se banhando em uma fonte e a parede próxima da entrada é revestida por um gigantesco espelho de moldura dourada. Tranco a porta, penduro as roupas limpas nos ganchos também dourados, preparo a água quente e me despido, coloco um pé após o outro e depois todo o corpo, a água quente é relaxante, seguro o sabonete de cheiro suave, ensaboo o corpo, fecho os olhos e mergulho por alguns instantes, volto a superfície tiro a espuma do rosto com as mãos e abro os olhos, em meio o vapor que cobre boa parte do espelho a imagem de alguém surge, mãos tocam o vidro por dentro. Observo a cena aterrorizada, saio da banheira e vou em direção a imagem que some deixando marcas de mãos no espelho, toco o vidro que mostra minha imagem e de ninguém mais. "Seria uma assombração ou alguém me observando? Ambas possibilidades são perturbadoras."

 Visto-me rapidamente e deixo as roupas sujas em um cesto junto a outras, corro a porta a destranco mas ela não se abre, giro diversas vezes a maçaneta, o banheiro começa a ficar assustador e sufocante com o vapor. "Como um ambiente tão grande não tem sequer uma janela?" Bato na porta com as mãos, chuto ela com os pés e grito por ajuda. Fico imersa no vapor como uma neblina, meus gritos parecem não serem ouvidos, sinto o pânico consumir meu corpo, algo segura meu braço, uma mão magra e pálida de unhas longas, grito de pavor sendo puxada, um estrondo, enfim a porta se abre e todo vapor da água sai, olho atrás em busca do dono da mão pálida, só a eu no banheiro. Um rapaz de longos cabelos penteados rente as orelhas vestido de modo formal está parado em frente a entrada do banheiro, fita-me com seus olhos azuis.

 — Senhorita, está bem? Parece desconsertada. — continuo a procurar por algo a minha volta.

 — Eu vi alguém atrás do espelho e depois fiquei trancada, não conseguia ver nada com o vapor da água.

 — Deve ter visto seu próprio reflexo e se assustou, este banheiro não possui janelas e realmente fica impossível de enxergar algo se banhando em água quente. Normalmente ninguém mais usa essa casa de banho pois pode causar um acidente.

 — Não! Eu vi alguém até mesmo tinha marcas de mão no espelho bem ali. — aponto o jovem olha na direção, mas nenhuma marca de mãos está mais presente. — Não sou louca!

O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)Onde histórias criam vida. Descubra agora