*Aviso capitulo com texto em alguns momentos com conteúdo sensível*
Continuamos pela trilha estreita onde Dag quebra galhos que atrapalham nosso caminho sendo com seu canivete ou com seus próprios pés de botas de couro resistentes, avanço em sua companhia atenta ao nosso redor que se torna mais sombrio a cada passo, saímos do corredor estreito de pinheiros e chegamos a um caminho mais livre mas tomado por uma ameaçadora neblina que dificulta ainda mais nossa visão, adentramos a névoa a chama da tocha de Dag começa a falhar somos atingidos por uma ventania, protejo meu rosto da poeira, o fogo se apaga ele me olha abro os bolsos de sua jaqueta que está comigo e tiro de um dos bolsos seu isqueiro tenta acendê-la novamente mas seu feito não é bem-sucedido. O rebelde punk jogo com raiva o galho grosso longe, aquele que antes foi tão útil não servia para mais nada.
— Fique perto será difícil ver adiante. — Dag vê um vaga-lume se aproximar ele o esmaga com suas duas mãos, olho a cena com o estômago embrulhado lembrando do pirilampo sangrento em minha mão anteriormente.
Me aproximo de sua sombra alta, a lua cheia brilha forte acompanhada pelas pequenas estrelas, passa-se algum tempo percorrendo as trevas, quebro o silêncio da noite.
— Sabe para onde está nos levando? — espero ansiosa sua reposta, ele para em minha frente.
— Sim, procuro por uma ponte ela fica no centro do bosque.
— Estamos longe dela? — o jovem não responde. — Faz tempo que esteve no bosque?
— Eu não sei o que é tempo a muito tempo. — ele ri. — Perdi essa noção, mas eu lembro o caminho. — prossegue em sua busca.
Escutamos altos estrondos uma sombra aparece a alguns metros de distância cobrindo toda luz natural presente, ela caminha, ambos se escondem saindo da trilha ficando em meio aos pinheiros enquanto o gigante fica diante de nossos olhos, uma monstruosa árvore surge no escuro, tão grande que cada passo de suas longas pernas feitas de raízes soltam rajadas fortes de vento e muito barulho, sua altura é assustadora seu corpo é coberto por ganhos secos e possui olhos que brilham na escuridão, a mostrenga se afasta com passos largos, saímos do esconderijo e voltamos a parte mais descampada do bosque, suspiramos aliviados.
— Se estivéssemos com a tocha seriamos vistos de longe como um pirilampo e atrairíamos nosso predador. — diz Dag comemorando que sua chama se apagou.
Esse seria a primeira de inúmeras criaturas, prosseguimos com olhos e ouvidos atentos, o rapaz me puxa pelo braço fazendo eu ficar extremamente próxima de seu corpo frio, vejo que ele treme sentindo o sopro gelado do vento, seguro seu braço perto de mim, ele me olha surpreso parecendo corar, mas logo aceita o calor de meus braços aquecidos por sua jaqueta e seguimos lado a lado. Observo seu rosto hostil vejo que se sente incomodado.
— Por que está me olhando assim? — ele fala sem me olhar.
— Estou pensando que você não é tão assustador como aparenta. — dou uma pequena risada. — Dag vira o rosto em meu sentido. — Como veio parar no Casarão Gregory?
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O Bosque dos Esquecidos (The Woods of the Forgotten)
FantasyInglaterra 1984, uma jovem órfão completa seus esperados 18 anos para seguir a busca por seu irmão mais novo que foi adotado e afastado dela há 4 anos, mas seus planos mudam quando é engolida por um bosque de pinheiros que a leva a um estranho loca...